Estaleiro Jurong abriga 13 galpões e um dique seco

Compartilhe esse conteúdo

Previsto para entrega em março próximo, o empreendimento absorveu investimento total de R$ 1,5 bilhão
Lúcio Mattos

A Loyman Assessoria e Montagem Industrial, com sede em Marau (RS), pretende entregar até março as obras de seu contrato com o EJA (Estaleiro Jurong Aracruz), que está sendo construído em Barra do Sahy, litoral de Aracruz (ES), cerca de 80 km ao norte da capital do Espírito Santo, Vitória.

“Estão sendo construídos 13 galpões, onde cada um é parte do processo de fabricação a que se destina o estaleiro”, explica Felipe Viecili, responsável pelo Departamento Técnico da empresa.

Os galpões, que serão usados na produção de embarcações e partes básicas de plataformas de petróleo, representam 23 mil t de estruturas e essa parte do contrato tem valor de R$ 50 milhões. Aárea do telhado alcançará 130 mil m2, enquanto o fechamento lateral dos galpões representa uma área de 100 mil m2.

“A montagem de estruturas metálicas, fornecimento de equipamentos de elevação, montagem das telhas de cobertura e fechamento lateral já foram 80% realizados”, diz Viecili. “Alguns módulos que foram içados tinham peso superior a 100 t, o que exigiu a participação de mais de um guindaste ao mesmo tempo”.

A Loyman mantém mais de 30 guindastes trabalhando no local das obras, todos próprios, com capacidades que variam de 25 t a 130 t, além de outras 50 plataformas elevatórias, com alcance entre 15 m e 43 m.

A empresa também está montando uma Torre de Suporte de Perfuração no estaleiro, cujo contrato é de R$ 5 milhões. Esta estrutura já está na fase final de construção e será entregue em janeiro, de acordo com o responsável pelo Departamento Técnico da Loyman.

 

O estaleiro

O EJA está em fase final de construção e deve ser inaugurado no ano que vem, com investimento total da ordem de R$ 1,5 bilhão. “Cerca de 80% das obras de construção do estaleiro já estão concluídas, com previsão de conclusão no final de 2015”, afirma Luciana Sandri, diretora Institucional do EJA.

O estaleiro ocupará uma área total de 825 mil m² e terá um cais de 740 m de comprimento. O empreendimento mira o avanço da exploração de petróleo na camada pré-sal, com expectativa de suprir a demanda dessa atividade, especialmente na área offshore. Cerca de 2.500 operários (entre contratados diretamente e terceirizados) trabalham nas obras.

Quando estiver finalizado, o EJA terá capacidade de processar 4.000 t de aço por mês e estará habilitado a construir embarcações de qualquer tipo e fazer reparos – nessa fase operacional, deve manter em torno de 5.500 empregos (entre diretos e indiretos).

Uma operação de dragagem também está em curso, para obter 15 m de profundidade de calado, o que permitirá que plataformas de exploração petrolífera consigam entrar e sair do estaleiro sem a necessidade de retirar suas hélices. “A dragagem da área em frente ao cais sul já foi concluída”, afirma Luciana. “O restante será executado no ano que vem”.

O EJA terá um dique seco flutuante, destinado à montagem de embarcações e plataformas. A estrutura de concreto armado irá consumir 44 mil t de aço – sua capacidade de processamento industrial atinge 85 mil t/ano de aço. As construtoras responsáveis por esta obra são as empresas CR Almeida e Empa.

Em julho, o estaleiro recebeu o maior guindaste flutuante das Américas, que foi construído no Japão. Com 140 m de altura, 110 m de comprimento e 46 m de largura, este tipo de equipamento é utilizado no processo de construção de navios-sonda para o pré-sal e para integrar módulos nas plataformas de exploração offshore. Tem capacidade de içar até 3.600 t, distribuídas em quatro ganchos de 900 t cada.

 

Encomendas em carteira

O EJA já tem encomendas para a montagem e construção de sete navios-sonda e duas FPSO (as unidades flutuantes que podem produzir, armazenar e transferir petróleo e gás extraídos do fundo do mar). Os navios-sonda serão afretados à Petrobras e operados pelas norueguesas Seadrill e Odjefell.

Mesmo sem a conclusão das obras do estaleiro, a produção e montagem das peças para o primeiro navio-sonda (o Arpoador) já foram iniciadas. O prazo final para entrega das embarcações é 2019. “O cais sul e finger pier já estão prontos para receber o casco do primeiro navio-sonda para a montagem dos módulos que vão acomodar a tripulação e instalação da torre de perfuração e do CMC (compensador dinâmico)”, afirma Luciana Sandri.

O estaleiro capixaba é controlado pela Jurong Shipyard, por sua vez parte do grupo SCM (SembCorp Marine), de Cingapura – uma companhia de capital aberto, com cerca de um terço das ações pertencentes ao governo do país asiático. Em Cingapura, a Jurong Shipyard possui cinco estaleiros de alta tecnologia, no mesmo padrão projetado para a instalação do Espírito Santo.

A Jurong atua no Brasil há 14 anos e responde por metade das plataformas brasileiras de produção de petróleo – são 11 plataformas, entre as quais a P50, P54, P43, P37, P40 e P38. A empresa também já construiu quatro sondas afretadas à Petrobras indiretamente, entre elas West Sirius e West Taurus.

Fonte: Revista O Empreiteiro


Compartilhe esse conteúdo

Deixe um comentário