Alcança a maturidade a tecnologia para gestão de frotas de máquinas

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Antes restrita a atividades específicas de um ou outro equipamento, a tecnologia amadurece, integra módulos e passa a gerar informações abrangentes e precisas do conjunto de máquinas de construção, auxiliando construtoras na busca por maior produtividade no canteiro de obras

Joseph Young e Augusto Diniz – Las Vegas (EUA) A Conexpo 2014, evento internacional de equipamentos e máquinas para o setor da construção e infraestrutura, realizada no início de março em Las Vegas, Estados Unidos, foi marcada pelo otimismo com o reaquecimento da economia norte-americana e a oferta de equipamentos atendendo a norma de emissão de poluentes Tier IV de motores diesel, aplicável aos EUA e outros países industrializados (ainda sem data de ser adotada no Brasil). O evento também mostrou pela primeira vez a tecnologia integrada voltada ao levantamento de dados e gestão de frotas de máquinas e caminhões, visando obter produtividade crescente e redução de custos nas suas operações.  

As duas gigantes norte-americanas da indústria de máquinas apresentaram soluções sofisticadas na área. A Caterpillar levou à Conexpo seu programa Cat Connect. A tecnologia oferece ao proprietário de frotas monitoramento, controle e gestão das operações dos seus equipamentos. A eletrônica embarcada em máquinas é capaz de gerar informações e dados sobre performances nos trabalhos no canteiro, possibilitando encontrar a combinação adequada para o uso da frota, na medida em que variam as condições de cada etapa do projeto.

Solução de gestão de equipamentos, ligada ao programa da Caterpillar, monitora combustível e utilização da máquina, além de manutenção e condições dela a partir das horas trabalhadas. Já a produtividade é medida nos ciclos de trabalho, acompanhando gastos com combustível e consumo. Uma solução de segurança detecta no equipamento condições anormais e riscos durante a operação, gerando valiosos dados para treinamento de operadores.

Em evento à imprensa antecedendo a Conexpo, realizado no seu centro de treinamento em Tinaja Hills, no Arizona, Estados Unidos, a Caterpillar promoveu uma apresentação de Timmy Hall, proprietário da Timmy Hall Timber and Construction, sobre o uso da tecnologia em sua frota de máquinas rodoviárias.

De acordo com ele, nos últimos dois anos, seu faturamento dobrou (de US$ 20 milhões para US$ 40 milhões), parte importante conquistada com a realização de atividades com menor custo baseado no controle maior da utilização da frota. “Quando eu ganho uma concorrência, meus concorrentes sempre me questionam como eu posso fazer o serviço por esse valor”, disse Timmy. O empreiteiro combinou a tecnologia de monitoramento de frotas a equipamentos híbridos, que costumam apresentar média de 25% de economia de combustível quando em operação.

A Caterpillar levou à Conexpo o Cat Connect, programa que integra informações de frota

A outra gigante norte-americana da indústria da construção, a John Deere, levou à Conexpo 2014 a tecnologia WorkSight em versão atualizada. O pacote envolve solução que monitora o desempenho e a manutenção, e outra que realiza diagnóstico das condições das máquinas.

Na tecnologia WorkSight, módulos analisam a capacidade em horas de uso de máquinas, além de identificar oportunidades de melhorias aos operadores. Pacotes mais avançados promovem ainda acordos de manutenção, além de desempenho atrelado a índices de disponibilidade de equipamentos.

A última versão do Worksight da John Deere possibilita identificar oportunidades de melhorias de operação

“Todo contratante tem diferentes necessidades e desafios que eles precisam cuidar”, explica Mark Germain, diretor de suporte de clientes e produtos da empresa. “Além de nossa tecnologia exclusiva, distribuidores da John Deere podem construir soluções customizadas para atender as necessidades de seus clientes”.

Nos Estados Unidos, a empresa oferece aquisição de máquinas por meio de financiamento já com o pacote da tecnologia WorkSight embutido.

Soluções aplicadas a frotas de máquinas

A Trimble e a Topcom, duas empresas desenvolvedoras de tecnologia GPS de posicionamento por satélite, estiveram na Conexpo com cases e soluções específicas. Trata-se de mais um tipo deplayerque cresce no mercado: o de tecnologia aplicada a máquinas de construção em operação em canteiro de obras, utilizando dados georreferenciados contidos em projetos transmitidos de forma eletrônica viawireless.

