Com licença ambientais em mãos, sai agora a duplicação da Serra do Cafezal

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Liberada finalmente pelo Ibama, a obra deve começar até julho próximo, visando reduzir os transtornos e aumentar a segurança para os usuários da Régis Bittencourt (BR 116)

A concessionária Autopista Régis Bittencourt, do grupo OHL Brasil, que administra a BR-116 de São Paulo a Curitiba, recebeu, no dia 5 de abril, as licenças necessárias para a duplicação da Serra do Cafezal, do km 363 ao km 367, região de Miracatu (SP), e do km 336+700m ao km 344, região de Juquitiba e Miracatu. O processo de licenciamento do trecho central ainda está em andamento.

As obras que já foram liberadas, entretanto, só deverão ser iniciadas em julho próximo, porque a empresa ainda terá de cumprir todas as condicionantes administrativas e ambientais listadas na Licença de Instalação emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

A duplicação dos 30,5 quilômetros da Serra do Cafezal é a obra mais importante do Contrato de Concessão firmado entre a concessionária e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), pelo fato de o trecho ser o único em pista simples da rodovia e, por conseqüência, representar um gargalo de tráfego. A conclusão das obras está prevista para 2013, com um investimento total de cerca de mais de R$ 330 milhões.

As obras

A duplicação, de acordo com a concessionária, deve começar pelo Bairro Barnabés, no município de Juquitiba, no km 336+800, onde termina o trecho em pista dupla, e prosseguir por um quilômetro. O acesso ao bairro Barnabés, localizado dos dois lados da pista, será feito com a construção de uma passagem inferior. No local também será implantada uma passarela para pedestres.

Posteriormente, na outra extremidade da Serra do Cafezal, do km 363 ao km 367, a primeira obra de duplicação a ser executada será a construção de uma ponte sobre o Rio São Lourencinho, no km 367.

A Autopista Régis Bittencourt informa que, além dos trabalhos de duplicação da Serra do Cafezal, dará continuidade normalmente às outras obras na rodovia previstas em contrato. Entre elas, estão a instalação de passarelas, construção de trevos de acesso, de marginais e retornos, recuperação completa do pavimento, entre outras.

Licença ambiental

As condicionantes previstas na licença ambiental concedida pelo Ibama incluem a coleta de amostra de água, identificação preventiva de fauna em estágio de reprodução, coleta de sementes de espécies em extinção e determinação de propriedades geométricas das áreas de intervenção para implementação de obras, além de desapropriações, detalhamento do projeto executivo e aprovação desse projeto junto à ANTT.

Trecho Sul do Rodoanel
passa no teste dos usuários

A obra demonstrou eficiência no desvio de caminhões que chegam do Litoral
e acessam a avenida dos Bandeirantes, no sentido das Marginais

Finalmente inaugurado, o Trecho Sul do Rodoanel Mário Covas, de São Paulo, mesmo com obras a serem concluídas, já vem atendendo às expectativas paulistanas. Idealizado para afastar o tráfego de veículos pesados do sistema viário, ele já demonstrou eficiência no desvio dos caminhões que chegam do Litoral e acessam a avenida dos Bandeirantes, no sentido das Marginais, para acessar as rodovias do sistema Anhanguera/Bandeirantes, Régis Bittencourt, Raposo Tavares ou Castelo Branco. Embora com atraso, a execução do Rodoanel vai desfazendo um dos principais novelos do tráfego da metrópole.

No primeiro teste da Rodovia, quase 132 mil veículos passaram pelo novo ramal, ou cerca de um quarto dos 550 mil veículos que usaram o Sistema Anchieta-Imigrantes no feriado. No mesmo período, segundo estimativa da CCR RodoAnel, cerca de 110 mil veículos usaram o trecho Oeste do Rodoanel, (que liga as Rodovias Régis Bittencourt, Bandeirantes e Castelo Branco ao Trecho Sul) e o trecho Sul para entrar no Sistema Anchieta-Imigrantes.

O tráfego no Trecho Oeste sofreu um aumento de 15% em comparação com o feriado de Páscoa de 2009 – passando de 646 mil para 740 mil veículos. Assim, a média de usuários no novo trecho do Rodoanel ficou próxima à expectativa do governo estadual para o trecho entre as Rodovias Imigrantes e Régis Bittencourt, com cerca de 35 mil veículos por dia.

