Dutos submarinos em águas profundas substituem oleoduto terrestre

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Projeto original da Petrobras previa a construção de um oleoduto terrestre de 610 km, saindo de Barra de Furado, no Norte Fluminense, até Guararema, em São Paulo. Contudo, surgiram restrições impostas pelo governo do Estado do Rio de Janeiro para a implantação da obra que ligaria a Bacia de Campos às refinarias do Sudeste. Em razão disso foi desenvolvida uma alternativa, que se revelou absolutamente satisfatória do ponto de bista da viabilidade técnica da engenharia: o uso de dutos submarinos. A nova concepção recorrerá à tecnologia dos dutos submarinos para ligar as plataformas de águas profundas a uma plataforma de rebombeamento (PRA-1) em águas mais rasas, de onde a produção será transportada por navios até os terminais marítimos no Litoral do Estado do Rio e de São Paulo ou para exportação. Dos terminais, o petróleo será escoado para as refinarias no Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo por oleodutos terrestres já existentes. Esta alternativa funcionará como um terminal oceânico formado pela PRA-1, por um navio de estocagem (FSO) e dois pontos de amarração no mar (monobóias), permitindo as operações de transferência do petróleo para os navios-tanque e, que o transportarão para os terminais e para exportação. O novo modelo viabilizará o transporte do aumento futuro da produção de petróleo do litoral fluminense e garantirá a meta de auto-suficiência em 2006/2007. Com o plano dos dutos submarinos, cujos investimentos são da ordem de R$ 2,7 bilhões – cerca de R$ 2 bilhões a menos do previsto na primeira versão – serão abertos cerca de 10 mil empregos na construção (2.500 diretos e 7.500 indiretos). Na fase de operação serão 1.800 empregos (520 diretos e 1.280 indiretos). Os engenheiros da Petrobras chamam a atenção para o fato de que, pela nova opção, não haverá necessidade de modificações nos projetos das grandes plataformas em processo de construção e licitação para produção dos campos gigantes localizados na Bacia de Campos. O primeiro trecho do projeto consiste em dutos submarinos individuais ligando as plataformas P-51, P-52, P-53, P-55 e Roncador -4, em águas de até 1.800 m de profundidade, à plataforma de rebombeamento PRA-1, a ser instalada em águas de 100 m de profundidade e a 113 km do litoral. No segundo trecho o petróleo será bombeado da PRA-1 para um navio armazenador (FSO) e para dois pontos de atracação flutuantes em alto mar (monobóias), onde os navios aliviadores (petroleiros) receberão o óleo para ser transportado até os terminais no Rio de Janeiro (Baia da Guanabara e Angra dos Reis) e São Paulo (São Sebastião). Dos terminais o óleo será bombeado para as refinarias, através de dutos existentes. As refinarias localizadas em Minas Gerais (Regap) e no Rio de Janeiro (Reduc) serão abastecidas pelos terminais localizados no litoral fluminense e as de São Paulo (Revap, RPBC, Recap e Replan) pelo terminal de São Sebastião, no litoral norte do Estado.
Fonte: Estadão


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