Obras começaram em outubro do ano passado
Obra na capital vai aproveitar 150 m de passagem subterrânea desativada na estação da Linha 3 – Vermelha do Metrô e combinar vários métodos construtivos
José Carlos Videira
Iniciado em outubro do ano passado, o túnel faz parte do futuro Corredor Leste, com 12 km de extensão, que vai ligar a Radial Leste, na altura da Estação Vila Matilde do Metrô, na Zona Leste, e o Terminal Dom Pedro II. A obra vai evitar o represamento do tráfego de ônibus, que circularão pelo futuro corredor, e de automóveis que se utilizam da saturada avenida, na intersecção entre a via atual e a faixa de tráfego do corredor.
A obra do túnel vai custar R$ 176 milhões, ou cerca de 40% do custo total orçado para o Corredor Leste, que é de R$ 438 milhões. Segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras de São Paulo, os recursos são oriundos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2).
Com término previsto para abril de 2017, as obras estão sendo executadas pelo consórcio Mobilidade Urbana SP, formado pelas construtoras OAS e EIT Engenharia. De acordo com a secretaria, a execução da passagem subterrânea vai exigir o emprego de várias técnicas construtivas.
Num trecho de 380 m, o consórcio construtor vai aplicar o Método Austríaco Não Destrutivo (NATM) sob a via, seguindo até a Radial Leste. Em cada um dos 90 m das extremidades do túnel, a opção é pelo método cut and cover, com valas no sentido do emboque do túnel existente do metrô. Os 160 m de vias de acesso ao túnel (para coletivos que saem da Radial Leste e vão entrar no Terminal Parque Dom Pedro) serão construídos em vala a céu aberto.
A escavação do túnel vai movimentar em torno de 100 mil m³ de terra no local. O volume de concreto vai atingir, aproximadamente, 8 mil m³, além do consumo de 800 t de aço.
Solo mole, nível de água alto, baixa cobertura em área densamente ocupada estão entre as principais dificuldades do projeto, segundo a secretaria. O consórcio construtor vai precisar fazer jet grouting, rebaixar o lençol freático e utilizar enfilagem.
Túnel de metrô
O emboque será feito em túnel de 150 m de extensão, que está pronto, mas nunca foi utilizado, sob a Estação Pedro II, da Linha 3 – Vermelha do Metrô de São Paulo. Sem especificar valores, a secretaria afirma que a utilização desse túnel existente vai diminuir bastante o custo total da obra.
Essa etapa da construção está sendo executada sob o controle e acompanhamento da área de engenharia da Companhia do Metropolitano. Por intermédio de instrumentos, o consórcio construtor controla os recalques da estrutura da estação da linha de metrô mais movimentada de todo o sistema metroviário da cidade de São Paulo.
A construção do túnel exclusivo para a passagem de ônibus é uma solução de engenharia que vai contribuir para diminuir o tempo de viagem dos coletivos que chegam da Zona Leste de São Paulo em direção ao Terminal Dom Pedro II. A secretaria informa que, nos horários de pico de trânsito, os ônibus levam, atualmente, em média 40 minutos desde a saída da Radial Leste até o Terminal Dom Pedro II. Com o túnel, o percurso será feito em no máximo dois ou três minutos.
Túnel Radial Leste
Valor | R$ 176 milhões |
Início das obras | Outubro de 2014 |
Término das obras | Abril de 2017 |
Extensão | 630 m |
Movimentação de terra | 100 mil m3 |
Concreto | 8 mil m³ |
Aço | 800 t |
Consórcio construtor | Mobilidade Urbana SP |
Fonte: Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras de São Paulo
Fonte: Redação OE