A construtora Seymour Whyte realizou na Austrália a reconstrução de 107 km de estrada, sendo que 68 km passaram por processo de alargamento. Um sistema daTrimblefoi introduzido pela empresa no canteiro de obras.

Controle de frotas integrado chega ao canteiro de obras

No total, foram instalados 14 sistemas de controle de máquinas. A construtora explica que a área de trabalho é plana, com pouca movimentação de terra, e as operações se concentraram na precisão dos serviços de terraplenagem. A solução foi adotada para gerar medições mais apuradas e rápidas no processo. A equipe usou rádios de comunicação e GPS para informar e executar as correções.

O Trimble GC900 Grade Control System também foi implementado e monitorou com precisão a posição das motoniveladoras em tempo real. Os projetistas da Seymour Whyte criaram modelos digitais do terreno a ser submetido à terraplenagem. O sistema de controle de máquinas usou GPS para comparar a posição das motoniveladoras e a planta 3D. Sinais eram enviados ao operador para abaixar ou subir a lâmina automaticamente para, assim, alcançar as medidas em espessura, largura e extens&a
tilde;o determinadas em projeto.

As obras duraram no total 18 meses, mas a construtora acredita que poderia ter levado o dobro do tempo se não tivessem utilizado a tecnologia de controle de máquinas via GPS.

Já a empresa do Havaí Jas. W. Glover adquiriu a tecnologia Trimble 3D para começar o trabalho de reconstrução do aeroporto de Honolulu, capital do estado norte-americano, que terá uma nova pista. A tecnologia foi escolhida pela empresa para executar o projeto dentro do cronograma.

O Trimble GC900 impõe à máquina precisão dos serviços de acordo com o projeto

A Federal Aviation Administration (FAA) e o Hawaii Department of Transportation (DOT) especificaram que cada seção da pista não levasse mais de 15 dias para ficar pronta, com penalidades severas em caso de atraso – a multa por dia de atraso era de US$ 240 mil. O aeroporto deveria manter a operação normal, apesar das intervenções.

Soluções para máquinas de fresagem e pavimentação foram implementadas adicionalmente pela construtora, visando monitorar a totalidade das operações. A tecnologia permitiu concluir cada seção no período determinado pelo contrato.

Com uso de tecnologia, a empresa assentou 5 mil t de asfalto em 12 horas de turno – nos trabalhos anteriores, a média da empresa nesse tipo de serviço era de 2 mil t por turno de 12 horas.

Dados armazenados na “nuvem”

ATopcomapresentou na Conexpo as soluções Sitelink3D e Magnet para gestão do fluxo de trabalho de construção, incluindo dados de canteiros de obras, operadores e das frotas. As soluções permitem comunicação, compartilhamento de dados, programação, atualizações, suporte e avaliação de produtividade, em tempo real.

As informações podem ficar armazenas nocloud computing(computação em nuvem; sistema infinito de armazenamento de dados) e ser acessadas no campo e/ou no escritório.

Há ainda solução específica da Topcom para acompanhamento de obras de movimentação de terra, gerando informações em 3D, eliminando redundância de trabalho e fazendo correções de projeto de terraplenagem em tempo real. A empresa ainda ofereceu na Conexpo soluções no formato BIM de projetos de construção.

A Topcom oferece geração de dados em 3D para eliminar redundância

Indústria espera retomadado mercado com as novas concessões

As marcas globais com atuação no Brasil expressaram à revistaO Empreiteirootimismo com as obras nas rodovias e aeroportos recém-concessionados e os futuros programas de concessões. A previsão é que, pelo menos, R$ 40 bilhões sejam injetados nos próximos anos para que as concessionárias cumpram as metas definidas nos editais dos leilões.

A CNH Industrial, presidida por Mario Gaspari, e a marca Case, dirigida na América Latina por Roque Reis, disseram que o grupo está pronto para esta fase do mercado, em que os contratantes privados de obras, as concessionárias de rodovias e aeroportos e os outros agentes da área de infraestrutura terão atuação mais intensa. “Eles priorizam produção, prazos e qualidade, o que cria uma nova dinâmica no mercado”, conta Roque Reis.

A fábrica de Contagem (MG) da CNH está se aproximando do seu limite de capacidade na montagem de equipamentos, com a linha de motoniveladoras trabalhando em três turnos. Isso faz acelerar os estudos da segunda fábrica de equipamentos de construção em Montes Claros (MG).

