Alojamentos com lazer e enfermaria 24 h

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Responsável pelos projetos básicos e executivos e pela construção dos três alojamentos dos operários do Projeto Horizonte, a Método Engenharia tem enfrentado problemas relacionados às carências da região: falta de mão-de-obra qualificada, insumos e equipamentos.

“Como lá não tem operários treinados e os poucos que existiam já estão trabalhando na obra, temos que levar pessoal de Minas Gerais e outros locais”, informa Maurício Vizeu, diretor da unidade Indústria da construtora. A questão dos insumos também preocupou: só a construção da fábrica consome toda a produção de blocos de concreto da região. Se decidisse por usá-los na execução dos acampamentos, a construtora pagaria mais caro pelo transporte. A opção por paredes em concreto celular foi definida levando em conta esse fator.

Locação de equipamentos na região, nem pensar também. Eles são locados em grandes centros e transportados para o local. Isso se torna mais complicado em um momento de grande atividade da construção civil, como agora. E quando há quebra de uma peça, a dificuldade é esperar a compra e a chegada da mesma ao canteiro.

Um dos guindastes mais altos em operação no Brasil atualmente está lá: é um Gotwall de 550 t e 150 m de lança, pertencente à Irmãos Passaura. Há ainda um Liebherr de 300 t, outros 45 com capacidade entre 25 e 150 t, e três gruas.

Os três alojamentos construídos – os dois primeiros já em funcionamento, situados em Três Lagoas, e o segundo em Brasilândia, em obras –, seguem a mesma concepção construtiva: paredes em concreto celular com revestimento em argamassa projetada, piso cimentado, forro em PVC e telhas de fibrocimento. Eles foram idealizados divididos em blocos, cada um com 20 dormitórios.

Há ainda uma cozinha industrial com câmara frigorífica e um centro social, independente, também em concreto celular, com estrutura e cobertura metálica, dotado de salas de TV, caraoquê, lanchonete, caixas eletrônicos de bancos, loja e área de lazer com campo de futebol e quadras de bocha. A área administrativa ocupa outra edificação, contando com ambulatório, com médico e enfermeira 24 horas.

Os alojamentos possuem estação de tratamento de esgotos para a totalidade dos dejetos produzidos. A do primeiro alojamento, por exemplo, segundo o cálculo padrão para a região, deveria fazer o tratamento de 70 l/dia por pessoa, o que se mostrou insuficiente. “Foi feita uma estação com capacidade dobrada”, conta Vizeu.

A água, que provém de poço artesiano, é filtrada, clorada e armazenada em caixa com capacidade de 150 mil l para o alojamento e de 60 mil l para a cozinha.

Segundo Maurício Vizeu, a escolha do concreto celular foi feita também em virtude do prazo apertado, pois garante velocidade aos trabalhos. O primeiro alojamento foi construído em aproximadamente sete meses; o segundo foi mais rápido: cinco meses. E o terceiro demorará menos ainda. “Se usássemos o sistema convencional, com revestimento, seria mais demorado”, diz o diretor.

Ele explica que para levantar as paredes são usados blocos com 60 cm de largura x 40 cm de altura x 7,5 cm de espessura. “Põe um em cima do outro, nas laterais vai um perfil H. É muito rápido”.

Bem estar dos operários
Para Carlos Alberto Farinha e Silva, vice-presidente de Desenvolvimento da Pöyry Tecnologia e diretor para o Projeto Horizonte, a importância de oferecer alojamentos confortáveis faz com que os operários, em grande parte oriundos de diferentes regiões, e com graus de cultura e escolaridade variados, possam se sentir bem.

Outro ponto reforçado por Farinha é o cuidado com a dengue. Em 2006, a área era considerada endêmica. Graças ao trabalho feito pela companhia, conjuntamente com a prefeitura, e que constou na colocação de armadilhas, sanitização e controle do mosquito, em 2007 houve um número mínimo de doentes. Sem as medidas sérias de combate, havia o risco de uma verdadeira epidemia da região.

Além dos alojamentos, a Método responde pelas obras das portarias de insumos e de pessoal, sala de espera de caminhoneiros e posto de abastecimento de gás natural para a VCP. Em meados de abril, foi contratada pela White Martins para desenvolver os projetos executivos e a construção da planta de gás que a companhia vai operar dentro da VCP. É uma obra também rápida, de quatro meses no total.

Fonte: Estadão


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