Estatais investem em obras de expansão de redes

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Carlos Brazil

 

Grandes empresas estaduais de saneamento são responsáveis por importantes investimentos em todo o País, especialmente nas áreas de fornecimento de água e esgotamento sanitário. Este é o caso da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), da Empresa Baiana de Água e Saneamento (Embasa) e da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). Conheça, a seguir, os principais projetos dessas empresas.

 

Sabesp

Em meio a grave crise de fornecimento em razão de uma severa seca que atingiu o Estado de São Paulo neste ano, com destaque para os problemas causados na Região Metropolitana da capital paulista, a Sabesp foi obrigada a destinar vultosos recursos a importantes obras emergenciais, como a que possibilita a captação de água do chamado volume morto do Sistema Cantareira de abastecimento. A empresa terá, também, de dedicar recursos à integração de sistemas para melhor gerenciar eventuais situações excepcionais como a vivida atualmente.

 

No entanto, a companhia, que está presente em 369 municípios paulistas, mantém seu cronograma de investimentos e de obras em andamento. Para o abastecimento de água na região da Grande São Paulo, a Sabesp prevê, até 2018, aportes num total de aproximadamente R$ 4,4 bilhões, com recursos próprios e financiamentos. “Estamos trabalhando com o futuro, não só com o presente”, afirma Edison Pinzan, diretor de Tecnologia e Empreendimentos da Sabesp.

 

 

De acordo com a companhia, uma ação fundamental desse pacote é o Sistema Produtor São Lourenço. As obras – viabilizadas por parceria público-privada (PPP) firmada com as construtoras Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa – foram autorizadas em abril deste ano. O sistema vai ampliar a capacidade de produção de água tratada para a Região Metropolitana de São Paulo em 4.700 l/s. O investimento de R$ 2,21 bilhões será feito integralmente pela iniciativa privada, e o início de sua operação está previsto para 2017.

 

Na Grande São Paulo, o Projeto Tietê, considerado o maior programa de saneamento ambiental do Brasil, segue com a construção e ampliação de estações de tratamento de esgoto, instalação de novas tubulações de grande porte, aumento das redes coletoras nos bairros e novas ligações domiciliares. Atualmente, o projeto encontra-se em sua terceira etapa, com obras em execução ou em fase de contratação espalhadas por 27 municípios na Grande SP. Sua conclusão é prevista para 2016. Dentro das ações da terceira etapa, ao custo de R$ 1,05 bilhão, destaque para o início em 2013 da ampliação da Estação de Tratamento de Esgotos de Barueri, a maior unidade de tratamento de efluentes da América Latina.

 

Também no ano passado, avançou o planejamento da quarta etapa, cujo valor estimado de investimentos é da ordem de US$ 4 bilhões. O início das obras desta etapa será antecipado para este ano.

 

Copasa

Responsável pelo fornecimento de água e serviços de esgotamento sanitário em 626 dos 853 municípios do Estado de Minas Gerais, a Copasa possui alguns dos grandes projetos na área de saneamento do País. Entre eles está o Programa Água da Gente, lançado pelo Governo de Minas em 2013, que terá aporte de R$ 4,5 bilhões até 2016 em sistemas de água e esgoto, em todas as cidades em que a companhia atua. “É o maior programa de investimentos em água e esgoto já realizado em Minas Gerais”, explica o presidente da Copasa, Ricardo Simões.

 

No segmento de produção de água, a Copasa firmou, ao final de 2013, uma PPP com a Odebrecht Ambiental para ampliação e operação do Sistema Rio Manso de armazenamento e captação. Estão previstos investimentos de R$ 693,7 milhões no projeto ao longo de 15 anos.

 

A Copasa já concluiu 74% das obras no Sistema Produtor do Rio das Velhas, que incluem a ampliação e modernização das instalações já existentes. O custo das intervenções chegará a R$ 261 milhões, e sua conclusão está prevista para este ano.

 

Já a região de Montes Claros está sendo beneficiada por obras de ampliação do sistema de abastecimento de água do município. As intervenções devem terminar em 2015, ao valor de R$ 83 milhões.

