Complexo com três torres interligadas surge na Cinelândia

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Empreendimento possui salas comerciais e lojas; a área é integrada por cinema tombado pelo patrimônio, que está em reforma

Augusto Diniz – Rio de Janeiro (RJ)

Na Cinelândia, região central do Rio de Janeiro (RJ), constrói-se complexo empresarial com três torres, com salas comerciais e lojas. A área envolve a reforma de antigo cinema, tombado pelo patrimônio histórico.

Para construção do complexo empresarial, a construtora Dominus realizou demolição de 100% das estruturas no terreno de 5.608,42 m², incluindo pequenas edificações com até três pavimentos, parte ocupada por comércio e serviços.

Em agosto de 2011, deu-se início à mobilização do canteiro. A obra está prevista de ser entregue em julho do ano que vem. Hoje, com a estrutura concluída, o avanço físico da obra atinge mais de 70%. A construção está no pico, e cerca de 500 trabalhadores estão empregados no canteiro.

A estrutura foi toda concretada in loco. O complexo é dividido em três setores: 1 (bloco de frente à rua Evaristo da Veiga), com cada piso tendo 1 mil m²;  2 (bloco no centro do terreno), com cada piso tendo 2.200 m²; e 3 (bloco de frente à rua das Marrecas), com 1.700 m² cada piso. Todos eles, com 17 pavimentos cada, estão atualmente em fase de acabamento com as instalações eletromecânicas em andamento.

A área construída soma 104.089,36 m² (setores 1, 2 e 3). São 174 unidades projetadas no empreendimento138 salas comerciais e 36 lojas (restaurantes, academia e conveniências).

O empreendimento tem acesso por três logradouros, interligados pelo empreendimento por meio de galerias, cuja área principal receberá enorme claraboia para entrada de luz natural.

O complexo busca Certificação Leed Categoria Ouro. “As fachadas foram projetadas para buscar a certificação do projeto pela eficiente relação de consumo de energia atingida. Os vidros laminados serão verdes, azuis e brancos compondo instigante movimentação nas fachadas”, afirma o arquiteto do projeto, Edmundo Musa. “O Passeio Corporate nascerá como um ícone no Centro do Rio.”

Obra realizada no sistema invertido (ergue-se a estrutura junto com os trabalhos de fundação e contenção) para cumprir cronograma
 

Obras

Após a demolição de toda área, procederam-se escavações em solo no local, onde foram construídos três subsolos de estacionamento (com 336 vagas), ocupando todo o perímetro do terreno. Um trabalho de arqueologia também foi realizado durante as escavações – foram encontradas fundações de uma antiga hospedaria no local, provavelmente da época do Império, além de peças de utensílios diversos. O volume de escavação alcançou 93 mil m³.

Rodrigo Barcelos, engenheiro civil responsável pelo setor 2, explica que “o terreno é 100% cercado, com casas vizinhas antigas e pouca manutenção, o que exigiu cuidados sistemáticos na escavação, executada sem provocar danos nas estruturas vizinhas”.

A retirada do material de demolição e escavação foi feita em horários específicos do dia, atendendo restrição de tráfego na região central do Rio. Rodrigo Augusto Maux, engenheiro civil responsável pelo setor 1, afirma que essa movimentação do solo exigiu permanente monitoramento do entorno. 

Renato Gonçalves, engenheiro civil responsável por toda a obra, complementa que a escavação se deu logo após a queda de dois antigos prédios, no início de 2012, a duas quadras da obra. “Isso rondou o nosso trabalho de escavação, e a segurança das edificações vizinhas existentes foi nossa prioridade”, conta.

Engenheiros Augusto Maux, Renato Gonçalves e Rodrigo Barcelos
 

Fundações

Na medida em que ocorriam as demolições, dava-se início, em janeiro de 2012, aos trabalhos de contenção através de parede diafragma (profundidade média de 20 m), rebaixamento de lençol freático pelo método de poços profundos, fundações profundas com cravação de perfis metálicos para apoio provisório da estrutura, escavação invertida e contenções tipo ensecadeira para execução dos blocos do núcleo rígido.

As fundações foram de estacas escavadas – 450 unidades, com diâmetro de 90 a 160 cm e profundidade média de 25 m; estacas raiz – 45 unidades com profundidade média de 25 m; e estacas barrete – 12 unidades e profundidade média de 25 m.

No total, aproximadamente 100 blocos de fundação foram feitos — cerca 25 caminhões betoneira de concreto foram necessários para moldar cada bloco. Os blocos possuem tamanhos variados (com média de 60 m²).

 “A obra foi feita no sistema invertido (ergue-se a estrutura junto com os trabalhos de fundação e contenção), para avançar mais rápido”, relata Rodrigo Barcelos. “Mas a prática precisa ser concebida na fase de projeto, pois é necessário dimensionar os apoios provisórios (perfis metálicos) a serem posicionados, para dar início às obras da estrutura”.

Ele relata ainda que por conta do volume, a execução dos blocos do núcleo rígido ocorreu com concreto refrigerado.

Há 35 elevadores a serem instalados no complexo — 24 de acesso aos andares e 11 para acesso ao embasamento (onde se encontra o setor de lojas do empreendimento).

A fachada é de pele de vidro unitizada (ancorada na viga e os módulos de vidro encaixados) – um miniguindaste de 3 t coloca os quadros de andar por andar. Todas as fachadas dos três blocos têm pele de vidro e 50% do trabalho já foi feito.

Três blocos de prédio em obras entre antigas edificações no centro do Rio

Os engenheiros da obra relatam que o empreendimento possui uma série de diferenciais: na fachada, os vidros otimizam os sistemas de iluminação e ar condicionado que são inteligentes; os elevadores possuem sistema de antecipação de chamadas; há vagas no estacionamento para recarga de carros elétricos; o bicicletário contará com dois vestiários destinados aos usuários de bicicleta; e o projeto é totalmente integrado ao Cine Palácio, tombado pelo patrimônio histórico e que se encontra em reforma, para se transformar em teatro com capacidade para 1 mil pessoas.

Fonte: Revista O Empreiteiro


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