Engenharia brasileira cresce 147% desde 2018: Tecnologia, sustentabilidade e capital privado alavancam novo ciclo

Engenharia brasileira cresce 147% desde 2018: Tecnologia, sustentabilidade e capital privado alavancam novo ciclo

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Setor de Engenharia Vive Recuperação Histórica Impulsionada por Concessões

O setor de engenharia no Brasil consolida um ciclo de recuperação vigoroso, superando a crise iniciada em 2012. Segundo o Ranking 500 Grandes da Engenharia Brasileira 2025, publicado pela Revista O Empreiteiro, as 190 maiores empresas do segmento registraram um faturamento de R$ 143,81 bilhões em 2024. Este valor representa um crescimento acumulado impressionante de 147,41% desde 2018.

Essa expansão é sustentada por três pilares: capital privado, inovação tecnológica e a demanda crescente por infraestrutura, energia e saneamento. O levantamento destaca que os investimentos via concessões e Parcerias Público-Privadas (PPPs) foram cruciais, somando R$ 58 bilhões em rodovias, R$ 64 bilhões em saneamento e R$ 23 bilhões em ferrovias.


Capital Privado e PPPs Redefinem o Financiamento da Infraestrutura

A engenharia nacional testemunha um claro deslocamento dos recursos, com o investimento privado assumindo a liderança frente às limitações orçamentárias do setor público. Novas rodadas de concessões e privatizações são o motor de crescimento em áreas estratégicas, como:

  • Infraestrutura de Transporte (rodovias e ferrovias)
  • Energia Limpa
  • Saneamento Básico

Apesar do otimismo, especialistas alertam que a taxa de investimento total do país – atualmente em 16,8% do PIB – ainda é insuficiente para garantir a estabilidade de longo prazo, sendo necessário alcançar a marca de 25% do PIB em investimentos fixos.


Desempenho por Segmento: Onde a Engenharia Mais Cresceu

A análise por segmento do ranking revela as áreas de maior destaque em 2024:

SegmentoReceita (2024)Crescimento AnualCrescimento Acumulado (desde 2018)Destaques de Crescimento
Serviços Especiais de Engenharia (SEE)R$ 34,29 bilhões+35,3%+297%Liderado por engenharia ambiental, geotecnia, fundações e manutenção industrial (e.g., Ambipar, Solví).
ConstruçãoR$ 82,6 bilhões(Motor do setor)N/ALiderança de gigantes (OEC, Acciona), mas com destaque para a expansão de médias regionais (Construpower, Vertin).
Projetos e GerenciamentoR$ 12,02 bilhões+8,22%N/AConsolidação em engenharia de valor, com forte uso de BIM e modelagem digital (e.g., Progen, Concremat).
Montagem IndustrialR$ 14,88 bilhões+6,31%+146%Impulsionado por grandes projetos em energia, mineração e petroquímica.

Tendências que Moldam o Futuro da Engenharia Brasileira

O levantamento aponta que a próxima década do setor será definida por transformações tecnológicas e sustentáveis. As cinco tendências principais são:

  1. Transição Energética e Reindustrialização: Foco em energia limpa, petroquímica e fertilizantes.
  2. Expansão do Saneamento Básico: Continuidade de PPPs e regionalização dos serviços.
  3. Engenharia Ambiental e ESG: Crescimento de soluções de descarbonização e gestão de resíduos.
  4. Digitalização e Produtividade: Aceleração na integração de BIM, automação e uso de dados preditivos em obras.
  5. Formação de Novos Players Regionais: Consolidação de médias empresas, ampliando a competitividade nacional.

O Ranking 500 Grandes da Engenharia Brasileira confirma um novo ciclo de crescimento para a engenharia: mais privado, digital e, acima de tudo, sustentável.


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