Arevista O Empreiteiro, em sua visita aos principais expositores da Bauma 2013, encerrada em Munique, Alemanha, encontrou-os surpresos com o ânimo dos visitantes profissionais dos países emergentes – construtoras, distribuidores e locadoras de equipamentos, que demonstraram grande interesse pelos lançamentos de produtos apresentados na feira. São negócios potenciais encaminhados que se contrastam com o quadro sombrio da economia europeia, enquanto Estados Unidos ainda titubeiam na recuperação e o Japão tenta reverter décadas de estagnação.
A China e a Índia ingressaram num período de crescimento mais modesto de um dígito; a América Latina e o Brasil também frearam seu ímpeto, mas ainda crescem em graus variados. O fato é que os países emergentes continuam se destacando no cenário global, embora com menor intensidade.
Os investimentos inadiáveis nas suas infraestruturas deficientes são ainda a chave dos seus processos de expansão econômica – um caminho que não tem volta. Tanto é que as marcas globais de fabricantes de máquinas – convictas desse movimento – continuam ampliando sua presença nesses países, inclusive com fábricas próprias.
Assim marcas americanas e europeias se instalaram na China e Índia com fabricação local ou adquiriram marcas e plantas domésticas; no sentido inverso, empresas chinesas e coreanas abrem linhas de montagem nos Estados Unidos, Europa e, mais recentemente, Brasil.
Hyundai e Doosan abrem suas fábricas em abril e maio, respectivamente, em Itatiaia (RJ), e Americana (SP), para produzir escavadeiras em um primeiro momento.
A Bomag assumiu o controle da planta da ex-Terex Road Building em Porto Alegre (RS), renomeando os modelos ali produzidos com sua marca. As usinas de asfalto vão usar também a marca Marini, do grupo controlador francês Fayat; a fábrica com a linha de montagem de compactadores em Campinas (SP) permanece em operação, ao mesmo tempo em que desenvolve o projeto de um rolo compactador nacional
A empresa assegura a continuidade no suporte técnico aos equipamentos da antiga marca Terex, com a permanência de toda a equipe técnica da fábrica.
Aliás, ela agrega toda experiência tecnológica de longa data em usinas e equipamentos para pavimentação asfáltica. Com a mais completa linha de usinas de asfalto do mercado brasileiro, a empresa planeja lançar a linha de recicladoras asfálticas.
A Ammann não se abalou com o aumento de impostos sobre compactadores Importados, e para mostrar que veio para ficar na sua fábrica. Gaúcha (recém-inaugurada), já vendeu seis usinas de asfalto Prime 140, que se destacam pela mobilidade e rapidez de montagem em apenas dois dias.
Quem está no mercado brasileiro há décadas também se mobiliza, com vistas ao mercado que tem enorme potencial de expansão.
A Liebherr introduz no segundo semestre do ano a carregadeira hidrostática 556, com caçamba de 3,5 m³; retoma a comercialização dos tratores hidrostáticos importados PR763, de 20 t, e PR754, de 35t; e inicia a fabricação local da escavadeira R974, de 76 t, que vem se juntar aos três outros modelos já em produção aqui – de 65 t, 50 t e 40 t.
Em Guaratinguetá (SP), a marca produz ainda as carregadeiras hidrostáticas L538 de 2,7 m3, e L580, de 5 m³, além de betoneiras sobre caminhão. A Liebherr ganhou o prêmio de melhor fornecedor da Vale na região Norte e ingressa agora na etapa final nacional desse certame. Nas minas de ferro da Vale em Carajás (PA), a Liebherr destaca a frota de 16 caminhões T-282C, que opera com disponibilidade superior a 80%, tendo a unidade mais antiga acumulado 20 mil horas.
Para sustentar esse desempenho, a empresa conta com uma equipe local de 35 técnicos, dedicada a essa frota. No segmento de guindastes, a marca lidera o mercado.
A JCB, na sua nova fábrica em Sorocaba (SP), começou a produzir em janeiro passado o manipulador telescópico, ao lado das escavadeiras JS200 e JS160 e a retro 3C – está em produção há 10 anos e que em 2012 chegou à liderança do segmento com 28% de participação. A fábrica credita esse crescimento ao suporte pós-venda dos seus 17 distribuidores e 30 pontos de atendimento e ao valor de revenda das máquinas.
A empresa vai importar alguns lançamentos feitos na Bauma, como a miniescavadeira 802CTS, de 2,7 t e a miniescavadeira 8055RTS, de 5,5 t. – visando a atender a uma tendência crescente no mercado brasileiro de se utilizar máquinas específicas para determinados serviços, superando o conceito antigo de se mobilizar a retro para qualquer obra.
Caterpillar, Case e New Holland prosseguem céleres a montagem de suas novas unidades fabris no País, com perspectivas de lançar produtos. Por fim, destaca-se que a Volvo deslocou recentemente do México para Pederneiras (SP) a linha de montagem das retroescavadeiras.
Fonte: Revista O Empreiteiro