Arquiteto, urbanista e professor, Mauro Ribeiro Viegas era um exemplo para o setor da engenharia. Fundador da Concremat Engenharia, era também presidente de Honra do Conselho de Administração da empresa e foi professor de materiais de construção e estudos do solo, além de autor de diversas obras técnicas.
Faleceu aos 103 anos, no dia 18 de outubro, deixando um legado aos profissionais da infraestrutura.
Carioca, com uma extensa atuação no âmbito acadêmico, contribuiu para a formação de gerações de profissionais. Ao se aposentar na Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde estudou e ocupou inúmeros cargos, recebeu o título de Professor Emérito, pelos relevantes serviços prestados ao ensino.
Além disso, trabalhou ativamente pela melhoria da qualidade de vida na cidade do Rio de Janeiro: foi responsável pelos parques e jardins do munícipio, presidiu a COHAB por volta dos anos 1960, e deu início ao projeto de criação do Sistema Guandu de tratamento e abastecimento de água.
Colaborou ainda na construção de Brasília, por meio da instalação de um laboratório para análise de materiais utilizados nas obras da nova capital. Continuou trilhando o caminho da tecnologia, com a fundação da Concremat, em 1952, primeiro laboratório privado de controle sistêmico da qualidade dos materiais do país.
À frente do seu tempo, o professor Mauro foi um dos primeiros executivos do setor de infraestrutura a pautar questões ambientais, tendo colaborado para a constituição, em 1996, de um dos primeiros comitês de bacias do Brasil, o do Rio Paraíba do Sul, com o objetivo de endereçar questões hídricas e sociais associadas a atividades econômicas originadas a partir do uso descontrolado e irregular da água.
A Revista O Empreiteiro se solidariza com a família de Mauro Viegas e os profissionais da engenharia pela perda deste grande ícone para a infraestrutura brasileira.
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