O novo presidente da companhia, André Salcedo, anunciou que pretende ampliar a eficiência da Sabesp, disputar licitações e ainda estudar parcerias, como PPPs para acelerar os investimentos. O executivo afirmou que irá conduzir a companhia independente do processo de privatização , conforme o próprio governador Tarcísio de Freitas já anunciou.
André Salcedo comentou os planos com a Sabesp em entrevista do jornal Valor Econômico: “A companhia vai ser gerida do jeito que está, buscando todas as alavancas de valor possíveis, independentemente da decisão de privatizar. Esse é o pedido que o governador fez e é a visão que tenho”, disse o presidente.
Segundo Salcedo, um dos focos é uma reformulação da estrutura da Sabesp.
O objetivo é centralizar parte das atividades administrativas que hoje estão pulverizadas nas superintendências regionais.
“Vamos criar um centro de serviços compartilhado para aliviar as pontas, para que possam focar na produção de água, no tratamento de esgoto, no atendimento ao cliente”, afirma.
“A simplificação vai permitir usar a estrutura que temos hoje para fazer mais e expandir a atuação em novos mercados dentro da nossa cadeia, como aproveitamento de lodo, geração de energia, resíduos sólidos”, diz.
Sobre a possibilidade de novas PPPs, o presidente diz que o formato será analisado. “É uma maneira de alavancar investimentos e antecipar a meta regulatória, com um instrumento válido e eficiente. Se for uma solução que antecipe investimento, dê mais eficiência ao uso do capital, remunere adequadamente o prestador de serviço e traga o resultado correto, vale tudo, vale PPP com investimento para esgoto, para água, o que precisar ser feito.
”
A companhia também tem se preparado para disputar licitações de concessões em municípios dentro do Estado. André avalia, mesmo estatal, que a Sabesp tem condições de ser competitiva nas licitações. “Por serem municípios limítrofes é natural que a gente olhe; temos vantagens competitivas no Estado.
A Sabesp é competitiva e pode ser muito mais”, diz.
Em relação a projetos fora de São Paulo, Salcedo afirma que os casos serão analisados, mas que hoje não há grandes leilões previstos e em discussão.
“Uma vez que surgirem oportunidades fora do Estado teremos que fazer o debate para ver se faz sentido, ver o tamanho do investimento necessário, em que aspecto pode se competir com os investimentos que precisamos fazer nos contratos existentes.”
Com formação em engenharia, Salcedo é servidor do BNDES desde 2003. No banco, chegou a chefiar o departamento de Fomento ao Mercado de Capitais. No fim de 2019, o executivo se afastou do BNDES para atuar no setor privado: primeiro na Iguá e, em 2022, como diretor financeiro da Akad Seguros, empresa da GP Investimentos.