Cláudia Bocchile, São Paulo
A união de esforços de diversas instituições, empresários e trabalhadores com vontade de aprender pode dar conta de tanto crescimento na construção
PAC, Minha Casa Minha Vida, Copa, Olimpíadas, crescimento da economia e incentivos diversos estão fazendo com que o boom da construção civil observado nos últimos dois anos seja um crescimento mais duradouro no Brasil. Isso impulsiona o mercado e só no primeiro trimestre de 2010, 167 mil novas vagas foram oferecidas no Estado de São Paulo. Da projeção inicial de 275 mil vagas para o ano todo, espera-se um aumento deste número – e carência e desqualificação – proporcional.
A mão-de-obra qualificada correspondia a 90% do setor há 30 anos atrás. Hoje, esse número é de 60%. Os acidentes de trabalho com afastamento aumentaram mais: 49.134 em 2008 e 58.230 em 2009 (segundo o Caged – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). “Tivemos um aumento de trabalho expressivo, porém, o crescimento de 20% nos acidentes não poderia ocorrer após tanta evolução na área de segurança do trabalho”, indigna-se Antônio de Souza Ramalho, presidente licenciado do Sintracon (Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil de São Paulo). “As mortes subiram de 7 (2008) para 23 (2009)”, contabiliza.
De acordo com o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), 69% dos trabalhadores da construção civil não possuem carteira assinada. Metade está nos condomínios e outro tanto está em reformas de lojas e do trabalho formiguinha. Os bons profissionais até conseguem um bom rendimento, mas quem os contrata pode ter problemas de abandono de obras caso esses profissionais encontrem outro serviço mais bem remunerado. Apenas aumentar o salário não resolve. Deve haver mais estímulos para o trabalhador manter-se com carteira assinada.
O problema de qualificação não difere do ramo imobiliário e de obras de infra-estrutura. Porém, as necessidades são diversas. “Em um edifício convencional, são necessários 187 tipos de profissões diferentes. Já para obras de arte especiais, como pavimentação de estradas, viadutos, barragens, o trabalho demanda maior qualificação”, compara Antônio Ramalho.
Escola na obra
Assim como diversas instituições, o Sinduscon-SP apóia ações com o Senai e o Ministério do Trabalho. Em uma delas, o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) forma no canteiro de obras da construtora mão-de-obra qualificada, onde há mais recursos para a realização de aulas práticas. Porém, entraves burocráticos atrasam a implantação e ampliação dos projetos. “Nossa intenção é trazer profissionais para a formalidade”,observa Luiz Antônio Messias, vice-presidente de Obras Públicas do Sinduscon-SP. “A maioria dos acidentes de trabalho ocorre na informalidade, porém, sem registros, não há dados concretos de divulgação”, completa.
A construtora Cyrela fez essa parceria para formar mão-de-obra especializada em elétrica e hidráulica, aliada a um projeto social para a família dos operários. Segundo Aron Zylberman, assessor da presidência para assuntos socioambientais da Cyrela Brazil Realty, são 160 horas de curso de eletricidade básica, instalações elétricas, segurança e serviços em eletricidade. Geralmente parente de funcionários, os alunos aprovados são efetivados e ganha-se fidelidade e comprometimento deles com a empresa. Duas turmas já foram formadas. “O novo funcionário tem um período de 2 meses de ambientação onde os encarregados dão mais atenção a conversas, dúvidas e explicações”, relata Hertez Correa, engenheiro da Cyrela. “Nosso índice de desistência é inferior a 15%”, comemora.
O reitor da Escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo, Abílio José Weber, especializada em construção civil, no Tatuapé, em São Paulo, revela que a instituição foi contatada pelo Sinduscon-SP para levar qualificação para o canteiro. A intenção da escola é formar 60 mil profissionais em todo o Estado de São Paulo. “Porém, assim como falta mão-de-obra nos canteiros, também temos dificuldades de contratar professores”, informa Weber. A escola também possui cursos de capacitação de docentes, mas a demanda é maior que o tempo de formação de novos professores.
