Como sinal dos tempos – de todos os tempos – também em Barro Alto, essa pequena cidade de 8 mil habitantes do interior de Goiás, houve demarcação de limites para a atuação da imprensa na inauguração, ontem, dia 6, da unidade de ferroníquel, onde a Angla American investe U$ 1,9 bilhão.
A planta, que começou a funcionar em setembro último, deverá produzir 41 mil t/ano de níquel nos primeiros anos de operação. Em seu conjunto, o projeto permitirá que a holding aumente em cerca de 50% o volume de seu crescimento até 2015. Pelos planos que tem divulgado, ela pretende explorar a reserva ao longo de 26 anos, período em que deverá produzir 36 mil t/ano do minério.
Autoridades locais, inclusive o governador Marconi Perillo, do Estado, estão na expectativa de que a holding permaneça por lá pelo menos ao longo de 100 anos, pois a reserva, dispersa na região, pode ser bem maior do que aquela até agora avaliada e difundida. As informações são de que ela é da ordem de 116 milhões de toneladas, mas pode ser muito mais. Até o dobro desse volume.
Divulgou-se, com muita ênfase, durante todo o tempo, a iniciativa da Anglo em relação às questões da sustentabilidade ambiental e a projetos em favor da comunidade, vários deles realizados com incentivos fiscais, incluindo aqueles proporcionados pela Lei Rouanet.
A imprensa, convidada a cobrir a inauguração, ouviu discursos e aplausos, mas não pode ver a mina, situada a 8 km da planta. E a visita a estas instalações limitou-se a uma circulação, dentro de um ônibus, sem direito a uma descida sequer para observação das estruturas industriais. Tampouco houve coletiva de imprensa com os principais responsáveis pelas obras, conforme se anunciou. Cynthia Carrol, CEO mundial da Anglo American, fechou-se na sala VIP, enquanto a imprensa ficava de fora.
Texto:Nildo Carlos Oliveira
Fonte: Padrão