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) ainda não possui números conclusivos sobre o efeito do Rodoanel no tráfego da cidade, mas verificou queda na lentidão do trânsito (ver boxe).

O melhor termômetro do Rodoanel tem sido mesmo a opinião da população ou do usuário. Muitos já experimentaram a redução significativa de tempo de viagem. Era comum, por exemplo, levar mais de três horas do município de Embu, na Região Metropolitana, até o sistema Anchieta/Imigrantes, o que hoje pode ser feito em 30 minutos.

Mas é possível que o beneficiado seja mesmo o próprio morador da capital. Com empregos distribuídos por todo o perímetro da cidade, já há quem preferira acessar o Rodoanel ao invés de cruzar a cidade para chegar ao seu ponto de trabalho.

O representante comercial Ernesto Rossi, que diariamente se desloca da região Sul, início da Via Anchieta, até a região Oeste, km 15 da Raposo Tavares, costumava levar 1 hora e 10 minutos para concluir um trajeto de 27 km gastando cerca de 4 litros de etanol. Hoje, ele prefere acessar o Rodoanel para chegar no mesmo objetivo, vencendo uma distância de 71 km em cerca de 40 minutos, com um consumo de cerca de 5 litros etanol. "Relativamente eu tenho mais economia de combustível e de tempo, além de menor desgaste do veículo, pois é melhor 71km em uma via de primeiro mundo do que 24 km entre faróis e buracos. Como a via ainda não está sinalizada, na volta para casa prefiro o caminho mais seguro. Mas isso é só questão de tempo", destaca.

Os dois trechos prontos já representam um significativo atalho para quem está na zona Norte ou Oeste. O mesmo não
pode ser dito para quem está na Zona Leste, que ainda precisa passar pela Marginal Tietê ou Pinheiros até acessar uma das cinco rodovias cortadas pelo Trecho Oeste. A região aguarda a execução do trecho Leste do Rodoanel, o próximo a ser executado segundo a previsão da Dersa, do governo de São Paulo.

Ainda há problemas na implantação do sistema pois só a sinalização básica está pronta, com poucas placas ao longo da via, razão da reclamação de muitos usuários, assim como a iluminação ausente em alguns pontos. Também faltam concluir alguns acessos e instalar rede de monitoramento por sistema de TV – pois não haverá telefones de emergência ao longo da via. Há apenas um posto da polícia rodoviária nas proximidades da Rodovia dos Imigrantes. Também é bom o motorista contar com o tanque cheio para cruzar a via pois não há, e nem haverá, posto de gasolina ao longo da via. Em por enquanto, não que trafega não consegue acessar o serviço de telefonia celular. Mas o usuário tem certeza as melhorias virão. Assim como os pedágios.

Trecho Leste

O Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) aprovou o Estudo de Impacto Ambiental (EIA/Rima) para Licença Prévia do Trecho Leste do Rodoanel, permitindo a abertura da licitação. Além das condicionantes que os técnicos da Secretaria do Meio Ambiente haviam destacado, outras foram incluídas durante as discussões do conselho.

Os conselheiros sugerem um aumento no tamanho da área de compensação ambiental de 540 hectares para 1080 hectares, a presença de integrantes do conselho na fiscalização e o aviso prévio de qualquer mudança no projeto. O Trecho Leste do Rodoanel terá 43,5 km e ligará as sete estradas dos trechos Oeste e Sul às rodovias Dutra, Ayrton Senna e Henrique Eroles (SP-66), passando pelos municípios de Ribeirão Pires, Mauá, Suzano, Ferraz de Vasconcelos, Poá, Itaquaquecetuba e Arujá.

Com a construção do trecho Leste, cujo investimento será de R$ 5 bilhões, o Rodoanel chegará a 143 quilômetros dos cerca de 170 quilômetros do projeto completo. A obra será ficará a cargo do vencedor da licitação do Trecho Sul, com prazo de construção será de 36 meses. Para coordenar o processo de licitação, o governo estadual criou uma Comissão de Licitação que ficará a cargo do leilão dos trechos Sul e Leste do Rodoanel Mário Covas. A Comissão de Licitação terá a coordenação da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp).