O executivo apontou na Conexpo a tradição do grupo pelas inovações tecnológicas que privilegiam os resultados práticos, como a tecnologia anti-emissões SCR, desenvolvida pela empresa FTP e extensamente testada nos caminhões rodoviários da Iveco. A tecnologia agora migra para as máquinas de construção, como a série D de escavadeiras com motor Tier 4 final, disponível em 2015 na América do Norte. O modelo CX350D, de 268 HP, vem equipada com bomba hidráulica controlada pelo sistema eletrônico, consome 10% a menos de diesel e sustenta ciclos 8% mais curtos.

A nova série dedozersda Case se compõe de cinco modelos com tração hidrostática, sendo a primeira do mercado a ter tecnologia antiemissão SCR. A economia de combustível pode chegar a 18%, dependendo da aplicação. O nível de ruído médio é de 75 dB. A série F das carregadeiras 821 e 921 com motor Tier 4 com SCR também se destacam pelo consumo mais baixo de diesel e ciclos rápidos.

A Conexpo registrou ainda a introdução dos rolos compactadores Case DV209 e DV210, vibratórios, em que a alta frequência é opcional e permite realizar o trabalho com menos passadas, com registro eletrônico da compactação atingida.

“As concessões abrirão o mercado, proporcionando padrão de qualidade. São investimentos da área privada”, analisa Afrânio Chueire, presidente daVolvoConstruction Equipment da América Latina. “Nas novas concessões, a introdução de métodos construtivos inovadores será facilitada”. Na esteira das obras no segmento rodoviário, a empresa anunciou que lançará em abril quatro modelos de compactadores e vibroacabadoras.

A compactadora DD38, da Volvo, agora no Brasil

Afrânio vai além e diz que as futuras concessões de ferrovias também aquecerão o mercado de máquinas, com a necessidade de motoniveladoras, escavadeiras e carregadeiras. “Saneamento tem crescimento potencial”, acrescenta o executivo, explicando que em várias cidades do País têm sido adotadas parcerias público-privadas na área, o que tem demandado obras. No próspero mercado brasileiro de óleo e gás, o presidente da Volvo aponta já ter demanda por novas máquinas em estaleiros e áreas portuárias.

Na Conexpo, a marca sueca apresentou nova geração E de escavadeiras, a série G de caminhões articulados e a série H de carregadeiras sobre rodas &md
ash; todas equipadas com motor Tier 4 final. O destaque é da carregadeira L250H, a primeira do mercado a trabalhar com ciclo de duas passadas.

A Volvo também destacou no evento a sua nova fábrica nos Estados Unidos, em Shippensburg, Pensilvânia, cujo primeiro modelo produzido é a carregadeira L60G. Completando a extensa linha da marca, a empresa exibiu ainda assentadores de tubos, compactadores, pavimentadoras e fresadoras.

A XCMG oferece perfuratrizes direcionais no Brasil

Rubens Azevedo, diretor daXCMGno Brasil, vê também com bons olhos as novas concessões. Ao lado do presidente da marca chinesa no País, Sam Shang, anunciou para maio a inauguração da sua fábrica em Pouso Alegre (MG) — na unidade a empresa fará, inicialmente, carregadeiras, motoniveladoras, escavadeiras, retroescavadeiras e guindastes.

A XCMG está diversificando a oferta de produtos no País para crescer. “Estamos atuando com perfuratrizes direcionais não-destrutivas e plataformas aéreas de construção industrial”, relaciona Rubens. “O ano de 2015 em diante será positivo. O mercado brasileiro é muito promissor”, afirma Sam. Os chineses prometem mais US$ 300 milhões de novos investimentos no Brasil.

AJCB, que no Brasil apresentou crescimento no ano passado de 4% (apesar da retração na América Latina, de acordo com a empresa inglesa), lançou na Conexpo um modelo de manipulador telescópico compacto, o 525-60 Hi-Viz. A altura máxima de alcance do equipamento é de 6 m, com somente 1,78 m de largura e 1,90 m de altura.

O manipulador telescópico 525-60, da JCB

A máquina é indicada para trabalhar em condições de confinamento. A 525-60 substitui os modelos 524-50, 527-55 e 520-50 da linha. Uma transmissão hidrostática de 2 velocidades oferece velocidade de até 25 km/h.

A empresa mostrou ainda na Conexpo a nova escavadeira JS145. A máquina é composta de motor a diesel Ecomax da marca, com 108 CV de potência. Foi anunciado na feira pela empresa o lançamento mundial, em breve, de uma outra linha de retroescavadeiras, com melhorias em relação às populares 3CX e 4CX.

