A manutenção do calado operacional é uma das atividades de engenharia mais críticas para a competitividade de qualquer complexo portuário. No Porto de Itajaí (SC), um contrato de dragagem essencial, orçado em R$ 17,5 milhões, enfrenta sérios desafios que ilustram os riscos na execução de obras de infraestrutura federal.
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O projeto, fiscalizado pelo governo federal e executado pelo Consórcio Draga Brasil, sofreu paralisações que ameaçam o cronograma, expondo entraves burocráticos e operacionais.
O Ponto Crítico: Paralisação por Atraso de Pagamentos
O principal obstáculo do projeto foi a paralisação das duas dragas chinesas contratadas para o serviço. Os equipamentos ficaram inoperantes por 12 dias devido à falta de pagamento de uma parcela de R$ 6 milhões por parte da Secretaria Especial de Portos (SEP), órgão do governo federal responsável pela gestão do contrato.
Após a interrupção, a SEP informou que liberaria os recursos ao Consórcio Draga Brasil para a retomada dos serviços. No entanto, a paralisação acende um alerta para empresas de engenharia sobre o fluxo de caixa em contratos públicos.
Entraves Contratuais e Operacionais do Projeto
Além da questão financeira, a obra em Itajaí acumula outros desafios que impactam diretamente a execução no canteiro:
- Aditivo Contratual Sob Análise: O contrato original de R$ 17,5 milhões pode estar subdimensionado. Um aditivo de 50% no valor foi endossado pelo ministro dos Portos, Pedro Brito, na época. Contudo, a equipe técnica da SEP ainda estuda as alterações, gerando incerteza sobre o escopo final e o orçamento da obra.
- Pendências de Segurança e Navegação: A complexidade da operação não é apenas financeira. Uma das duas dragas chinesas foi impedida de operar pela Capitania dos Portos por não apresentar itens de segurança da navegação considerados padrão no complexo portuário de Itajaí, demonstrando a necessidade de adequação rigorosa às normas locais.
A Importância Estratégica da Dragagem para Itajaí
Apesar dos entraves, a conclusão desta dragagem é vital. O serviço de remoção de sedimentos do canal de acesso garante a profundidade necessária (calado) para que o complexo portuário receba navios de grande porte, mantendo sua relevância nas rotas de comércio internacional e escoamento da produção nacional. A indefinição sobre o prazo de entrega da obra gera apreensão no setor logístico.
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