Foto: Site Petrobras
Às vésperas do Dia Internacional da Mulher, instituições divulgam dados e mostram as iniciativas para impulsionar a presença feminina no setor. Em energia, historicamente dominado por homens, tem notado uma transformação significativa com a crescente participação feminina. No entanto, as mulheres ainda representam uma parcela menor da força de trabalho nesse campo. Dados de 2023 indicam que, no Brasil, as mulheres ocupam aproximadamente 20% das posições no setor elétrico, com uma presença mais acentuada em áreas administrativas e de serviços gerais (66,98%) e uma representação de 5,55% em cargos de alta liderança.
Globalmente, a situação é semelhante. De acordo com a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), as mulheres constituem cerca de 32% da força de trabalho em energias renováveis, com uma participação de 40% na indústria solar fotovoltaica e apenas 21% no setor eólico.
Para reverter esse cenário, iniciativas têm sido implementadas visando promover a equidade de gênero no setor energético. Em setembro de 2024, o Ministério das Mulheres do Brasil assinou o Pacto Nacional por Mais Mulheres na Energia e na Mineração, comprometendo-se a promover estratégias para aumentar a presença feminina em cargos de liderança e gestão, além de incentivar a formação e capacitação técnica de mulheres nessas áreas.
A presença feminina no setor de energia é essencial para enriquecer as perspectivas e abordagens, contribuindo para soluções mais inovadoras e eficazes. As mulheres trazem habilidades valiosas, como visão estratégica, comunicação
eficaz e capacidade de colaboração, que são fundamentais para o avanço e a sustentabilidade do setor.
Na NHS, indústria curitibana referência em soluções de energia, as mulheres representam quase 40% da composição total de 266 empregados. Entre os 30 gestores, 13 são mulheres, sendo oito, cargos de alta gestão.
Elisabete Schuster Gomes, Gerente de RH da NHS, conta que a mulher tem um cuidado diferente, principalmente para funções que exigem uma habilidade fina, como soldas em componentes. “É a questão técnica que define a vaga. Se há um empate, vamos para a experiência de mercado. Mas o olhar feminino conta muito para posições que exigem um detalhamento. Isso vale inclusive para os cargos de gestão, no qual percebemos o público feminino voltado à capacitação e ao alinhamento com as novas tecnologias”.
Capacitação feminina em petróleo e gás
O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) comemorou o Mês Internacional das Mulheres com uma série de iniciativas voltadas à promoção da igualdade de gênero e ao fortalecimento da presença feminina na indústria de petróleo, gás e energia. Entre as ações, destacam-se programas de qualificação que impulsionam o desenvolvimento de mulheres em cargos de liderança e em ambientes offshore, áreas historicamente dominadas por homens.
Pensando nisso, o programa “Elas Movem a Energia”, promovido pela Universidade Corporativa do IBP (UnIBP), tem o objetivo principal de impulsionar o protagonismo feminino na carreira, capacitando e empoderando mulheres em fase inicial ou intermediária de suas trajetórias profissionais e preparando-as para ocupar posições de liderança. A iniciativa, que está na primeira edição e é aberta a empresas não associadas e público geral, sem experiência no setor, promove uma agenda de diversidade e inclusão, com inscrições abertas até 22 de abril pelo neste link.
Também realizado pela UnIBP, o programa de Mentoria de Liderança Feminina objetiva potencializar as competências de mulheres que já atuam em posição de liderança na indústria de óleo, gás e energia – com, no mínimo, três anos de gestão -, proporcionando também a troca de expertise, além da formação de altas lideranças femininas do futuro. O projeto, que fechará seu 8º ciclo em 2025, já teve mais de 240 profissionais mentoradas e mais de 50 empresas participantes.
