A megaobra no rio Nilo que preocupa o Egito

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As revistas O Empreiteiro e Engineering News Record apresentam a 12ª edição da ENR Global Insider OE

Economia indiana encolhe e infraestrutura não avança

Depois de alcançar um crescimento econômico de dois dígitos em 2010, as estimativas na Índia para este ano não são nada animadoras: crescimento de apenas 6% do PIB. O impacto tem sido sentido principalmente no setor de infraestrutura. De acordo com analistas, a paralisia política, o aumento do custo de mão de obra e a falta de liquidez no mercado estão afetando os projetos, principalmente aqueles financiados pelo poder público.

Recentes casos revelados de corrupção e as eleições gerais em 2014 têm feito o governo federal tomar poucas decisões para reverter a situação. De acordo com investidores, somente projetos de estradas têm apresentado algum progresso. Ainda assim, apenas 575 km de um total de 5.500 km de projetos existentes para rodovias na Índia saíram do papel.
No setor de energia, o problema é semelhante. Do plano de ter 8.054 MW de energia gerada por hidrelétricas, somente 1.550 MW foram financiados pelo governo. O segmento de ferrovias, cuja rede na Índia já é bastante extensa, também sofre com a falta de financiamento. “Existe um enorme número de projetos e limitada disponibilidade de recursos”, reconhece o Ministério de Ferrovias da Índia.

A falta de mão de obra qualificada no setor imobiliário também preocupa. “Nós temos encontrado dificuldades de encontrar gente experiente para administrar projetos”, afirma Srinivas Belvadi, gerente de Desenvolvimento de Negócios da A.N. Prakash Construction Project Management Consultants. Por conta disso, a empresa lançou uma escola de treinamento interna para atender seus profissionais.

O desenvolvimento de projetos em cidades indianas é visto como um novo nicho de negócios. O número de cidades com mais de 1 milhão de habitantes passou de 35, registrado em 2001, para 53, em 2011. Em 2031, o país poderá ter 87 regiões metropolitanas. “É imperativo um modelo novo de planejamento urbano, com grande foco no papel do transporte público”, diz Sachin Sandhir, diretor no Sul da Ásia da Royal Institute of Chartered Surveyors (RICS).

Terabytes de dados nos projetos exigirão mudanças

Nos grandes projetos é possível encontrar uma variedade imensa de dados. São terabytes de informações, muitas em tecnologia BIM (Building Information Modeling). Um projeto de dois anos pode ter em média 23 mil atividades realizadas, que apontam, por exemplo, o tempo gasto para resolver problemas durante as obras. Isso mal gerido costuma provocar efeito cascata, atrasando o cronograma e causando problemas de litígio.

No entanto, Mark Beyer, vice-presidente do Gartner Research, explica que “grandes volumes de dados têm uma dimensão que excede a capacidade tecnológica de gestão. Isso exige que se usem novas tecnologias para gerir todo esse volume”. Beyer acrescenta que a introdução de um modelo estatístico complexo pode fazer um arquivo de 300 gigabytes tornar-se maior que um banco de dados de 110 terabytes. “Por isso, grandes volumes de dados se tornaram rapidamente um desafio para as empresas.”

Na indústria de construção e engenharia, em que a tecnologia complexa cresce, além da difusão do 3D BIM e também do 4D BIM, os dados ocupam cada vez mais espaço nos databases. Porém, poucas empresas têm investido em ferramentas para amenizar isso. De acordo com o Gartner, construtoras com faturamento anual acima de US$ 250 milhões investem apenas 1,6% em tecnologia da informação. Naquelas com faturamento anual de até US$ 10 milhões, esse índice cai para 1,1%. Isso incluindo todas as operações de TI.

É melhor prevenir que remediar

Recentes fatalidades no canteiro de obras em Chennai e Mumbai, na Índia, quando duas pessoas morreram e pelos menos 13 pessoas ficaram feridas, têm jogado luz na segurança do trabalho no país. Há diversas legislações de prevenção de acidentes. Ainda assim, persistem os problemas.

Na Índia, canteiros de obras costumam empregar um contingente alto de operários em contratos de trabalho curtos. Assim, empreiteiras investem poucos recursos na segurança deles, afirma Raja Prasad, chefe de segurança do National Institute of Construction Management and Research da Índia.

Enquanto Prasad clama por “um novo paradigma proativo para medir performance de segurança no canteiro de obras” antes que mais acidentes ocorram, Madan Kulkarni, diretor do Conselho Nacional de Segurança da Índia, enfatiza a necessidade de treinamento da mão de obra.

O custo da segurança pode ser difícil de ser medido, mas ele é bem menor em comparação ao custo de acidentes. Assim, a decisão de ser proativo no assunto deve fazer parte de qualquer plano de negócios.

