Em substituição ao município de Pedro Leopoldo, na região metropolitana de Belo Horizonte, o Grupo holandês Heineken escolheu a cidade de Passos, no sul de Minas Gerais, para inaugurar uma nova fábrica no Brasil. A mudança de local ocorreu após a obra ter sido embargada pelo ICMBio sob risco de impacto ambiental. No entanto, em dezembro, mesmo com autorização judicial para seguir com o projeto, a empresa já havia anunciado que estava desistindo da construção na cidade devido à proximidade com uma importante área de preservação ambiental, e que já estudava um novo endereço no Estado.
A nova cervejaria de Passos será a 15ª do grupo no país. Com ela, a Heineken espera aumentar sua produção em cinco milhões de hectolitros (ou 500 milhões de litros) ao ano.
Segundo o Grupo, a mudança de cidade não teve efeito sobre o valor previsto para o investimento, de R$ 1,8 bilhão. O foco principal deve ser no segmento premium em linha com a estratégia recente do grupo. A marca Heineken tem no Brasil o seu maior mercado, o dobro do segundo país, que é os Estados Unidos.
No primeiro trimestre, o volume vendido pelo grupo no país cresceu um dígito baixo (até 5%), puxado pelos portfólios premium e “mainstream”, como Heineken, Amstel e Tiger, que saltaram dois dígitos. Já as marcas de preços mais baixos caíram na mesma proporção. Globalmente, o volume cresceu 5,2% e a receita, 35,9%.
Segundo o presidente da Heineken no Brasil, Mauricio Giamellaro, mais de 200 municípios mineiros concorreram pela nova fábrica da empresa após a desistência da construção em Pedro Leopoldo.
De acordo com o Grupo, a decisão da mudança de local foi tomada após poucos meses de diálogo com órgãos envolvidos e da sociedade em geral relacionados à proximidade do terreno com uma importante área de preservação ambiental e arqueológica da região de Pedro Leopoldo. De acordo com Mauro Homem, diretor de Assuntos Corporativos da cervejaria, a permanência da empresa em Pedro Leopoldo só faria sentido se, acima de tudo, contasse com o apoio de toda a sociedade, incluindo agentes que contribuem para o desenvolvimento socioambiental da região.
“O respeito e o cuidado com as pessoas e com o meio ambiente direcionam nossas decisões. Seguimos todos os ritos para obter a licença ambiental e tínhamos autorização judicial para construir a cervejaria, o que demonstra a legalidade de todo o processo e na forma como conduzimos nossa operação. No entanto, entendemos que nossa permanência no local ainda divide opiniões e que, para seguir adiante, teríamos que dedicar mais tempo para realização de novos estudos. Por tudo isso, tomamos a decisão de buscar outra área”, explica.