Para resolver o principal entrave à construção do trecho Leste do Rodoanel, o governo estadual pretende publicar um decreto que garanta a desapropriação da área, ao longo do traçado antes da realização do leilão dos trechos Sul e Leste do Rodoanel. "Devemos fazer um decreto de utilidade pública que autorize a desapropriação", disse Mauro Arce, secretário estadual dos Transportes. O decreto atende a uma reivindicação do setor privado, que teme não conseguir cumprir o prazo de construção do trecho Leste, por eventuais problemas no processo de desapropriação. Quem ganhar a licitação para explorar o trecho Sul do Rodoanel, terá que construir o trecho Leste.

O temor das empresas interessadas é de que as desapropriações interfiram no prazo máximo de 30 meses para a conclusão das obras. Caso o cronograma não seja cumprido, a concessionária será multada. Em razão disso, há também uma solicitação para que o governo estenda o prazo para 36 meses.

Assim, a exigência para que elas assumam as desapropriações está sendo considerado como o ponto mais polêmico da concorrência. Além de arcar com despesas de R$ 1,157 bilhão do total de R$ 5,036 bilhões a ser investido na obra ao longo de 35 anos, a iniciativa privada será responsável por conduzir o processo de retirada de mais de mil edificações, das quais 72% estão em área urbana.

Em entrevista à imprensa o secretário minimizou a dificuldade alegada pelos investidores para realizar a desapropriação e chamou a operação de trivial. Segundo o secretário, no caso do trecho Sul do Rodoanel, cujas obras foram feitas pelo próprio governo e estão quase prontas, as desapropriações foram "muito rápidas" e não impediram a formação imediata das frentes de trabalho.

CCR tem interesse pelos trechos Sul e Leste

A CCR, que já administra o trecho Oeste do Rodoanel Mário Covas, afirmou, à revista O Empreiteiro, que tem interesse em participar do processo de concorrência para a concessão dos trechos Sul e Leste. No entanto, a empresa salienta que só poderá analisar as condições do projeto e fornecer mais detalhes sobre sua participação após a publicação do edital de concessão.

Trânsito flui 18,9% melhor no primeiro dia útil após a inauguração do Rodoanel

No primeiro dia útil, em 5 de abril, após a inauguração da Nova Marginal Tietê e do Trecho Sul do Rodoanel, a cidade apresentou redução de 18,9% na lentidão média do trânsito entre 07h00 e 19h00, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). A medição da lentidão, feita pela companhia, passou também a considerar os 33 km de nova pista central da Marginal Tietê. Portanto, a base monitorada que era de 835 km, passou a ser de 868 km.

Lentidão Média na Cidade Toda (km)

Cidade toda

22/03/2010

05/04/2010

(base 868 km)

05/04/2010 (base 835 km)

Variação

(base 868 km)

Variação (base 835 km)

Horário

74

61

60

-17,5%

-18,9%

Balanço do movimento no trecho Sul do Rodoanel no feriado da Semana Santa

1/04 – 29.000 veículos – 35% pesados e 65% leves.
2/04 – 25.500 veículos – 5% pesados e 95% leves
3/04 – 26.200 veículos – 16% pesados e 84% leves
4/04 – 55.500 veículos – 9% pesados e 91% leves
Foram registrados 181 atendimentos aos usuários. Os cinco guinchos que atendem a via ajudaram a remover veículos quebrados, com pane seca, problemas elétricos e mecânicos e pneus furados.

Fonte: Secretaria dos Transportes

Monumento do Rodoanel exigiu emprego de equipamentos especiais

A TRCM, empresa especializada em andaimes, escoras e escoramentos para diversas aplicações, forneceu os equipamentos Leblok, tubos com braçadeiras, vigas dos tipos VF5" e VF3" e pranchões de madeira, que foram utilizados como escoramentos, andaimes e escadas, na construção do Monumento do Rodoanel Mário Covas.

A empresa também respondeu pelos serviços de projetos, cálculos, montagens e desmontagens das estruturas em Leblok, com tubo e braçadeiras para travamento, plataformas e passarelas de serviço.

O emprego desse tipo de recurso trouxe resultados positivos, entre os quais, a empresa destaca o cumprimento antecipado da obra, que é constituída por três partes distintas (semelhante a uma ponte estaiada), graças à praticidade do material Leblok, à agilidade no envio de materiais, aos projetos bem elaborados e econômicos e, principalmente, ao emprego de mão de obra especializada.

Fonte: Estadão


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