O guindaste sobre esteira LR 11000, da Liebherr

Na Conexpo, aLiebherrmostrou seis máquinas de içamento: a compacta LTC 1045-3.1, a LTM 1160-5.2, a LTM 1.300-6.2, a LTM 1750-9.1, a telescópica LTR 1220, além da LR 11000.

Além disso, a empresa expôs a escavadeira hidráulica R924 com protetores em áreas de possível impacto quando em operação. A marca alemã divulgou ainda a nova geração de carregadeiras sobre rodas, as L 524, L 528, L 538 e L 542. A potência dos motores varia de 90 kW a 115 kW.

A empresa apresentou também na Conexpo a máquina escavadora de fundações LB 44. O equipamento trabalha com 3 m de diâmetro e alcança a incrível profundidade de até 92 m.

A Sany trará para o Brasil o guindaste de esteira SCC 1000

Renê Porto, vice-presidente daSany,diz que se surpreendeu com a presença de mais de 50 brasileiros interessados em compra de máquinas da marca durante a Conexpo. A empresa lança no Brasil no segundo semestre o guindaste de esteira telescópico de 100 t, SCC 1000.

O executivo indica crescimento no Brasil nos setoresoffshore, com guindastes sobre balsa, e portuário, com guindastes para movimentação de carga. A empresa anunciou que quer, a partir do segundo semestre, lançar também caminhõesoffroadrígidos de 33 t a 230 t para atender ao mercado de mineração.

A Ammann lançou na Conexpo a moderna usina gravimétrica Just Black. “A máquina mostra de que somos capazes”, comenta Gilvan Medeiros Pereira, diretor geral da empresa no Brasil. A marca inaugurou fábrica no ano passado no País (Gravataí-RS) produzindo usinas de asfalto.

A Ammann fabricará a usina de asfalto Prime 100

No meio do ano, a empresa começa a fabricar a usina de asfalto Prime 100 – hoje, a marca produz a Prime 140. Neste mês (março), lançou rolos de solo de 12 t fabricadas no Brasil. No final do ano, a Ammann promete lançar pavimentadoras de esteira e pneu. “Haverá impacto no mercado no segundo semestre com as (obras das) concessões”,disse.

Instalando-se no Brasil

Este mês (março), a LiuGong passa a ter presidente no Brasil. York Liang disse na Conexpo que chega ao País com “a estratégia de melhorar a presença da marca e se aproximar do cliente”. O executivo chinês se instala em Belo Horizonte (MG), onde a marca tem odealerBH Máquinas.

A LiuGong comercializará bombas de concreto sobre caminhão no País

A LiuGong vai passar a oferecer máquinas de concreto e guindastes no País, além da linha amarela. O executivo disse que a empresa chinesa pretende expandir o número dedealersno Brasil e criar centros de serviço, reposição de peças e treinamento.

A Kawazaki planeja vender pá-carregadeira no mercado brasileiro

A japonesa Kawazaki anunciou que este ano passará a oferecer no Brasil, pela primeira vez, pás-carregadeiras voltadas à mineração. A empresa terá unidades em Minas Gerais e Espírito Santo e utilizará a estrutura existente no País para se estabelecer no segmento – a marca já oferece produtos para outros setores no Brasil e tem fábrica em Manaus (AM).

Usinas de concreto da Astec

AAsteclevou ao evento mais de 40 equipamentos de pavimentação, processamento de agregados e perfuração. A empresa informou que até o meio do ano inaugura sua primeira fábrica no Brasil, em Vespasiano, Grande Belo Horizonte (MG). Foram investidos inicialmente US$ 30 milhões na nova unidade. Em um primeiro momento, a empresa fabricará no País britadores de mandíbulas, britadores cônicos, peneiras e alimentadores vibratórios.

AManitowoccomeçou neste início do ano a fabricar gruas (a marca produzia apenas guindastes no País) em sua unidade brasileira, em Passo Fundo (RS). O modelo a ser produzido será o de 8t, MCT 90.

A grua MCT 90 está sendo fabricada no Brasil pela Manitowoc

Eric Etchart, presidente da Manitowoc Cranes, disse que a empresa quer crescer no mercado brasileiro, apesar do momento desfavorável. “Temos uma operação a desenvolver”, disse. A marca norte-americana informou que Ricardo Rosa assumiu a direção da empresa no Brasil.

