Obras se multiplicam para reestruturar o Rio, mas abrem polêmica

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Engenheiros, arquiteto, geólogo e sociólogo reconhecem que a cidade do Rio de Janeiro está se transformando, em algumas áreas, em diversificados canteiros de obras e que, para ela, o processo de modernização já chega com atraso

Uma série de indagações sobre os trabalhos que vêm sacudindo a infraestrutura carioca foi colocada para os seguintes profissionais:

Francis Bogossian, engenheiro, presidente do Clube de Engenharia e da Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro (Aeer).

Márcio Amorim, engenheiro, presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva – Rio de Janeiro.

Pedro da Luz Moreira, arquiteto, diretor do Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB nacional e vice-presidente do IAB-RJ.

Alberto Sayão, professor de Engenharia Civil da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC), ex-presidente da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica e membro da Academia Nacional de Engenharia (ANE).

Alberto Silva, sociólogo e presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro, que responde pelo conjunto de obras do Porto Maravilha.

As perguntas colocadas à análise desses profissionais e líderes em seus segmentos de atuação embasam as dúvidas de algumas áreas sociais sobre a natureza das obras em andamento. Resumidamente são as seguintes:

1. A prefeitura do Rio de janeiro e o governo do estado estão conseguindo destravar projetos de arquitetura e de engenharia considerados inadiáveis para alterar a feição urbana e a qualidade de vida da cidade?

2. O que está colaborando para o destravamento desses projetos e, dentre eles, quais aqueles julgados mais significativos?

3. Tais obras têm alcance social adequado? Em que medida elas vão conferir efetiva melhoria de qualidade de vida aos cidadãos do Rio de Janeiro?

4. Estão em andamento projetos e obras que tenham em vista a prevenção contra inundações e deslizamentos nas regiões serranas? Desastres, como o que ocorreu no morro do Bumba, em Niterói, podem ainda se repetir?

5. Algumas das obras de reestruturação urbana têm a participação de arquitetos do exterior, de que é exemplo a presença de Santiago Calatrava na elaboração do projeto de arquitetura do Museu do Amanhã. Como participação desse tipo pode ser analisada?

Uma indagação, que também foi colocada, diz respeito ao protagonismo do prefeito Eduardo Paes (PMDB) nesse conjunto de obras que mexem com a cidade nesse começo de século. Curiosamente, algumas obras estruturantes daquele Rio remanescente da época do Império começaram no início de um novo século. Refiro-me ao prefeito Pereira Passos, que inspirado na capacidade modernizadora de Haussmann, em Paris, dedicou-se à reconfiguração urbana do Rio de Janeiro – passos aparentemente seguidos, hoje, por Eduardo Paes. Na sequência vamos aos textos elaborados a partir dos depoimentos fornecidos para a mesa-redonda.

(Nildo Carlos Oliveira)

Fonte: Padrão


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