Durante Almoço-Debate promovido pelo LIDE em São Paulo, ministro da Ciência e Tecnologia também enfatizou que o País precisa investir em pesquisa e desenvolvimento para competir mundialmente
O grande desafio brasileiro é transformar ciência, tecnologia e inovação no eixo estruturante do desenvolvimento brasileiro. E isto se dará pela consolidação da liderança na economia do conhecimento natural, no avanço em direção à sociedade do conhecimento, na transição para a economia de baixo carbono e sustentabilidade ambiental e na erradicação da pobreza e aprofundamento do processo de distribuição social e regional da renda. Foi o que defendeu hoje o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, que participou de Almoço-Debate promovido pelo LIDE – Grupo de Líderes Empresariais, em São Paulo, que contou com a presença de 307 empresários.
Segundo o ministro, em 2010 o Brasil investiu US$ 24,2 bilhões em P&D, o que representa 1,19% do PIB do País, valor inferior a importantes nações. Mercadante citou os exemplos dos Estados Unidos, Japão e China que investiram, em 2008, 2,74%; 3,44% e 1,54% do PIB de seus países, respectivamente. “O Brasil precisa do investimento das empresas em P&D, em inovação e tecnologia. Não podemos ter atitude passiva diante do tema. Temos que ter foco para avançar”. Ele também lembrou que a China exige transferência de tecnologia e que o Brasil precisa fazer o mesmo.
Mercadante também abordou a questão da transformação do FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos em “banco público de inovação” como um dos passos em direção a um novo padrão de financiamento e desenvolvimento tecnológico e de inovação. Neste sentido, outras iniciativas seriam a criação de novos fundos setoriais (indústria da construção civil, automotiva, financeira e da mineração) e a política de royalties do pré-sal. Neste aspecto, o ministro foi enfático ao afirmar que é contra a pulverização dos royalties entre os municípios. “Os recursos dos royalties do pré-sal tem que ir para educação, ciência e tecnologia, pois este dinheiro tem que ser utilizado de maneira estratégica e não para sustentar a máquina pública”, afirmou.
Outro item destacado por Mercadante foi a necessidade de se criar uma grande política de popularização da ciência, tecnologia e desenvolvimento. “Não quero que os mais pobres pensem apenas em ser jogadores de futebol e pagodeiros; eles têm que querer ser pesquisadores e cientistas”, afirmou, lembrando que o país está num momento excelente, como nunca teve antes, e os investimentos na área são imprescindíveis para que o Brasil dê um salto histórico no setor.
Dossiê dos aloprados
Ao ser questionado sobre matéria da Revista Veja, que publicou declarações de Expedito Veloso citando o ministro como um dos articuladores da compra de documentos sobre supostas irregularidades cometidas no Ministério da Saúde na gestão de José serra, Mercadante afirmou que só está “sendo questionado porque o (Oréstes) Quércia morreu”. O ministro completou dizendo que “o caso ocorreu há cinco anos, foi realizada CPI com 28 envolvidos e meu nome não estava entre eles, nem mesmo no recurso da oposição”.. Mercadante também fez questão de afirmar que não conhece Expedito Veloso e que irá enfrentar o debate sobre o tema sem o menor problema, pois é “um homem que possui uma vida pública”.
Clima empresarial
Pesquisa FGV-LIDE divulgada durante o Almoço-Debate apresentou o menor indicador do ano, caindo de 7 para 6,6. A eficiência gerencial do governo federal registrou o menor índice: 4,6; no governo estadual ficou em 5,8 e no municipal em 4,3. Os índices sobre negócios e economia mantiveram-se estáveis. Sobre o fator que impede o crescimento da sua empresa, o item “cenário político” foi o que apresentou maior crescimento (50%), passando para 6%.
A pesquisa também abordou aspectos específicos da Tecnologia de Informação e Comunicação. O índice sobre o papel da TI e Comunicação na empresa foi considerado alto, com índice de 8. A qualidade obteve índice 5,2 e o custo recebeu índice de 8,1.
Fonte: Estadão