Manoj Agarwal, gerente de vendas e marketing da Escorts Construction Equipment, alerta que é necessário que os operadores de máquinas sejam também treinados e devidamente licenciados para usá-las.

Empresas grandes de construção na Índia dizem que estão sendo mais aplicadas com relação à gestão de segurança e riscos. “Muitas têm informado acidentes fatais e estatísticas de segurança em seus balanços”, diz Shankar N. Srivastava, diretor da Engineer Pro Consultants.

Casa Branca tenta aprovaçãode US$ 60 bi para ações pós-Sandy

O governo Barack Obama tenta aprovar no Congresso norte-americano fundo emergencial de US$ 60,4 bilhões para ajudar na reconstrução das áreas afetadas pelo furacão Sandy na Costa Leste dos Estados Unidos.

O pedido foi feito pela Casa Branca no início de dezembro e inclui US$ 47 bilhões relativos a obras emergenciais e US$ 13 bilhões para ajudar os estados atingidos a criar iniciativas que evitem tragédias como as provocadas pelo furacão.

Autoridades de Nova York e Nova Jersey, os estados mais atingidos pelo furacão, clamam pela aprovação do pacote de recursos. Porém, o maior desafio de aprovação do pacote no Congresso é o resultado ruim dos Estados Unidos do ano fiscal de 2012, com arrecadações em baixa, corte de orçamentos e gastos federais sendo questionados.

Hidrelétrica na Etiópia preocupa Egito

A segurança do projeto de US$ 4,8 bilhões da hidrelétrica de Grand Renaissance, no rio Nilo, na Etiópia, está sendo investigada por uma comissão formada por representantes do Egito, Etiópia e Sudão, entre o
utros.

Formado em junho, o comitê, integrado por dois membros de cada país e quatro especialistas internacionais em hidrelétricas, visitou o local do projeto em outubro. O grupo deve apresentar em fevereiro aos três governos um relatório sobre as investigações. O Egito se opõe ao projeto que prevê geração de 5.250 MW de energia a partir do rio Nilo. Quase 90% da água consumida no Egito é retirada do rio.

Antes, a Etiópia havia rejeitado solicitação do Egito em divulgar o estudo de impacto ambiental da obra. O estudo nunca foi apresentado publicamente. Seis países que dividem o rio Nilo pediram uma investigação da obra, depois que fontes oficiais do Egito e especialistas mostraram preocupação com a sustentabilidade do projeto, que já começou a ser feito no ano passado.

O projeto envolve a construção de barragem de 145 m de altura e 1,8 km de comprimento. A hidrelétrica terá duas casas de força, com um total de 15 turbinas instaladas.

Os egípcios dizem que a obra “ameaça a segurança nacional” e, quando finalizada em 2018, irá reduzir o fluxo de água a jusante no Nilo em 25%.

Empresa testa reparo de fundaçãoa 250 m de profundidade

A construtora italiana Trevi quer atuar em obras corretivas em barragens com problemas, só que com uma peculiaridade: em grandes profundidades na fundação. A empresa realizou um trabalho experimental perto de sua sede, em Cesena, Itália. O terreno escolhido possui condições semelhantes às encontradas em fundações de barragens de hidrelétricas. Para fazer os testes, a empresa usou um protótipo da máquina perfuradora Soilmec modelo Tiger SC-200 Hydromill.

Em novembro, os testes alcançaram 250 m de profundidade de parede, com 3,2 m de comprimento e 1,5 m de largura. Em breve, será lançado concreto no fundo da perfuração.

Entre as principais dificuldades da iniciativa foi manter a cabeça de corte vertical, apesar da profundidade. Por causa das condições do solo, houve desvio de 60 cm para fora do traçado quando se alcançou 100 m, mas que depois foi corrigido.

Estrutura metálica de 10 andaresleva 48 h para ficar pronta

Em 48 horas, trabalhadores em Mohali, Índia, montaram uma estrutura metálica pré-fabricada (dentre outros componentes) de 10 andares, quebrando o recorde nacional para esse tipo de obra. A estrutura possui no total 25 mil m².

Foram envolvidos no trabalho 200 operários. Menos de 20% dos serviços foram feitos no canteiro de obras. A estrutura é resistente a sismos. A obra foi executada pela Synergy Thrislington, que planeja aplicar a tecnologia na construção de torres comerciais, hotéis, hospitais, escolas e lojas.

A estrutura foi erguida para receber acabamentos também pré-fabricados, como sistemas hidráulicos, elétricos e ventilação. Ela será usada como prédio comercial.

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Fonte: Padrão


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