Em setembro de 2014, a Azevedo & Travassos firmou com a Petrobras um contrato para a construção e montagem do trecho submarino do emissário de efluentes do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj).
Para atender requisitos ambientais, o emissário transportará os efluentes gerados no complexo até o ponto de descarte situado no mar, a 4 km de distância da Praia de Itaipuaçu, em Maricá (RJ).
Por esta característica, esse contrato contemplou frentes de serviços distintas, em terra e em mar aberto. As atividades realizadas offshore trouxeram para a empresa novos desafios que enriqueceram seu acervo. Entre eles, destaca-se o fato de ser inédita no Brasil a realização de um furo direcional horizontal shore approach (aproximação de praia) com a utilização de uma plataforma autoelevatória (jack up), cujas pernas ficam cravadas no leito marinho, ao invés de uma balsa oceânica flutuante convencional.
A escolha pelo uso deste tipo de plataforma se deu por conta das condições adversas do mar na região, como: alturas elevadas de ondas, ventos fortes e intensas correntezas. E como não havia disponibilidade no Brasil de plataformas prontas, a Azevedo & Travassos optou por reformar e adaptar às necessidades da obra uma unidade que estava inativa havia mais de sete anos, o que demandou recursos de engenharia, projetos e montagens mecânicas.
Nesta obra, destacam-se as seguintes atividades, de acordo com a Azevedo & Travassos:
Perfuração direcional (shore approach) e puxamento da coluna (pull back) – furo direcional horizontal de 960 m de extensão com alargamento de até 40”. A coluna (tubulação) puxada possuía 1.100 m de extensão, pesando cerca de 270 t com água e tendo 26” de diâmetro. Nessa atividade foram utilizadas simultaneamente duas máquinas de perfuração (uma de 300 tf no canteiro de praia e outra de 100 tf embarcada na plataforma autoelevatória).
Tie-in submarino – interligação da coluna puxada pelo furo direcional com a coluna final do emissário, de 2.900 m de extensão. A atividade foi executada por uma equipe de mergulho, a 24 m de profundidade, com apoio de balsa dotada de guindastes e rebocadores, para lançamento ao mar das peças pré-fabricadas em canteiro pela empresa.
Enterramento – a obra irá terminar com o enterramento no leito marinho dos 2.900 m da coluna final do emissário. Essa atividade será realizada por um veículo submarino operado remotamente a partir de um barco específico de posicionamento dinâmico, além do apoio de uma equipe de mergulho.
Fonte: Redação OE