 

Destaque também para a ampliação da capacidade de tratamento de esgoto na Região Metropolitana de Belo Horizonte, com a construção da estação de Arrudas. Com 65% das obras concluídas e previsão de término em 2015, o projeto está consumindo R$ 204 milhões em investimentos.

 

Outro projeto de maior vulto é a ampliação do sistema de esgotamento sanitário e expansão da capacidade de atendimento em Contagem, também na Região Metropolitana da capital mineira, que segue em obras, com previsão de conclusão no ano que vem. Os recursos destinados ao projeto somam R$ 213 milhões. Nessa mesma área do Estado, está sendo implantada a estação de tratamento, interceptadores e elevatórias em Ibirité, ao custo de R$ 139 milhões.

 

Plano de expansão do sistema de esgotamento sanitário da Copasa soma R$ 213 milhões

 

Embasa

Presente em 364 de um total de 417 municípios baianos, a Embasa atende 12,7 milhões de pessoas com abastecimento de água e 4,5 milhões com esgotamento sanitário. A estimativa de investimentos em ações de abastecimento de água em 2014 é de R$ 354 milhões.

 

As obras mais importantes são a construção da Barragem do Catolé (em licitação ao valor de referência de R$ 140 milhões) e a ampliação dos sistemas de abastecimento de Paulo Afonso, Barra do Pojuca, Machadinho Norte e Machadinho Sul, todas em fase de contratação, sem valor definido. Também há a ampliação do sistema integrado de abastecimento de água de Salvador e Região Metropolitana, este último já em obras, ao valor de R$ 83,4 milhões.

 

Já na área de esgotamento sanitário, a estimativa de investimentos &e
acute; de R$ 241 milhões. Destacam-se a retomada da obra do sistema de esgotamento sanitário de Lauro de Freitas (única em obras, por R$ 68 milhões) e a implantação dos sistemas de esgotamento sanitário de Irecê, Ilhéus, Senhor do Bonfim, Caetité e Arembepe, todos em fase de contratação, sem valor divulgado.

 

Em Salvador, estão previstas a ampliação do sistema de esgotamento sanitário na região das bacias da Pituba e Armação e o adensamento das bacias do Alto Camarajipe, Mangabeira, Rio das Tripas, Periperi, Cobre, Calafate, Saboeiro, Baixo Jaguaribe e Baixo Pituaçu.

 

Compesa

A Compesa atua em 173 dos 185 municípios do Estado de Pernambuco. Após aumentar a produção de água desde 2007, os investimentos da companhia estão voltados atualmente para a melhoria da sua distribuição. Para isso, estão sendo realizadas trocas de tubulações (500 km somente em Recife) e obras de setorização. Com investimentos previstos de R$ 400 milhões, já estão contratados 1.200 km de implantação e substituição de redes, sendo que 400 km já foram executados.

 

Para melhorar a continuidade do abastecimento, a Compesa tem apostado na expansão e modernização dos sistemas de produção, tratamento e distribuição da água e ainda nos programas e tecnologias que promovem a redução de perdas. “O Brasil possui uma dívida histórica na área de saneamento básico e, para quitá-la, é preciso valorizar as empresas do setor que lidam diariamente com os reclamos da população e lutam para transformar essa realidade”, afirma Roberto Tavares, presidente da Compesa.

 

Entre os programas de destaque, estão: o Promais – Programa para o Fim do Racionamento e Redução de Perdas no Interior do Estado, com orçamento total de R$ 263 milhões, obras em curso em 14 municípios e já concluídas em outros 45; Proaut – Programa de Modernização Tecnológica na Produção de Distribuição dos Sistemas de Abastecimento de Água, com investimento de R$ 208 milhões; Promic – Programa de Micromedição, com R$ 154 milhões em desembolsos; Promac – Programa de Recuperação e Implantação da Macromedição, com recursos de R$ 25 milhões; e Progis –
Programa para Implantação do Sistema de Informações Georreferenciadas, com R$ 2,4 milhões em dispêndios.