“O engenheiro de obra tem a linguagem do operário, diferente da aprendida na universidade, e poderia aproveitar o que sabe para ministrar aulas à noite”, sugere o presidente licenciado do Sintracon.
Em obras de infra-estrutura distante dos centros urbanos, a qualificação de mão-de-obra se faz por cursos específicos semanais e quinzenais, dependendo da especificação. “Contratamos localmente e ensinamos o trabalho para carpinteiro, pedreiro, armador e operadores em geral”, explica Silvano Macatrozzo, gerente de contrato da Construcap. Macatrozzo está com trabalhos de pavimentação, viadutos e outras obras especiais e também vê a necessidade de alfabetizar seus colaboradores. Assim, há turmas de cerca de 30 alunos de alfabetização que é ministrada ao final do turno de trabalho em alguns canteiros de obra. “Tenho 22 anos de empresa, mas temos grande rotatividade de funcionários, acredito que por uma questão cultural. Mas temos que fazer um trabalho contínuo para garantirmos melhor qualificação nos próximos anos”, completa o gerente da Construcap.
A regra para reter talentos continua sendo a mesma: salário compatível, benefícios e estabilidade profissional. “Assim, antes de sair do emprego formal por R$ 200 a mais no final do mês, o funcionário ponderará os benefícios”, completa o reitor Abílio Weber.
Já o programa “Próximo Passo”, de Qualificação Profissional para Beneficiários do Bolsa Família contou com a formatura dos primeiros 1.500 trabalhadores no último mês. Dessa forma, há a qualificação de profissionais para a construção civil e a parceria com diversas empresas associadas do Sinduscon-SP.
20 mil novos profissionais
Com os incentivos do governo para a construção civil, o Centro Paula Souza sentiu a necessidade de aumentar a oferta de cursos voltados para a construção civil. O PEQ (Programa Estadual de Qualificação Profissional) prioriza a qualificação de desempregados e população de 29 a 60 anos, e ainda é focado nas necessidades regionais. Da população advinda do sistema penitenciário, 80% realizam cursos voltados para a construção civil. Há cursos de pedreiro assent
ador de tijolos, pisos e azulejos, eletricistas e instalações residenciais e ainda instalador hidráulico. Os cursos são de baixa complexidade e pedem uma escolaridade de Ensino Fundamental completo ou não. “Com bom instrutor e prática pedagógica, em um curso prático de 230 horas, temos mais uma turma pronta para o mercado de trabalho”, afirma Clara Magalhães, coordenadora técnica da unidade de formação inicial e educação continuada do Centro Paula Souza. Com aulas de manhã ou à tarde, o profissional ganha um certificado ao final do curso.
A coordenadora observa que, com o decreto estadual de contratação de pelo menos 5% de mão-de-obra egressa do sistema prisional em licitações, há 660 alunos ex-presidiários atualmente e uma meta de atingir 3 mil até o final do ano. “São pessoas felizes, motivadas, com excelentes resultados no curso e vontade de aprender”, comemora Magalhães. O Centro ainda propicia noções de custos para saber fazer orçamentos e ainda conceitos de matemática aplicada a construção civil. A escola conta atualmente com 7500 alunos, sendo 40% deles só em cursos de construção civil. A meta é que, até Dezembro, sejam atendidas 20 mil pessoas.
