Randon amplia parcerias para diversificar linha amarela

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A Randon trabalha para fechar parceria ainda este ano com a Sinomach, gigante estatal chinesa de máquinas, para ampliar sua oferta de linha amarela no mercado brasileiro — o segmento teve o maior avanço percentual (30%) na divisão de veículos e implementos do grupo em 2012.

A Randon já é conhecida no Brasil na linha de retroescavadeira, ocupando 13% deste mercado. A empresa monta o equipamento em sua planta industrial em Caxias do Sul (RS) utilizando componentes de grandes marcas, como MWM (motor), Allison (transmissões), Wipro (engrenagens) e Hidrover (sistemas hidráulicos).

“O projeto Sinomach está ainda em estudo, mas a decisão sai este ano”, avisa Norberto José Fabris, diretor corporativo de implementos e veículos da Randon. A empresa pretende produzir equipamentos da marca chinesa no Brasil.

Outro projeto no segmento de veículos especiais, este mais adiantado, é a nacionalização dos caminhões fora de estrada da italiana Perlini, voltados para construção e mineração na faixa de 30 t, 70 t e 100 t. Atualmente, a empresa coloca caçamba nos caminhões que chegam ao Brasil, mas a proposta é nacionalizar em breve os principais componentes do veículo, atingindo 60%, para ser enquadrado no programa Finame.

“Estamos otimistas nas vendas de retroescavadeiras e caminhões off-road em 2013. Será um ano de crescimento, com previsão de expansão de 12% a 15% neste segmento”, avalia Fabris. É com essa expectativa que a Randon aposta em parcerias internacionais para avançar ainda mais no mercado de máquinas.

Nesse primeiro semestre, a empresa fabricará 775 retroescavadeiras já encomendadas dentro do programa PAC Equipamentos.

Perspectivas 2013

Não é comum empresas no Brasil dialogarem com a imprensa para apresentar seus serviços, produtos e balanços. Em geral, elas enviam os famigerados releases à imprensa esperando que os veículos os republiquem dentro do contexto que lhes interessa.

Mas a Randon faz parte desse grupo de empresas no Brasil que parece preferir a franqueza e a transparência com o mercado, mesmo que os seus resultados estejam aquém do esperado – o que demonstra maturidade empresarial. No seu 11º encontro anual com a imprensa em sua sede, ela expôs que no ano passado houve queda em quase todos os itens de seu balanço.

“2012 foi o pior nos últimos 10 anos”, resume Alexandre Randon, vice-presidente das empresas Randon, que produz desde reboques e vagões de trem, passando por veículos especiais, até autopeças. Porém, iniciativas do grupo na direção do crescimento revelam que ele já se prepara para a retomada.

Com investimento de R$ 100 milhões, a Randon implementou sistema de gestão integrada da SAP (ferramenta que visa integrar processos e procedimentos da organização) em todas as áreas do grupo. A plataforma levou dois anos para ser desenvolvida e agora a empresa espera colher os benefícios do sistema, gerando maior desempenho interno.

José Norberto Fabris e Alexandre Randon, da Randon

Outra iniciativa que demonstra confiança é o investimento de R$ 200 milhões em nova fábrica em Araraquara, no interior de São Paulo. Uma área de 125 ha já foi adquirida no município. As obras da nova unidade fabril devem começar no final de 2013.

O faturamento do grupo teve queda em 2012 de 16,2%, passando de R$ 6,4 bilhões para R$ 5,3 bilhões. Parte desse resultado está no fato de que em 2011 muitos usuários anteciparam compras de caminhões para evitar pagar mais caro nos modelos 2012, que obrigatoriamente devem trazer motorização para a tecnologia Euro V. O fraco desempenho da economia brasileira, com o PIB fechando em menos de 1%, foi outro fator que pesou.

Este ano, o grupo já aposta em crescimento superior a 15% no faturamento, principalmente por conta da safra agrícola recorde e a expectativa de um PIB mais robusto. A receita bruta deve voltar à casa de R$ 6 bilhões.

Fonte: Revista O Empreiteiro


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