A eficiência do metrô

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O metrô é efetivamente eficiente. O usuário entra no trem na estação Butantã e, em 20 minutos, se tanto, poderá estar na estação da Luz, de onde em poucos minutos se encontrará na estação Tietê, pronto para embarcar rumo ao interior. Caso ele faça o mesmo percurso no lombo de algum ônibus poderá chegar à estação Tietê em uma hora e meia. Da mesma forma como poderá chegar até antes, ou em duas horas, tudo dependendo das armadilhas que acaso encontre no trânsito.

Pela superfície não há segurança. O sujeito que se disponha a cruzar São Paulo, em qualquer hora do dia, a bordo dos ônibus, pode ser um condenado em potencial a ver os seus compromissos naufragarem. O tempo, considerado por alguns como o bem atual mais precioso, pois somente com ele se torna possível a multiplicação dos pães e do dinheiro, corre o risco, a todo instante, de virar pó nos congestionamentos.

Tais considerações levam à indagação: Então, se o metrô é eficiente, por que não se tornou prioridade ao longo dos anos? Por que ainda não atende a algumas periferias remotas, ou mais próximas, e leva o cidadão aonde ele precisa chegar com suas botas de sete léguas?  Em alguns casos, como o metrô de Salvador (12 anos ou mais para construir apenas 6,5 km de linha) o que se observa é um acinte contra a cidadania. Nenhuma cidade grande merece o sacrifício de ver o seu cidadão se engalfinhando, na luta diária, contra o caos do trânsito.

O que existe, contra a eficiência do metrô, é a absoluta ineficiência na programação de investimentos.

Torço para que a gestão do governador Geraldo Alckmin  supere as deficiências  nos investimentos e consiga manter e até aumentar os valores da proposta orçamentária par este ano a fim de expandir e modernizar a rede do metrô.  O investimento previsto para este ano passa, segundo o governo paulista, de R$ 4,4 bilhões para R$ 4,9 bilhões. Seria suficiente?

Ocorre que a cidade ficou tantos anos sem ampliação das linhas do metrô, que qualquer obra que se faça sempre se revelará aquém da necessidade para atendimento da demanda.  A constatação da eficiência do metrô requer  a contrapartida da eficiência dos investimentos. E, estes, não podem ficar ao sabor das idiossincrasias ou da troca de guarda dos governantes.
 

Fonte: Nildo Carlos Oliveira


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