HP quer integrar impressora ao BIM

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A gigante de TI pretende crescer no mercado de projetos e construção oferecendo também soluções de fluxo de trabalho em meio ao avanço da tecnologia no setor

Augusto Diniz – San Diego (EUA)

 

Não é de hoje que se busca melhoria na qualidade de impressão a custos cada vez menores. Mas isso não tem sido o único foco no mercado por empresas que fabricam esse tipo de máquina. A melhoria do custo x benefício depende também da capacidade do equipamento de se integrar ao mundo cada vez mais digital.
 

A prática é visível no mercado de construção. A impressão de documentos de grandes formatos tem melhorado sobremaneira, com surgimento de impressoras mais eficientes e rápidas, oferecendo despesas progressivamente menores por impressão. Mas em outra vertente, o setor vive um momento acelerado de introdução da tecnologia da informação, desde o processo de concepção de projeto até a sua realização no canteiro de obras.

“É verdade que a forma que eles estão utilizando os projetos é cada vez maior em formato digital. Mas é verdade também que apenas 20% estão usando a metodologia BIM (Building Information Modeling)”, avalia Ferran Vilanova, gerente de vendas global da HP. “Mas no canteiro de obras o papel impresso continua sendo importante. É o meio que interage com as pessoas. O papel dá os detalhes e o contexto. Assim, eles precisam de ambos os formatos”.

A argumentação dele é amplamente discutida no setor e sabe-se que, de fato, o incremento da TI na arquitetura, engenharia e construção tem se concentrado muito ainda na fase de projeto. Mas engatinha na hora que segue para o site da obra, onde o envolvimento de vários projetistas, construtoras, subcontratadas e fornecedores dificultam o diálogo mais efetivo por meio digital.

Ferran explica que o desenvolvimento do BIM em formato colorido é um motivo até de investimento em impressoras, já que os modelos na tecnologia são em cor, exigindo impressão nessas condições. “Nós começamos no papel e depois passamos para o digital. Nós provemos soluções daquilo que está no papel para passar para o mundo digital, como scanner”, lembra.

Além de realizar, digamos, o inverso, a HP aposta no desenvolvimento de soluções de fluxo de trabalho para integrar impressoras aos avançados sistemas hoje existentes de criação e acompanhamento de execução de projetos em todos os seus estágios.  

“Nossa ação com outras empresas de TI que trabalham nesse mercado, como Bentley e Autodesk, é de integrar para a colaboração. Nós podemos imprimir o que as soluções Bentley e Autodesk geram. Nós não fazemos soluções para competir com eles. Nossa conexão com essas empresas é exclusivamente para impressão e ‘scanneamento’ de imagens”, afirma.  

Com a incorporação das soluções de colaboração como item importante nesse processo, a empresa norte-americana, precursora no Vale do Silício, na Califórnia, região símbolo do desenvolvimento tecnológico global, se integra ao ambiente que surge na área de projetos e construção – BIM e outras metodologias têm os sistemas colaborativos como instrumento primordial para gerar eficiência.

“Depois da concepção e apresentação ao cliente, o projeto entra em fase de colaboração. Aí, o desafio é administrar o pdf. Tem que se disseminar o projeto. Isso é muito crítico”, avalia. O pdf é o formato padrão para se ver virtualmente projetos ou imprimi-los. Ele relata que, por conta disso, a HP desenvolve parceria com a Adobe (proprietária do programa pdf) para buscar soluções que facilitem o fluxo de trabalho e integração.

Lançamentos

Para apresentar à imprensa seus lançamentos de impressoras jato de tinta de grandes formatos e soluções na área, a HP realizou, no início desse mês (junho), evento em San Diego, Califórnia (EUA). Na ocasião, mostrou a impressora MFP HP Designjet T3500 para impressão de documentos em preto e branco e em cores, que possui recursos de cópia e digitalização e operação à distância, através de rede wi-fi ou e-mail.

Já a HP Designjet T7200, também lançada, com produção em cores ou em preto e branco, tem como principal característica a capacidade de trabalhar com vários tipos de mídia. 

A empresa apresentou ainda uma nova impressora colorida, da tecnologia PageWide, com grande volume de impressão em alta velocidade. A linha já existia, mas agora foi apresentada para formatos maiores e mais adequada à impressão de projetos. De acordo com a HP, a tecnologia regula a velocidade e a penetração da tinta durante a impressão, gerando qualidade de impressão e facilitando o processo de secagem. A impressão possui mais de 200 mil bicos injetores de tinta na barra de impressão, um número bastante significativo para uma impressora.

Ao contrários das outras impressoras lançadas, que já estão à venda no mundo, a nova PageWide deve chegar ao mercado somente no segundo semestre do ano que vem.

software lançado no evento foi o HP Designjet SmartStream, que realiza gestão de impressão para ambientes com grande fluxo de trabalho. A solução tem alta capacidade de gerenciar programa em pdf, o que garante impressão consistente e precisa. O software reduz em até 50% o tempo de preparação de trabalhos complexos, como desenhos, mapas e imagens de satélite e aérea.

A plataforma que controla os pedidos de impressão é um passo considerado essencial pela HP para se integrar aos novos ambientes tecnológicos no mercado de projetos e construção.

Sobre o Brasil

 A HP tem grande expectativa com relação ao mercado brasileiro. O primeiro motivo é aparentemente óbvio: “O desenvolvimento da economia, especialmente na área de construção. Esperamos que muitas companhias imprimam bastante. Tecnologia as construtoras precisarão”, diz Ferran Vilanova, gerente de vendas global da HP.

Outro motivo é curioso. A impressão no Brasil tem o uso intenso de cores. “Nos Estados Unidos, somente de 5% a 10% usam cor no desenvolvimento de projetos; 95% são monocromo (preto e branco). No Brasil, 80% dos documentos são em cores e 20%, monocromo”, compara.

Como a HP tem cada vez mais desenvolvido impressoras coloridas, o mercado brasileiro torna-se bastante atraente. “Estados Unidos e Europa são grandes mercados, mas o Brasil estamos certos que chegará perto deles”, conclui.

Fonte: Revista O Empreiteiro


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