Da ponte Rio-Niterói, próximo ao pedágio, é quase impossível não reparar pesados guindastes erguendo blocos, com intrincadas estruturas e tubulações, para levá-los até um navio com mais de 300 m de comprimento e altura de um prédio de 10 andares, fundeado ali próximo.
No local, se processa a construção de mais uma unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência de petróleo e gás (sigla em inglês FPSO). Trata-se da plataforma Cidade de Ilhabela.
Os trabalhos iniciaram em janeiro no estaleiro Brasa, em Niterói (RJ). A operação consiste de içar 13 módulos de cerca de 1 t cada, construídos naquela base, e integrá-los na unidade.
A plataforma foi convertida no estaleiro CXG, na China, a partir de um navio petroleiro e chegou ao litoral brasileiro no final do ano passado.
A FPSO Cidade de Ilhabela deverá entrar em operação no segundo semestre deste ano, no Campo de Sapinhoá, na área do pré-sal, na Bacia de Santos – a concessão do campo é do consórcio formado pela Petrobras (45%), BG E&P Brasil (30%) e Repsol Sinopec Brasil (25%).
A capacidade da plataforma será de armazenar 1,6 milhão de barris de óleo, processar até 150 mil barris por dia de petróleo e comprimir diariamente 6 milhões de m³ de gás. Ela ficará instalada em local com profundidade de 2.140 m. Seu comprimento é de 344,9 m e o peso será de 75 mil t.
No estaleiro Brasa foram construídos 13 dos 18 módulos que compõem a unidade, a partir do consórcio integrado pela SBM Offshore e Synergy. Os outros módulos foram construídos pela EBSE.
A FPSO foi alugada pelo consórcio SBM Offshore e Queiroz Galvão Óleo e Gás, que também será responsável pela operação da unidade.
O estaleiro Brasa construíra também módulos às unidades Cidade de Maricá e Cidade de Saquarema, para atender a exploração de petróleo em águas profundas. A base, instalada no final de 2011, emprega cerca de 2 mil empregados.
O estaleiro permite fabricação, carregamento, integração e comissionamento de uma FPSO e ocupa área de 85 mil m² no litoral niteroiense da Baía de Guanabara. (Augusto Diniz – Niterói/RJ)
Fonte: Revista O Empreiteiro