Entre os produtos apresentados na feira estão dois guindastes de esteira, o MLC300 de 300 t e o MLC650 de 650 t, ambos com a tecnologia de contrapeso de posição variável.

Lonking teme “bolha” no mercado de máquinas

Qiu Debo, presidente mundial daLonking, demonstrou durante a Conexpo preocupação com o mercado brasileiro, principalmente com a instabilidade da moeda e a “bolha” de venda de máquinas. “Não quero vender mais do que posso atender”, disse. O Brasil é o principal mercado da Lonking fora da China, mas, por enquanto, a empresa não acena para se estabelecer com fábrica própria em território nacional.

A brasileira que fez a América

Desde 1993 expondo na Conexpo, a empresa brasileira de equipamentos CZM passou este ano a ter outrostatusna feira: foi como fabricante nos Estados Unidos – “Made in USA”, como informou a placa afixada na entrada do estande. É que a indústria abriu ano passado uma unidade industrial em Savannah, uma das regiões portuárias mais importantes da América do Norte, localizada no estado da Georgia.

A CZM levou à Conexpo perfuratrizes fabricadas nos EUA

“Começamos a colocar máquinas nos Estados Unidos em 2000. Três anos atrás passamos a montar em solo norte-americano. Agora produzimos aqui”, conta Marcos Clo, vice-presidente da empresa. A unidade da CZM possui 30 funcionários, numa área total de 120 m² e área construída de 12 mil m² – mas já está em andamento projeto de ampliação.

Marcos Clo, da CZM

O reaquecimento do mercado local anima. “Queremos brigar pela liderança do mercado dos EUA em cinco anos”, afirma o executivo. A CZM já fabricou 23 máquinas na fábrica. Este ano, a indústria quer fechar com a produção de 30 unidades.

“A vantagem é que a máquina tem design europeu, montado sobre equipamento Caterpillar e feita nos Estados Unidos”, relaciona Marcos Clo. A máquina é montada sobre chassi da Caterpillar, que dá assistência técnica em todo o País na parte que lhe compete. “As nossas máquinas são 70% Caterpillar e 30% perfuratrizes”, diz.

A perfuratriz é composta de seis grandes componentes, que também oferecem assistência e fornecimento em todo território norte-americano. A CZM faz nos Estados Unidos três modelos de perfuratrizes: EK 125, EK 200 e EK 250.

A CZM nasceu em Minas Gerais e hoje mantém fábrica em Contagem (MG). “O mercado brasileiro é muito difícil. O Brasil tem que se abrir. Os impostos são altos”, reclama o vice-presidente. A unidade mineira fazia 120 máquinas/ano, hoje ela produz 70 unidades/ano.

A Romanelli mostrousua linha no evento

A brasileiraRomanellide equipamentos rodoviários também esteve na Conexpo desse ano apresentando suas linhas, que incluem usinagem de pré-misturado a frio, distribuidor de agregado, pavimentadora de asfalto, dentre outros itens.

O Empreiteiro lança ediçãoem inglês na Conexpo

A revistaO Empreiteiropublicou edição especial em inglês que circulou exclusivamente na Conexpo 2014. A publicação tratou das novas fronteiras econômicas do País, dos investimentos privados com as recentes concessões de rodovias e aeroportos, do plano de investimentos da Petrobras e dostatusdas obras dos estádios para a Copa do Mundo.

A edição trouxe ainda o ranking brasileiro das 100 maiores construtoras e empresas de montagem eletromecânica, projetos e consultoria e serviços especiais de engenharia, e o ranking das 200 maiores minas do País.

Na revista, foram relatados ainda projetos de empresas de engenharia e construção, como Engevix, PCE, ATP e Aterpa M. Martins, além de iniciativas da indústria de máquinas e equipamentos, incluindo Himoinsa, Weg, JCB e XCMG. Duas páginas foram dedicadas à CZM e sua história de sucesso até a abertura de sua unidade industrial nos Estados Unidos.

Empresas apostam em alta tecnologia

AKomatsuintroduziu durante a Conexpo a sua nova escavadeira hidráulica híbrida HB215LC-2. Trata-se da terceira geração do modelo. A Komatsu foi a primeira indústria do setor de máquinas de construção a introduzir uma escavadeira híbrida e que tem a maior população desse tipo de equipamento. A HB215LC-2 é equipada com tecnologia de controle e monitoramento remoto de níveis de combustível, horas de operação, localização, condições de uso e alertas de manutenção. Os dados podem ser disponibilizados para análise na internet.

