Monitoramento geotécnico automatizado detecta recalques no trajeto do túnel escavado com TBM

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A necessidade de prevenir riscos geológicos é vital para a execução e segurança de qualquer obra. No caso da futura Linha 6 Laranja do Metrô de São Paulo, que avança seu trajeto pelos bairros de Pompeia e Perdizes, por meio da execução de um túnel em escavação mecanizada com Shield (TBM), a preocupação é ainda maior.

Os bairros por onde passam as obras da nova linha, apresentam alta densidade de edifícios altos, ultrapassando os 10 andares. Sendo assim, o projeto inicial, que previa monitoramento geotécnico com instrumentos de controle manual e frequência de duas leituras diárias, a Acciona, companhia responsável pelas obras, considerou que seria necessário o aumento da frequência das leituras.

A solução, seria como uma prevenção, em caso de ativação de uma patologia, incidente ou variações de recalques diferentes dos estimados no projeto, para que fosse reduzido o intervalo de tempo entre o início, detecção e comunicação aos funcionários responsáveis para adotar medidas preventivas e/ou corretivas. Sendo assim, para implementar o monitoramento contínuo de 24 horas por dia, conforme necessário para cada edifício envolvido, a Acciona aproveitou a experiência de uma situação semelhante na construção da Primeira Linha do Metrô de Quito, no Equador.

 Neste caso, pelo valor histórico do seu centro, patrimônio mundial da UNESCO, após minucioso trabalho de seleção de edificações e tempos de passagem da TBM, foi desenhado um processo de instalação, desinstalação e realocação dos sistemas topográficos automatizados relocáveis, com controle contínuo, durante a passagem do TBM. No caso da Linha 6, a solução tecnológica selecionada consistiu em clinômetros automatizados da marca SENCEIVE® (www.senceive.com).

 A escolha se deve pela sua facilidade de montagem, desmontagem, autonomia para comunicação e transmissão de leituras, bem como pela independência da instrumentação de um edifício em relação ao resto. Cada sistema é composto por um clinômetro triaxial automatizado para cada ponto instrumentado, equipado com bateria e conectividade Wi-Fi, e um Gateway, que recebe as leituras coletadas de todos os pontos instrumentados via Wi-Fi, as envia pela Internet para um website, que coleta os dados, gera gráficos e envia avisos de alerta (via e-mail, sms) quando os níveis máximos definidos forem ultrapassados.

 A estrutura dos edifícios foi analisada e os pontos mais representativos foram selecionados para monitorar possíveis distorções angulares e inclinações que pudessem comprometer sua integridade estrutural. O tempo de operação da instrumentação automatizada em cada prédio dependia da duração da passagem da TBM pela sua área de possível influência, sendo em média 5 dias. A este tempo foi acrescentado o tempo de instalação, teste e desinstalação, com uma média de 28 dias.

Com 2 sistemas independentes de 1 Gateway e 6 clinômetros automatizados cada um, foi possível ter os 12 edifícios selecionados do trecho entre as estações SESC Pompeia, Perdizes e PUC monitorados continuamente 24 horas por semana, tendo-os atualmente disponíveis para monitorar outros edifícios segundo ao avanço da TBM. Além do aumento considerável dos níveis de segurança, a utilização desta solução de instrumentação realocável representa uma economia de 66% em comparação com a opção de monitoramento manual.

AUTORES
ACCIONA
Lucio Matteucci
Diretor de Projeto
Carlos Peña
Gerente de Sala Técnica
Ivo Teixeira
Gerente de Engenharia
Andrea Scremin
Gerente de Medições
GPRODE CONSULTORES
Roberto Collado
David Mendi


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