Luciano Amadio*
Mecanismo há muito adotado pelas maiores construtoras, para grandes empreendimentos como os do setor elétrico, e já crescentemente utilizado por várias de porte médio para projetos de escala menor, mas também complexos, o consórcio de empresas – que propicia um salto de capacitação econômico-financeira, técnica e gerencial dos participantes – ganha a cada ano mais espaço no mercado de obras públicas. Daquelas viabilizadas por parcerias do Estado com a iniciativa privada, bem como das de responsabilidade governamental direta. E vai passando a constituir um instrumento relevante para a democratização desse mercado ao facilitar uma presença competitiva e qualificada nele de construtoras de todos os portes. |
Na presidência da Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (Apeop), entidade que reúne construtoras, grandes, médias e pequenas, tenho combinado o respaldo à participação individual das empresas nas licitações e na execução dos contratos tradicionais das três esferas do poder público com o apoio às que já integram consórcios e com iniciativas para a formação de novos, a partir do interesse das associadas de se unirem para o enfrentamento de desafios como os dos projetos federais do TAV – Trem de Alta Velocidade e os que decorrerão da abertura da política aeroportuária.
O encaminhamento das iniciativas voltadas a tais projetos tem envolvido a avaliação das experiências de gestão empresarial nas duas áreas, quase todas no exterior, por meio de encontros com técnicos, especialistas e dirigentes de consórcios nacionais e estrangeiros; o diálogo com as autoridades vinculadas às duas áreas – ministros e titulares das agências e dos órgãos correspondentes (a ANTT, a Infraero); e entendimentos com instituições financeiras (como o BNDES) e fornecedores externos de tecnologia.
Esse encaminhamento tem, ao mesmo tempo, ensejado expressiva presença do presidente da entidade, através da grande imprensa, no debate público dos referidos projetos. E, ademais, tem gerado outros dividendos: o de favorecer a preparação de crescente parcela de associados da Apeop para novas oportunidades de parcerias em outras áreas da administração federal, no governo do estado de São Paulo e em prefeituras de maior peso, como a paulistana, em diversos campos da infraestrutura econômica e social.
Entre as oportunidades do gênero que vão configurando-se no governo paulista incluem-se o plano de modernização do sistema aeroportuário do interior e projetos nas áreas de educação profissionalizante, segurança prisional, saneamento e saúde.
Com a estruturação e o funcionamento de consórcios qualificados e competitivos representando alternativa muito útil ao poder público e importante para a ampliação do mercado do conjunto das empresas associadas.
*Luciano Amadio é presidente da Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (Apeop)