 

Atualmente, encontra-se em andamento a obra de R$ 2,3 bilhões para instalação da Adutora do Agreste, que vai atender dois milhões de pessoas com fornecimento de água. Outro projeto em andamento é a Adutora do Siriji, que já atende cinco municípios da Mata Norte e, até outubro de 2014, vai chegar a outras três cidades. São 114 km de adutoras e uma nova estação de tratamento, com investimento de R$ 71 milhões.

 

Estão em obras outros 27,5 km de adutora, entre Tapacurá e Vitória, com previsão de investimento de R$ 43 milhões para beneficiar mais de 190 mil pessoas.

 

No interior do Estado, os principais empreendimentos que vão ampliar a quantidade de domicílios atendidos com esgotamento sanitário são: a ampliação do sistema de esgotamento sanitário – SES Petrolina, com implantação de novas redes coletoras, emissários e duas estações de tratamento de esgoto, com investimento no valor de R$ 65 milhões em parceria com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf); e a implantação do SES Arcoverde, com investimento de R$ 22 milhões (obra iniciada em dezembro de 2013).

 

 

Nova adutora em Alagoas

Ficou pronto em agosto o novo sistema adutor que duplicará a produção de água para a região do Agreste em Alagoas, obras que exigiram investimento de R$ 143 milhões. Construído através de uma PPP (Parceria Público-Privada) entre a CAB Águas do Agreste e o Estado de Alagoas, através da Casal (Companhia de Saneamento de Alagoas), o complexo ampliará a produção de água dos atuais 1.500 m³/h para 3.000 m³/h.

 

Com 57 km de extensão e 700 mm de diâmetro de aço carbono, a adutora sai da captação de água bruta às margens do Rio São Francisco, no município de Traipu, para o reservatório-pulmão localizado na Serra dos Manões. Do reservatório, a adutora segue margeando estradas vicinais e rodovias estaduais e leva a água, por gravidade, até Arapiraca, além de beneficiar outros nove municípios (Campo Grande, Coité do Nóia, Craíbas, Feira Grande, Girau do Ponciano, Igaci, Lagoa da Canoa, Olho d’Água Grande e São Brás), onde vivem 400 mil pessoas.

 

O novo sistema é composto por uma estação de captação, adutora, reservatórios, elevatória e uma nova Estação de Tratamento de Água (ETA). Há ainda a previsão de construção de um Centro de Controle Operacional na sede da CAB Águas do Agreste para monitorar todo o sistema, com acionamento remoto das unidades operacionais. O escritório de arquitetura responsável foi o Básica Engenharia e Desenvolvimento e a Galvão Engenharia a construtora contratada.

 

Destaques em projetos urbanos

Fundada em 1987, a Hagaplan é uma empresa de consultoria e prestação de serviços técnicos, reunindo portfólio de experiências em planos, estudos e projetos nas mais diversas áreas, como abastecimento de água, drenagem, edificações e urbanismo, energia e telecomunicações, esgotamento sanitário, geoprocessamento, habitação, meio ambiente, recursos hídricos, resíduos sólidos, transporte e mobilidade urbana, assim como em urbanização de favelas e ação social.

 

Um dos grandes exemplos de atuação da empresa é o Programa Mananciais, no qual a empresa aplica soluções de urbanização na região das represas Guarapiranga e Billings, na Região Metropolitana de São Paulo. Outros projetos realizados pela empresa no segmento: serviços técnicos de engenharia para atuar no controle e redução de perdas do Sistema de Abastecimento de Água de Guarulhos (SP); planos integrados regionais de saneamento básico para a unidade de gerenciamento de recursos hídricos da Serra da Mantiqueira, Par
aíba do Sul e Litoral Norte; e estudos, laudos e projetos de engenharia viária, para a implantação das obras de requalificação dos principais eixos viários utilizados pelo transporte público, construção de terminais e execução de obras de segurança viária para a prefeitura de São Bernardo do Campo (SP).

Fonte: Revista O Empreiteiro


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