ATerexaproveitou a Conexpo para lançar o maior guindaste sobre caminhão na América do Norte: Crossover 8000, com capacidade de carga de 72,5 t, utilizável no raio de 360º, estabilizadores em X, lança principal de 57,6 m e maisjibextensível de 17 m. Velocidade de tráfego de 113 km/h. A plataforma Genie SX-180 sobre lança e autopropelida, lançada na Bauma, com alcance de 54,9 m, foi exibida em Las Vegas. A marca Powerscreen do grupo apresentou três novos conjuntos móveis: Premiertrack 300 com britador de mandíbulas, Trakpactor 320SR com britador de impacto e a peneira Warrior 2100.

ADoosanintroduziu nesta feira as suas linhas destinadas ao mercado americano e outros países industrializados, com o motor Tier 4: as escavadeiras DX63-3, DX350LC-5, DX490LC-5, a carregadeira DL420-5 e o caminhão articulado DA40-4, disponíveis a partir do segundo trimestre deste ano. A empresa também lançou a linha de três modelos de manipuladores de materiais, cujos implementos incluem uma garra e ímã. As máquinas com potência acima de 75 HP na família Tier 4 vêm equipadas com dois dispositivos antiemissão e sistema de telemática sobre manutenção preventiva.

Máquinas compactas com cabine em posição avançada, da Bobcat

A subsidiária brasileira que começou a produzir em Americana (SP) a escavadeira hidráulica DX225 LCA, de 22 t, já validada para obtenção do Finame, estuda a nacionalização de um segundo equipamento. A escavadeira nacional foi, inclusive, aprovada por uma empresa de reflorestamento após dois meses de testes. A Doosan também vai trazer ao País a carregadeira de rodas DL550, para uso de mineração, cuja caçamba transporta 10% a mais de carga útil que os modelos concorrentes.

A Bobcat, marca controlada pela Doosan, manteve sua tradição de pioneirismo no segmento de máquinas compactas ao lançar na Conexpo um motor que atende a norma Tier 4, sem tratamento das emissões graças a uma câmara de combustão que gera nível ultrabaixo de particulado. O equipamento mantém a proteção de corte automático do motor se o líquido refrigerante e o óleo hidráulico atingirem temperaturas de risco — e o projeto da cabine em posição avançada, para melhorar a visibilidade do operador.

A JLG fez o lançamento da maior plataforma de lança autopropulsada do mundo, a 1850SJ Ultra Boom. Atingindo 58 m de altura de trabalho, a máquina permite o uso de plataformas de trabalhos aéreos em aplicações previamente restritas a lanças montadas sobre caminhões. A 1850SJ oferece capacidade máxima de 454 kg. O equipamento inclui umjibtelescópico.

A Metso levou à Conexpo a Lokotrack LT220D, planta móvel compacta de britagem. A empresa explica que o equipamento é fácil de transportar e indicado para serviços menores. De acordo ainda com o fabricante, há uma tendência no mercado por plantas com eficiência de consumo de energia e fácil operação devido à instabilidade do preço do combustível.

A Bomag realizou o lançamento de compactadores BW 190 ADO-5 TanGO, BW 211 D-50 e BW 141 AD-5. O foco da empresa é na economia de combustível, performance do equipamento e conforto de operação. No Brasil, a empresa assumiu a fábrica que foi da Terex Road Building, que produz usinas de concreto e asfalto, vibroacabadoras, fresadoras, dentre outros equipamentos.

A Wirtgen apresentou na feira novidades em fresadoras a frio, recicladores a frio, estabilizadores de solo e pavimentadoras com sistema deslizante, apoiados no incremento de negócios na construção e manutenção de rodovias. A nova fresadora a frio W 200 Hi possui unidade de tambor fresador deslocável para fora (400 mm para a esquerda e para a direita). Já a fresadora a frio de alto desempenho W 250i tem tecnologia de propulsão ecológica que controla as emissões.

A Putzmeister expôs na Conexpo a série Bridge Maxx de betoneiras para concreto sobre caminhões. De acordo com a empresa, há um interesse crescente no mercado por equipamentos duráveis e mais leves. A indústria acredita que a redução de peso do veículo fornece melhor relação custo-benefício, adequando-o às regras de carga por eixo cada vez mais rigorosas em diversos países.


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