Eleições e Infraestrutura: o que esperar de concessões em rodovias, aeroportos, ferrovias, portos e energia

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Cenário geral: concessões seguem no radar mesmo em ano eleitoral

Segundo Luiz Antonio Pires Macedo (Rio Bravo Advisory), apesar da cautela típica de anos eleitorais, o pipeline federal de concessões ainda pode avançar em rodovias e aeroportos. A razão: são ativos com marcos regulatórios maduros, projetos padronizados e necessidades de ampliação (menos greenfield puro), o que reduz barreiras e atrai capital privado.


Rodovias: maturidade regulatória e apetite de players

  • Perspectiva: o governo federal trabalha novos leilões de concessões rodoviárias.
  • Por que pode sair: projetos com capex e cronograma claros, contratos com matriz de risco conhecida e demandas de duplicação/faixas adicionais tendem a atrair investidores.
  • Quem olha: grandes operadores já atuantes no Brasil e grupos internacionais com capacidade financeira demonstram interesse — positivo para competição e outorgas.

Aeroportos: Congonhas e pacote do Nordeste em estudo

  • Pipeline: estudos adiantados para Congonhas (SP) e um bloco de aeroportos no Nordeste.
  • Tese: ambientes com tráfego consolidado e potencial de eficiência operacional favorecem melhorias rápidas e novas fontes de receita (comercial e imobiliária).

Ferrovias: dependência de investimento público

  • Diagnóstico: projetos ferroviários têm risco elevado para o privado (prazo longo, licenciamento complexo, demanda incerta em trechos greenfield).
  • Conclusão do consultor: sem participação ativa do poder público (funding/garantias), o avanço é limitado. Modelagens precisarão de incentivos e compartilhamento de riscos.

Portos: avanço aquém do esperado

  • Mesmo com novo marco legal aprovado há cinco anos, os investimentos seguem tímidos.
  • Gargalos: licenciamento, dragagem, acessos terrestres e coordenação logística ainda travam escala e ritmo de aportes.

Energia: protagonismo de eólica, solar e térmicas

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  • Hidrelétricas na Amazônia: alto custo de implantação e risco socioambiental elevam barreiras; projetos perdem tração.
  • Eólica e solar: queda de custos de desenvolvimento e equipamentos melhora a competitividade da tarifa e acelera novos parques.
  • Térmicas: incentivadas pelo governo como back-up do sistema (segurança energética, despacho complementar).

Capital chinês: foco em geração e transmissão

  • Expectativa de continuidade do investimento chinês em G&T (geração e transmissão), alavancado por escala industrial, equipamentos competitivos e cadeias de suprimento consolidadas.
  • Efeito prático: pressão por eficiência de CAPEX, prazos de implantação mais curtos e financiamento estruturado.

Resumo executivo (para decisão)

  • Prováveis em 12–18 meses: concessões rodoviárias e aeroportuárias (ativos maduros, demanda comprovada).
  • Desafio estrutural: ferrovias dependem de funding público/garantias; portos precisam resolver entraves de acessos e dragagem.
  • Matriz energética: eólica/solar ganham terreno; térmicas dão resiliência ao sistema.
  • Investidor estrangeiro (China): segue como vetor relevante em G&T.

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