Situada na cidade de Ponta Grossa (PR), a nova fábrica da Mars, a quarta unidade da companhia, irá receber mais investimentos. Dona das marcas Pedigree, Whiskas e Cesar, a companhia de alimentos anunciou que irá investir R$ 200 milhões para instalar maquinário e sistemas de automação na nova unidade dedicada à produção de ração úmida para cães e gatos. A Mars já havia investido R$ 165 milhões na construção do prédio da fábrica. A previsão de entrega é para o primeiro trimestre de 2024. A notícia foi divulgada no jornal Valor Econômico, nesta quinta-feira, dia 01.
Com mais de 14,5 mil m² construídos – e previsão de alcançar 25 mil m² nos próximos seis anos -, a fábrica de Ponta Grossa amplia a capacidade de produção da Mars, hoje com unidades em Recife (PE), Mogi Mirim (SP) e Descalvado (SP). A empresa de alimentos também tem uma fábrica dedicada a “snacks” e chocolates, como os das marcas Twix e M&M’s, em Guararema (SP).
Ponta Grossa foi escolhida pela proximidade de fornecedores de matérias-primas e das principais vias de distribuição. Serão 150 empregos diretos no início da operação e 300 em cinco anos. No primeiro momento, a unidade vai atender ao mercado nacional, especialmente a região Sul, que representa 20% do mercado pet brasileiro. Também irá exportar a países da América do Sul. As exportações do setor em 2021 cresceram 33%, para US$ 412,5 milhões, sendo 95% de alimentos para pets.
A Mars tem duas marcas fortes, segundo a Euromonitor: a Pedigree tem 11,5% do mercado de alimentos para pets, e a Whiskas, 5,4%, respectivamente. Além dessas duas, a nova fábrica produzirá alimentos úmidos para as marcas Cesar, Sheba, Optimum e Kiteekat.
“Para a Mars, a categoria de sachês é grande e importante o bastante para anunciarmos uma nova fábrica focada exclusivamente nela”, diz João Konstantinidis, diretor de manufatura da Mars Petcare. A ração úmida vai dentro do sachê, pronta para ser consumida. De capital fechado, a Mars não divulga receita, tampouco a fatia dos alimentos úmidos nas vendas.
O cenário na produção de ração para cães e gatos vem crescendo e recebendo investimentos de outras companhias também. Em junho de 2022, a PremierPet, dona das marcas Golden e Premier, inaugurou sua quarta fábrica, inicialmente dedicada a alimentos secos, na qual investiu R$ 1,1 bilhão. Também em junho a Zee.Dog, da varejista Petz, lançou sua marca de alimentação natural, com investimento de R$ 10 milhões. Um ano antes, a Nestlé anunciou a construção de sua segunda fábrica de Purina no Brasil, com R$ 1 bilhão aplicados para ampliar, a partir de 2023, sua produção de alimentos úmidos. Também em 2021 a BRF, que já era dona da Balance, comprou o grupo gaúcho Hercosul, fabricante da Biofresh, mas a operação não teve valor revelado.
Embora tenha potencial para vender 8,3 milhões de toneladas, dado o tamanho da população de cães e gatos no país, as vendas estão na casa dos 3,7 milhões atualmente, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). A projeção é de que o volume de ração vendido cresça cerca de 6,6% em 2022. No ano passado, somente o segmento de alimentos movimentou 78% da receita do setor pet, cujo faturamento foi de R$ 35,8 bilhões.
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