A mineradora Anglo American, uma das gigantes globais do setor, está avaliando a venda de até 30% de participação nos seus ativos no Brasil. A medida visa reforçar o caixa da companhia e proteger-se de tentativas de fusão, como a proposta rejeitada da concorrente Xstrata.
Possíveis compradores internacionais
Segundo o jornal Financial Times, a Anglo American no Brasil já teria conversado com possíveis investidores como:
- Gulf Industrial Investment Company of Bahrain (Bahrein)
- Sojitz Corporation (Japão)
Procurada, a empresa informou que “não comenta especulações”.
Sistema Minas-Rio e Sistema Amapá
Os principais ativos da Anglo American no país são:
- Sistema Minas-Rio: 100% de propriedade da empresa, exige alto investimento para implementação de um mineroduto entre Minas Gerais e o Porto do Açu (RJ). O projeto está avaliado em US$ 3,6 bilhões e prevê início das operações em 2012.
- Sistema Amapá: já em operação, conta com 70% de controle da Anglo e 30% da americana Cleveland Cliff.
Ambos os ativos foram adquiridos do empresário Eike Batista por cerca de US$ 7 bilhões.
Interesses e desafios no mercado brasileiro
Especialistas avaliam que poucos grupos brasileiros têm fôlego para assumir parte desses projetos. O analista Gilberto Cardoso, do Banif, destacou que o cronograma de investimentos do Minas-Rio é exigente, afastando grandes players nacionais.
“A Vale já possui projetos com menor necessidade de capital, como Carajás. A CSN está focada na mina da Namisa”, explicou Cardoso.
Mudanças na liderança global
Na matriz da empresa, a Anglo American acelera a busca por um novo presidente. Entre os nomes cogitados estão:
- John Parker (National Grid)
- Paolo Scaroni (Eni)
- Jeroen van der Veer (Royal Dutch Shell)
A decisão pode ser anunciada nas próximas semanas.