“Projetista qualificado quase não existe por aqui”
Rodrigo Costa da Silveira *
Faço projetos para obras públicas, sejam obras de arte especiais, pavimentações, refinarias, etc, todas com muitas especificidades, que exigem projetistas bem detalhistas. Encontrar bons profissionais é difícil, até porque há apenas 2 escolas técnicas públicas no Rio Grande do Sul: em Porto Alegre e Pelotas, a 250 km da capital. Preciso ampliar minhas vagas no escritório em 30% até o final do ano. Já contratei arquiteto para compensar a falta de técnicos e tecnólogos e tive boas surpresas, mas não é uma saída 100% garantida. Outro problema é que tem profissional pedindo R$ 4 mil, quando o que orçamos em uma licitação foi R$ 2 mil. Não tenho como absorver essa diferença. Há parceiros que precisavam contratar 40 armadores, mas só conseguiram 15, atrasando os cronogramas. O aumento de obras fez crescer a carência de profissionais em todos os níveis da cadeia produtiva.
*Rodrigo Costa da Silveira é gerente de projetos da Gheller Engenharia, empresa gaúcha voltada para obras públicas.
Faltam engenheiros, sobram obras
As obras, por este País cheio de necessidades, poderiam ser mais, muito mais. Contudo, para as obras projetadas e para aquelas que estão em andamento, faltam engenheiros. E, dentre aqueles que estão no batente, a formação tem sido considerada insuficiente.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) vai mais além. Calcula que até 2012 haverá no Brasil 150 mil vagas de engenharia e que, até aquela data, elas não terão como ser preenchidas. Considerando o volume de engenheiros anualmente formados, somente um, em cada quatro, possui formação que possa ser apontada como adequada. Quem diz isso é o professor José Roberto Cardoso, diretor da Escola Politécnica da USP.
Várias dessas informações foram veiculadas em evento realizado em Curitiba-PR, ocasião em que entidades setoriais enfatizaram um dado sumamente preocupante: o Brasil estaria perdendo cerca de US$ 15 bilhões com a má formação dos profissionais da engenharia.
Diante desse quadro, objeto também de pesquisas encomendadas pela Câmara Americana de Comércio (Amcham), a solução não viria apenas das escolas, com o ritual das mudanças curriculares e outras providências. Viria simultaneamente das empresas e do governo. As medidas formalizadas no encontro são transcritas abaixo:
Ensino médio
No processo de formação há necessidade de focar os estudantes do ensino médio, com as seguintes providências: questionar os jovens, especialmente as mulheres, para entender por que poucos optam pelas carreiras técnicas e criar programas para motivá-los a reverem essa postura; aumentar o teor tecnológico no ensino médio com muita prática laboratorial; estimular a dignidade das profissões técnicas; criar centros de excelência em ciências exatas onde os talentos sejam aproveitados e incentivados; ofertar bolsas de incentivo a formandos selecionados para que tenham acesso facilitado a cursos de nível elevado em universidades públicas; desenvolver um programa intensivo de melhoria do ensino de matemática e ciências; reorganizar o currículo por áreas, não disciplinas; adotar novas estratégias de abordagem do aluno, incentivando que aprendam fazendo; permitir que alunos de engenharia e engenheiros formados lecionem cursos de física, química e matemática; instituir reforço escolar no contra-período das escolas públicas para ciências, matemática e comunicação, ministrados por alunos bolsistas do ensino superior.Ensino superiorCom relação ao papel das universidades, os especialistas sugerem: incluir temas ligados à ciência de serviços – ou seja, a dinâmica do relacionamento com clientes e fornecedores – e à sustentabilidade nos currículos das áreas técnicas; reduzir a quantidade de denominações de diferentes modalidades de engenharia; recuperar cursos que não têm qualidade adequada; estimular que os graduandos “coloquem a mão na massa” desde o primeiro ano; implementar progressivamente campi avançados dos melhores cursos em cidades de porte médio.”Se adotarmos programas para melhorar os cursos de engenharia de modo a permitir que seu rendimento passe dos 20% (de ingressantes que conseguem se formar) para 40%, dobraremos a oferta de engenheiros”, afirmou José Roberto Cardoso, diretor da Escola Politécnica da USP.Papel das empresasQuanto ao papel das empresas foi sugerido: formar pessoas que possam preparar outras; estabelecer parcerias com outras empresas e instituições de ensino; aumentar o conceito de inclusão, contratando pessoas sem todos os requisitos desejados, mas com disposição para aprender; oferecer boas oportunidades de treinamento; abrir espaço para experiências internacionais; acelerar o desenvolvimento dos profissionais; investir na formação de pós-graduados e PhDs; ofertar bolsas de estudo para alunos de carreiras tecnológicas em larga escala; financiar escolas de engenharia para melhorarem sua base laboratorial e de tecnologia da informação e comunicações; apoiar programas voltados a aumentar o rendimento de estudantes.Governo
Quanto às ações do governo, as sugestões foram as seguintes: aprovação de uma lei que garanta incentivos fiscais às companhias que investem em capacitação de profissionais; financiamento para escolas de engenharia promoverem melhorias de infraesrutura; desburocratização da autorização de funcionamento de cursos de tecnologia e flexibiliza&cce
dil;ão da composição das grades curriculares conforme a necessidade do mercado.
