A conquista dos XV Jogos Pan-americanos para a cidade do Rio de Janeiro (Pan2007) trouxe para a cidade expectativas de muitas melhorias na área de infra-estrutura urbana, principalmente nos acessos ao bairro da Barra da Tijuca, onde se concentraram os eventos esportivos. Tais expectativas, no entanto, foram frustradas. Em 2003, quando a cidade soube que seria a sede do Pan2007, vários projetos, indispensáveis para a melhoria do transporte no Rio, foram anunciados, mas não chegaram a ser executados. O governo do Estado do Rio anunciou, como prioridade, a construção da linha 6 do Metrô, ligando a Barra da Tijuca ao município de Duque de Caxias, a conclusão da linha 1 e a ligação entre as estações do Estácio e Carioca, da linha 2. A construção de duas novas estações rodoviárias, uma no Trevo das Margaridas, na Via Dutra, e outra no bairro de São Cristóvão, além da reforma dos terminais rodoviários Américo Fontenele e Praça Mauá, que estavam nos planos do governo, também, infelizmente, não aconteceram.. A prefeitura do Rio, por seu turno, projetou a implantação do Transpan, um metrô de superfície, ligando a Barra da Tijuca ao Aeroporto Internacional Tom Jobim e ao Centro da Cidade, a duplicação túnel Lagoa-Barra e uma nova pista na Av. Niemeyer. Também nada saiu do papel. A herança do PAN 2007 para a cidade ficou apenas nos novos equipamentos esportivos construídos pela prefeitura do Rio: Estádio Olímpico João Havelange, no Engenho de Dentro, é o mais moderno da América Latina. Foi construído pelas construtoras Norberto Odebrecht, OAS (2ª fase e cobertura em estrutura tubular) e Delta (1ª fase – infra-estrutura). São 179.454 m2 de área total e capacidade para 45 mil pessoas, podendo ser ampliado para 60 mil. Arena Multiuso, no Complexo Esportivo do Autódromo, na Barra da Tijuca, é uma obra da Tecnosolo. Tem 65.780 m2 de área construída em concreto e estrutura metálica, com tratamento acústico e totalmente refrigerada, capacidade para 15 mil pessoas, 10 elevadores, circuito de TV com 159 câmeras e sistema de iluminação de quadra e de iluminação cênica, uma vez que o espaço pode ser utilizado tanto para atividades esportivas como para shows. Velódromo, o primeiro da América do Sul, também no Complexo Esportivo do Autódromo. A obra, executada pela Oriente, tem 11.431 m² de área coberta, fechamento lateral em telha, tratamento termo acústico e capacidade para 1.500 pessoas. A pista, de madeira importada (pinus siberiano) da Rússia, foi cortada na Holanda e montada no Velódromo com a supervisão de técnicos holandeses. Parque Aquático, o terceiro equipamento esportivo erguido no Complexo Esportivo do Autódromo, tem capacidade para 8 mil pessoas. A área parcialmente coberta é composta por uma piscina olímpica, uma piscina de aquecimento e um tanque de saltos ornamentais. A Delta foi a empresa líder do consórcio responsável pela execução dos 42.000 m² de área construída. Além dos novos equipamentos esportivos, outros Círculo Militar de Deodoro espaços foram reformados pelos governos federal e estadual. Nas instalações do Exército, no Círculo Militar de Deodoro, a Camargo Corrêa construiu os Centros Nacionais de Hipismo e de Tiro Esportivo, além dos Centros de Tiro com Arco e Hóquei sobre Grama; a Dimensional reformou o Estádio de Remo da Lagoa e Norberto Odebrecht, OAS e Andrade Gutierrez modernizaram o Complexo do Maracanã (estádio, ginásio do Maracanãzinho e parque aquático do Júlio Delamare).
* Francis Bogossian é engenheiro e presidente da Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro (Aeerj)
Fonte: Estadão