200 profissionais de Engenharia e concessionárias lotaram Fórum Infra 2024 e premiação do Ranking

Compartilhe esse conteúdo

Nem o mau tempo e marginais alagadas impediram que mais de 200 pessoas comparecessem no 5º Fórum Infra 2024 e premiação do Ranking de Engenharia Brasileira deste ano. O evento, organizado pela Revista O Empreiteiro, aconteceu na tarde chuvosa desta terça-feira, dia 27, no Centro Britânico Brasileiro, em Pinheiros, São Paulo. Na ocasião, também foi lançada a edição de nº587 da revista, com as empresas que participaram do Ranking de Engenharia Brasileira 2022, agrupadas em construtoras, projetistas, montagem industrial e serviços especiais de engenharia.   A premiação deu destaque a 36 empresas pelo desempenho dos anos recentes (faturamento bruto) e representatividade nas economias regionais.

O evento começou com uma série de palestras de concessionárias e empresas estatais de infraestrutura compondo o 5º Fórum Infra 2024, abordando os novos projetos e investimentos em projetos de Saneamento, Transporte e Energia. Ao todo, foram 13 apresentações de empresas que mostraram suas obras e projetos relevantes que vem sendo executados e ainda a programação para os próximos anos. Moderado pelo consultor engenheiro Sérgio Palazzo, o fórum teve a maioria dos projetos apresentados engajados nos compromissos do Pacto Global ESG– governança ambiental, social e corporativa.

Em Energia, a Isa Cteep, a principal companhia dedicada a linhas de transmissão no País, apresentou o novo projeto de sistemas de armazenamento em baterias, o primeiro no setor. Segundo o palestrante Ferdinand do Vale, gerente de execução e projetos de leilão da Isa Cteep, o projeto nasceu a partir de um atraso das obras de transmissão em 2017, causando dificuldades de atendimento no Litoral Sul de São Paulo. Aí se criou a solução para evitar a interrupção no fornecimento de energia. A companhia reforçou a confiabilidade do sistema com o armazenamento em baterias que está sendo construindo na subestação Registro (SP) para atender o litoral sul e deverá ser entregue em novembro deste ano.

Já a Associação Brasileira de PCHs e CGHs falou da importância das PCHs e o desafio de reposiciona-las como fonte renovável: “As usinas solares são importantes, são sim, mas não tem sol à noite, então elas não podem sobreviver sozinhas. O mercado está carente de investimentos sim, mas as térmicas são mais caras. Então, temos que mudar esse preconceito sobre as PCHs como o patinho feio do setor, porque elas são na verdade as soluções dos problemas para a matriz elétrica brasileira”, defendeu Ademar Cury da Silva, vice-presidente da ABRAPCH.

Em seguida, foi a vez da Green Yellow defender a geração de energia através de painéis solares. A companhia que possui 64 fazendas solares e clientes como a rede Assaí, Claro e Drogaria São Paulo, comparou o crescimento de geração da energia solar distribuída e concentrada apontando que há um gigantesco potencial ainda a ser aproveitado, e que o grande impulsionador no momento é o ESG, que mobiliza grandes e médios consumidores.

Finalizando o tema energia, a 2W destacou o crescimento da geração eólica, mostrando a construção do Complexo Eólico Kairós, no Ceará. As obras iniciaram-se em agosto e o complexo deve gerar 261MW. O palestrante Luís Fernando Rahuan, Head de Implantação/Investimentos em Geração da 2W, contou que os aerogeradores são da WEG e Vestas e que a previsão para início de operação é junho de 2023.

Transporte urbano muda a vida das pessoas

Mudando para Transportes, apresentaram-se a concessionária Eixo SP, sobre a concessão rodoviária de mais de 1.200 km no estado de São Paulo; e a estatal Valec, sobre as concessões da FNS, Fico, Fiol I e II, e também o novo marco legal sobre autorização para novas obras ferroviárias– um novo desafio para o setor.

 Em seguida, a Vinci Airports mostrou suas obras previstas para sete aeroportos da Amazônia, também com investimentos focados em sustentabilidade. Segundo a companhia, seu projeto é reduzir as emissões de carbono e adotar cada vez mais medidas ambientais nos aeroportos como o reuso de água e reciclagem do lixo. Essas obras de melhoria não apresentam complexidade de engenharia mas demandam extenso planejamento e logística numa região remota.

