Nordeste será um dos maiores produtores de energia eólica do mundo

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Até 2061, o Nordeste do Brasil, cuja área é 36 vezes superior à da Dinamarca, país europeu pioneiro em energia eólica e que possui aproximadamente 4 mil megawatts (MW) de capacidade instalada, ocupará um dos primeiros lugares no ranking mundial de maiores produtores de energia eólica do mundo. Com um potencial de instalação de 144 mil MW, a produção de energia eólica deverá ultrapassar a capacidade de utilização do Nordeste. A presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte (Fapern), Maria Bernardete Cordeiro de Sousa, prevê que, em função disso, será preciso desenvolver dispositivos de armazenamento desse tipo de energia, além de técnicas de distribuição ou conversão na rede de transmissão de energia elétrica. “A descoberta de novos materiais e das aplicações fornecidas pela biotecnologia e nanotecnologia deverão gerar respostas para esse desafio”, avalia.

Para ela, o Nordeste saberá aproveitar o potencial da região para as energias limpas, particularmente nas áreas litorâneas para a energia eólica, e irá diversificar as fontes de biocombustíveis. “Teremos outras componentes na matriz energética disponível, além das usinas geradoras de energia elétrica, da indústria petrolífera e do gás”, sustenta.

Pelas previsões da presidente da Fapern, o Nordeste comemorará, em 2061, avanços significativos no tocante ao desenvolvimento humano e ao acesso a educação e atitude empreendedora, apoiados nas potencialidades regionais, notadamente o agronegócio e o turismo, e tendo como eixo transversal a sustentabilidade.

“Como eixo articulado a esse desenvolvimento, antevemos que as atuais políticas para o desenvolvimento da ciência e tecnologia no Brasil, com seu forte potencial indutor para a região Nordeste, promoverão a internalização dos avanços científicos e tecnológicos nas plataformas da gestão pública, a partir da implementação efetiva dos planos nacional e estaduais de Ciência, Tecnologia e Inovação, de forma que a região Nordeste terá papel destacado no cenário científico nacional e internacional, em diversas áreas do conhecimento”, prevê.

Outro cenário presente daqui a 50 anos, de acordo com a professora, deverá incluir a criação de polos de excelência em diferentes áreas do conhecimento, a partir da criação dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia lançados no final de 2008 pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). “Isso irá gerar repercussões positivas no que concerne ao surgimento de novas vocações para a região, avanço científico e tecnológico nas áreas da saúde, planejamento urbano, materiais, comunicação sem fio, tecnologia de informação e serviços diferenciados e mais acessíveis a população como um todo”, explica.

Ainda num cenário positivo de desenvolvimento, a presidente da Fapern acredita que a melhoria das condições de vida dos nordestinos, associada à qualificação do ensino público e efetiva ampliação do sistema federal e estadual de formação em nível superior, ocasionarão uma oferta crescente de recursos humanos qualificados para o exercício de atividades em diversas áreas de interesse regional, gerando, dessa forma, o surgimento de diversos polos de desenvolvimento humano distribuídos por todos os Estados nordestinos.

“Nossa população que, nos dias atuais, ainda luta por condições dignas de sobrevivência e que, a despeito de tantas condições adversas, continua a oferecer tantos cérebros e trabalho em favor do desenvolvimento nacional, passará a compor o panorama internacional como uma região dotada de condições para se desfrutar de uma excelente qualidade de vida, com oferta de empregos em diferentes municípios e com um diferencial de sustentabilidade nas suas atividades”, conclui.

Participação (%) das grandes regiões no Produto Interno Bruto

2002-2008

Grandes Regiões

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

Norte

4,7

4,8

4,9

5,0

5,1

5,0

5,1

Nordeste

13,0

12,8

12,7

13,1

13,1

13,1

13,1

Sudeste

56,7

55,8

55,8

56,5

56,8

56,4

56,0

Sul

16,9

17,7

17,4

16,6

16,3


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