A expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil, neste ano, é de 4,8%, e, para 2012, os prognósticos são de 5,2%. Mesmo com números positivos, que ultrapassam os índices esperados para o PIB do País (cerca de 3,0% e 3,5%, respectivamente), representantes do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) preferem manter um otimismo moderado em relação ao desempenho do setor. Isso porque, segundo Eduardo Zaidan, vice-presidente de Economia da entidade, os resultados na indústria da construção são sentidos no longo prazo e, assim, os índices apresentados ainda são, de alguma forma, reflexos do período excepcional vivido em 2009 (8,3%) e 2010 (15,2%).
Entre os indicadores mais expressivos, dentro do panorama divulgado ontem (6 de dezembro) pelo Sinduscon-SP, está o do nível de emprego formal da construção brasileira, que cresceu 9,2% no período janeiro-setembro de 2011, comparado ao mesmo período de 2010. Em setembro, o setor empregava 3 milhões 128 mil trabalhadores (de janeiro a setembro, 298,5 mil trabalhadores ingressaram no setor). A mão de obra também figura como o principal ingrediente na composição do Índice Nacional de Custo da Construção do Mercado – INCC-M (Fundação Getúlio Vargas), representando 11,39%, em novembro deste ano.
A recente divulgação do PIB de 2009 trouxe uma importante mudança, segundo a direção do Sinduscon-SP. A entidade trabalhava com a previsão de que a construção havia crescido 1% naquele ano, quando na verdade o índice foi de 8,3%. Com isso, a expectativa teve de ser revista para os anos seguintes, estimando-se que a construção tenha crescido 15,2%, em 2010, e, neste ano, atingirá 4,8% sobre essa base aumentada.
A previsão para 2012 deverá se concretizar "desde que o governo continue tomando medidas econômicas para assegurar o crescimento do PIB. O SindusCon-SP entende como positivas as medidas tomadas e considera que elas devem ser aprofundadas, com o prosseguimento da desoneração da produção, o estímulo à produtividade na iniciativa privada e o aumento da eficiência da administração pública."
O programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) caminhou mais lentamente em 2011. A segunda fase do programa entregou, até outubro, 118.085 unidades, tendo outras 199.226 unidades em execução. Já até o fim de 2010, último ano da primeira fase, haviam sido entregues 338.055 unidades e mais de 667 mil estavam em andamento, totalizando cerca de um milhão de unidades. Em 2012, o programa MCMV deve progredir mais rapidamente, assim como as obras para os eventos esportivos de 2014 e 2016.
O crédito para habitação e infraestrutura também deverá continuar se expandindo em 2012. No município de São Paulo, até setembro de 2011, as vendas de imóveis novos atingiram 19.873 unidades. Em 2010 foram 24.605 unidades vendidas. Já com relação aos lançamentos, até outubro de 2011 foram lançadas 26.365 unidades. Em 2010 esse número alcançou a marca de 25.818.
Fonte: Estadão