A Petrobras e o conteúdo Local: P-61, a primeira TLWP brasileira

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Em um movimento estratégico para nacionalizar a produção de equipamentos pesados, a Petrobras recebeu a P-61, a primeira plataforma do tipo TLWP (Tension Leg Wellhead Platform) construída no Brasil. O projeto é um marco para a engenharia naval nacional e reforça a política de conteúdo local da estatal.

As TLWPs são conhecidas por sua estabilidade, alcançada através de estruturas tubulares ancoradas no fundo do mar. Essa característica reduz a amplitude de seus movimentos, tornando-as ideais para certas condições de exploração.

A fase mais complexa da construção da P-61 foi o deck mating, a união do casco ao convés da unidade. Essa operação, conhecida como “integração”, foi executada no estaleiro BrasFELS, em Angra dos Reis (RJ), que também foi responsável pela construção do casco. A manobra envolveu a submersão do casco e o posicionamento do convés sobre ele com o auxílio de uma balsa, até que as duas partes fossem acopladas.

O contrato para a construção do casco da P-61 foi assinado entre a Petrobras e a BrasFELS (pertencente à FloaTEC Singapore) em janeiro de 2010. O escopo incluiu projeto, engenharia, construção e instalação, além de um contrato de três anos para a operação da plataforma.

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P-61 e P-63: Parceria em Papa-Terra

A P-61 operará em conjunto com a P-63, uma unidade do tipo FPSO (Floating Production Storage and Offloading), que também foi entregue recentemente. A P-63 foi integrada e comissionada no estaleiro Honório Bicalho, em Rio Grande (RS), após seu casco ser convertido de um navio-tanque na China.

A P-63 possui uma capacidade de produção robusta, podendo processar 140 mil barris/dia de petróleo e 1 milhão de m³ de gás/dia, além de armazenar 1,4 milhão de barris. Sua capacidade de geração de energia é de 98 MW. No pico de sua construção, a P-63 empregou 1.500 operários.

Ambas as plataformas, P-61 e P-63, serão instaladas no campo de Papa-Terra, na Bacia de Campos, uma operação conjunta da Petrobras (62,5%) e Chevron (37,5%).

Apesar do atraso nas entregas, o esforço de nacionalização da construção de equipamentos como a P-61 representa um avanço significativo para a indústria naval brasileira.


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