Nara Faria – Paranaguá (PR)
O município possui números expressivos em termos de saneamento, comparado à média nacional, somando atualmente 60% do seu esgoto tratado.
Com investimento de R$ 199 milhões, a proposta da CAB é atingir 100% de tratamento da água e esgoto até o ano de 2016, atendendo a meta do Plansab (Plano Nacional de Saneamento Básico), que pretende universalizar os serviços em todo o País até 2030.
O abastecimento de água é feito pela Estação de Tratamento de Água (ETA), localizada na Estrada das Colônias. A ETA atende 98% da população do município e a captação da água que ela trata é feita nos mananciais do Rio Ribeirão, Santa Cruz e Miranda, localizados no Parque Nacional Saint Hilaire/Lange, região da Serra do Mar.
No princípio, quando a CAB assumiu a concessão do município, a água chegava à estação de tratamento praticamente mineral, passava por um processo de filtração e era entregue à população.
No entanto, uma forte chuva ocorrida em março de 2011 causou mudanças que foram classificadas no município como “a maior crise ambiental da região”, alterando drasticamente as condições da água. “A ETA estava preparada para tratar um tipo de água, clara, quase de mina, e depois da enchente esta água se transformou em barrosa, como de um rio comum”, afirma Sergio Bovo, gerente-geral daCABÁguas deParanaguá, ao apontar para o morro, que ainda revela as estrias deixadas pela chuva que mudou o percurso do rio.
Durante a ocorrência das chuvas, engenheiros trabalharam incessantemente para readequar a estação de tratamento, que até então possuía um reservatório, oito filtros e bombas em funcionamento. Na época, um novo reservatório estava sendo finalizado. De maneira emergencial, esse reservatório foi usado como decantador para que a água atingisse uma qualidade adequada para o consumo em um curto espaço de tempo. “Esta foi a salvação para aquele momento, em que o fornecimento teve que ser interrompido por conta da qualidade inadequada da água e era preciso uma solução imediata para retomar o abastecimento”, relembra Bovo.
Em janeiro de 2013, um novo sistema de tratamento de água foi construído para que atendesse as atuais condições da água que desciam os morros. Agora, a estação trabalha com um tratamento convencional e o reservatório deve retomar a sua função prioritária e servir de apoio ao abastecimento de água no município. Para que entre em operação, ele terá que passar por reforma, que está em fase de contratação.
Mais uma casa de bomba ainda deve entrar em operação também e, com isso, finaliza as obras da ETA, que está inteiramente informatizada e conta com um sistema de armazenamento do lodo em forma debags. “Com isso, acabamos a construção da estação de tratamento de água, que deve atingir capacidade de 450 l/s, superando a capacidade anterior de 360 l/s.”
A readequação exigiu na ocasião um reequilíbrio contratual no valor de cerca de R$ 8 milhões. “Chamamos de equilíbrio porque não funciona como obra, não é um aditivo. Existia uma perspectiva de TIR (Taxa Interna de Retorno), mas como eu tenho que aumentar a minha obra, houve essa necessidade de reequilíbrio”, finaliza Bovo.
Rumo à universalização
Vencida a principal crise estabelecida na região, a CAB Ambiental tem agora como principal desafio cumprir a meta de universalização dos serviços de tratamento de esgoto até o ano de 2016. Para universalizar o serviço de esgoto, a CAB está ampliando o sistema de esgotamento sanitário com a expansão de redes coletoras, instalação de novas elevatórias e construção de mais estações de tratamento. No total, seis Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) atenderão os cerca de 139 mil moradores da região.
A maior delas, a ETE Emboguaçu, está em operação desde 2001. Com a entrada da CAB, foi implantada uma tecnologia alemã para tratar o esgoto, por meio do processo biológico de lodo ativado.
A técnica se baseia na oxidação da matéria orgânica, por bactérias aeróbias, controlada pelo excesso de oxigênio em tanques de aeração e posteriormente direcionado aos decantadores.
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Durante o processo, que é 100% biológico, o esgoto afluente, na presença de oxigênio dissolvido, através de agitação mecânica e pelo crescimento e atuação de micro-organismos específicos, forma flocos. Essa fase sólida é separada da fase líquida em outra unidade operacional, durante um processo de decantação em que é removida a matéria orgânica biodegradável presente nos esgotos. Após esse processo, o lodo ativado separado retorna para o processo ou é retirado para tratamento específico ou destino final.
O lodo decantado nos decantadores retorna ao tanque de aeração como forma de reativação da população de bactérias no tanque de aeração. Este retorno se dá na entrada do tanque onde o lodo, em fase endógena, se mistura ao efluente rico em poluente, aumentando assim a eficiência do processo.
A água a ser tratada não pode possuir outros componentes que prejudiquem a vida de bactérias. As condições adequadas para o tratamento, tais como a concentração de oxigênio dissolvido, pH e a velocidade da água, são essenciais ao bom funcionamento desse processo. Todo o lodo gerado no processo é desidratado e enviado para aterros sanitários Classe 2.
Utilizando o mesmo processo de tratamento de esgoto, a ETE Nilson Neves conectou mais de 7 mil pessoas ao sistema de coleta e tratamento de efluentes, com uma capacidade de tratamento 12 l/s de esgoto. A ETE Samambaia possui capacidade para tratar 16 l/s e atualmente atende 8 mil moradores dos bairros Samambaia, Jardim Ipê e Casa da Família.
A partir de 2014, entrará em operação a ETE Costeira, que vai atender cerca de 42 mil moradores do Centro Histórico e dos bairros de Oceania, Costeira, João Gualberto, Campo Grande, Alto São Sebastião, Raia e Tuiuti, além de parte do bairro de Alvorada. Serão implantados ainda sistemas de esgoto que irão atender mais de 10 mil habitantes dos bairros Rocio, Vila Abit, Industrial, 29 de Julho, Leblon, Bockmann, D. Pedro II, além de parte dos bairros Vila Paranaguá, Serraria do Rocha e Alvorada. A capacidade de tratamento desta ETE será de 100 l/s. Com a sua entrada em operação, o número de atendimento da rede de esgoto do município deve saltar para 75%.
Também está prevista para o ano que vem a inauguração do sistema Cominese, que com capacidade de 75 l/s vai atender 38 mil moradores dos bairros Bertioga, Jardim Belém, Jardim Esperança, Jardim Paraná, Jardim Jacarandá, Jardim Paranaguá, Jardim Ouro Fino, Vale do Sol, Vila Garcia, Vila dos Comerciários, Cominese, Parque Agari e Porto Seguro. Além disso, com a implantação de 37 km de rede coletora de esgoto, os 12 mil moradores da Ilha dos Valadares serão atendidos em serviços de esgoto. As obras incluem a construção de Estações Elevatórias de Esgoto (EEE) e deve atingir capacidade de tratamento de 25 l/s.
Os bairros Jardim Iguaçu e Vila Marinho devem ser beneficiados com a implantação de elevatórias e 15 km de rede para destinar os esgotos domésticos do bairro para a ETE Emboguaçu, atendendo a quatro mil moradores da região. Porto Seguro se beneficiará com a implantação e substituição da rede de água e esgoto.
Porto dos Padres também substituirá a rede de esgoto.
Fonte: Redação OE