Em transporte metropolitano, os principais temas falaram sobre os benefícios aos usuários. A Acciona, Systra e CPTM falaram sobre seus projetos de transporte coletivo e a implantação de linhas de metrô, focando nos benefícios do modal para a população.

A Acciona mostrou os desafios da implantação da Linha 6 – Laranja, em São Paulo. O palestrante, o engenheiro Emílio Símon Póvoa, gerente de administração contratual da companhia, detalhou as diversas intervenções para a implantação do modal, como a escavação de 15,3 km de túnel, 18 poços, 1 pátio de trens e toda a estrutura para atender a linha que irá abranger 15 estações, ligando a Zona Noroeste ao Centro de São Paulo. O transporte irá atender mais de 630 mil usuários por dia.

A Systra apresentou o PITU 2040 – Plano Integrado de Transporte Urbano da RMSP, um programa para os próximos 20 anos, estudando a mobilidade urbana a partir do cenário socioeconômico atual. A companhia, que é a terceira maior empresa de projetos de transporte de massa sobre trilhos do mundo, mostrou um plano estratégico orientador visando expandir, racionalizar e melhorar e o sistema de mobilidade da região metropolitana de São Paulo.

Já a CPTM falou da importância da extensão da Linha 9 – Esmeralda para a população de Varginha, em São Paulo. A linha irá abranger o trecho de Grajaú até Varginha e estima atender uma demanda de 111 mil passageiros por dia.

Sobre as obras, além da construção das duas estações, três viadutos rodoviários, um terminal de ônibus e toda infraestrutura de via permanente, rede aérea, sinalização e suprimento de energia para dar mobilidade àquela região, o palestrante Edgar Fressato Carneiro, Assessor Executivo da Diretoria de Engenharia, Obras e Meio Ambiente da CPTM, destacou a recepção dos moradores sobre o novo meio de transporte.

“Varginha fica a 30 km do centro de São Paulo. Ao chegar para ver o terreno da obra com um drone, ainda no início, um garoto no local perguntou o que era e eu contei sobre a nova linha da CPTM. Ele respondeu que agora finalmente iria conhecer São Paulo. Diante dessas situações que vimos que o mais importante desses trabalhos de infraestrutura, não são somente sobre os avanços, mas sim os benefícios que eles podem trazer na vida das pessoas”, comentou Edgar.

Água tratada reduz doenças das crianças em Maceió

Também destacando a população em primeiro plano, a BRK Ambiental fez sua apresentação dentro do tema saneamento sobre os impactos de sua concessão na região metropolitana de Maceió. O palestrante Herbert Dantas, Diretor Operacional da BRK Ambiental, relatou a situação precária que viviam as 13 cidades daquela região antes dos serviços de saneamento.

“Lá as crianças faltavam às aulas por causa de cólicas pela água que consumiam sem ser tratada. Quando perguntamos hoje o que mudou na vida deles, eles respondem que a água está sem gosto. Sim, porque antes era gosto de barro ou outras coisas devido à falta de tratamento. E agora as crianças não tem amis cólicas. Quando falamos em saneamento básico não envolve somente infraestrutura, mas dar saúde e qualidade de vida à população”, frisou Hebert.

Concessões chegam às rodovias com menor tráfego

Sobre o futuro das concessões rodoviárias, apresentado pelo Grupo Planos, o estudo de mercado aponta as tendências, concessões recentes e as rodovias federais que ainda aguardam projetos de engenharia. Segundo a projetista, mais de 21 mil km de rodovias federais estão em estudo pelo governo, estudos que demoram cerca de dois a três anos até chegarem na fase de execução das obras efetivamente. Questionado pelo engenheiro Sérgio Palazzo sobre o futuro após as eleições, o palestrante Eduardo Padilha, Sócio Diretor do Grupo Planos, disse que a solução está nas privatizações.

“Independente de quem vencer as eleições, uma coisa é certa, o governo não tem dinheiro. Então não importa o nome que irão chamar, mas os serviços nas rodovias sempre vão acabar sendo privatizados depois porque o governo não tem recurso. Nós precisamos da iniciativa privada para evoluir”, respondeu Padilha.

fórum

Premiação
Revista OE 500
Sergio Palazzo

Acesse as fotos do evento aqui.


Compartilhe esse conteúdo

Deixe um comentário