A Mascarenhas Barbosa Roscoe tem uma história iniciada em 9 de abril de 1934. De lá para cá vem se reinventando e renovando. Seu presidente atual, Luiz Fernando Pires, insiste na frase: "Ser empresário é ser corajoso; senão, não seria empresário"
A empresa mineira, fundada pelos engenheiros Antônio Mascarenhas Barbosa e João Roscoe, completou, em abril último, 76 anos de atividades. De início, construiu uma série de edificações com finalidade diversa, dentre elas, o Edifício Ibaté, em Belo Horizonte. Na época, esta capital possuía 200 mil habitantes.
Em 1941 ela ganhou a concorrência para construir o sistema de canalização, em concreto armado, para a drenagem das águas pluviais da usina de João Monlevade, da Belgo Mineira. Depois, construiu o teleférico de 52 km de extensão, para a mesma siderúrgica. Esse sistema de transporte passa sobre três municípios – Nova Era, São Domingos do Prata e Dionísio – transpondo região acidentada cujo acesso, por outro meio, seria impraticável.
Aproveitando o espírito desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek, primeiro como governador de Minas Gerais e, depois como presidente da República, a empresa se desenvolveu e cresceu ainda mais nos anos 70, período do chamado "milagre brasileiro". Ela executou as estruturas da mina do Projeto Águas Claras, da antiga Minerações Brasileiras Reunidas; as instalações da montadora Fiat em Betim e fez numerosas obras viárias, incluindo viadutos e passagens de nível em Taguatinga, além de Guará, em Brasília.
Nos anos 1990, o engenheiro João Roscoe, que havia continuado na sociedade após o falecimento de Antônio Mascarenhas Barbosa, resolveu retirar seu capital da empresa, que passou a ser dirigida por Lucas Viana Gonzaga. Em julho de 1994, o controle acionário e a presidência passaram às mãos do engenheiro Luiz Gonzaga Quirino Tannus, que convidou o seu colega Luiz Fernando Pires para a diretoria executiva.
O novo ciclo de evolução da Mascarenhas Barbosa Roscoe, com Luiz Fernando Pires na presidência, compreende um conjunto muito amplo de obras, sobretudo, plantas industriais. Algumas como: as obras civis do transportador de minérios da mina da Mutuca ao terminal ferroviário para a Minerações Brasileiras Reunidas (MBR); as obras civis de um novo laminador para a Belgo Mineira, em João Monlevade; os contratos para as obras da Fiat (novas prensas e galpões para o automóvel da série Pálio); a usina hidrelétrica de Mello, no Sul de Minas Gerais; as obras civis da 3ª Pelotização de Samarco, em Germano, também em Minas Gerais, etc.
O futuro da empresa
Recentemente, ao falar sobre o projeto futuro da empresa, Luiz Fernando Pires disse que uma característica natural do empresário é a coragem. Coragem para ousar e coragem para realizar. E acentuou: "Se o empresário não for corajoso, não será empresário".
É com essa visão, que lhe é própria, que ele vem norteando a atuação e os projetos de responsabilidade da Mascarenhas. Considera que o Brasil, embora dispondo de um parque industrial consistente, produz apenas 5% da produção mundial de aço. Isso é muito pouco, se for levado em conta o fato de que o País exporta quase 50% do minério mundial. Isso significa, segundo ele, que há muito espaço para crescer, considerando-se a seguinte contradição: ao mesmo tempo em que o País exporta muita matéria-prima, tem potencial também para exportar aviões de última geração. Entre um polo e outro de atividades, empresas como a Mascarenhas podem desenvolver tecnologia e amplos recursos humanos nos vários segmentos da engenharia.
Obras recentes
Dentre as obras mais recentes que a Mascarenhas vem realizando, Luiz Fernando destaca duas em especial:
Obras de infraestrutura para a implantação da laminação e da fábrica de tubos de aço sem costura da Vallourec & Sumitomo (VSB) em Jeceaba (MG). – O projeto l desse empreendimento consiste em uma usina de aço integrada, com uma pelotizadora e dois altos fornos para a produção de ferro-gusa; uma aciaria com forno elétrico e lingotamento contínuo, além de uma unidade de laminação, com tratamento térmico e rosqueamento. Inclui também um prédio administrativo, oficinas de manutenção e outras edificações de apoio. Pelo projeto, as obras absorveriam 250 mil m³ de concreto. A terraplenagem, a cargo do consórcio formado pela Construtora Barbosa Mello, Cowan e U&M, resultou no platô no qual foram implantadas as estruturas de concreto do complexo industrial.
TKCSA em Sepetiba. Essa obra – a aciaria da Companhia Siderúrgica Atlântica – está implantada às margens da Baía de Sepetiba, no Distrito Industrial de Santa Cruz, no Rio de Janeiro. Ali, foram aplicados, pela Mascarenhas Barbosa Roscoe, mais de 100 mil m³ de concreto. A siderúrgica entrou em operação este ano. Foram executados 90 blocos de fundação em concreto armado para o prédio principal e as estruturas para dois convertedores e duas máquinas de longotamento contínuo de placas; para duas linhas na área de corrida, nove carros de transferência, um sistema completo de tratamento de RH e um sistema completo de tratamento AHF. Nas construções periféricas, a empresa executou um poço de carepa, um poço de recebimento de material, um sistema de silos de armazenamento, dois sistemas de despoeiramento primário, um secundário e outras instalações.
Fonte: Estadão