Pelo que li e pelas informações que me chegaram de participantes do evento em Curitiba, a saída para o problema depende de uma forte vontade política que una, em torno de um mesmo objetivo, escolas, empresas e governo. Se essa união não ocorrer, ou se ocorrer de um lado só, nada feito. De nada adianta o profissional sair da universidade com uma boa formação, se não ingressar no canteiro de obra ou se preferir prestar concurso para uma carreira que o levará, inevitavelmente, para o gueto da burocracia.
Fornecedor também ajuda
A empresa mineira Tracbel, dealer da Volvo, fornece e dá manutenção a diversas máquinas e equipamentos. A maior necessidade da empresa é formar profissionais mecatrônicos, que trabalhem na manutenção dos equipamentos. Segundo Reinaldo Pinto, diretor da Tracbel, a cada ano a empresa identifica e contrata cerca de 15 alunos de cursos de mecânica em escolas técnicas e fornece um treinamento especial para eles. “O aluno fica 6 meses em sala de aula e outros 6 meses nas oficinas com acompanhamento direto”, observa o diretor.
A empresa dá apoio, como oferecendo instrutores e manutenção ao cliente, que é o responsável pela contratação dos operadores. E ainda completa: “A região Norte do Brasil está com um grande volume de obras e muitas oportunidades”, diz Reinaldo.
Programa prepara profissionais
para contratadas da Petrobras
Para suprir a carência de profissionais qualificados para trabalhar em empresas contratadas pela Petrobras, a ABEMI (Associação Brasileira de Engenharia Industrial) criou, em 2005, o PNQP (Programa Nacional de Qualificação Profissional). A primeira etapa qualificou mais de 80 mil profissionais em mais de 180 categorias e um valor investido de R$ 200 milhões. A segunda etapa, que está projetada para os próximos 5 anos, incluirá novos empreendimentos da Petrobras além do Pré-sal. “O grande gargalo dos trabalhos era a qualificação profissional”, diagnostica Joaquim Maia, diretor da ABEMI. Segundo ele, a projeção é que 200 mil qualificações ocorram a um custo de R$ 500 milhões, obtidos pela própria Petrobras. “Tivemos 83% de empregabilidade na primeira fase”, completa. A ABEMI também pretende ampliar projetos como esse para outras empresas.
Resumo do PNQP 2005 – 2010 | Março 2010 |
Autorização para execução de turmas | 4.353 |
Cursos estruturados | 185 |
Alunos qualificados | 80.434 |
Alunos bolsistas | 39.600 |
Bolsas pagas | 91.000 |
Formulários de avaliação enviados | 20.000 |
Medições analisadas | 14.200 |
Fonte: ABEMI
Nível profissional qualificado até março 2010 | |
Nível básico | 55.700 |
Inspetores | 2.313 |
Nível médio | 15.148 |
Nível superior (pós-graduação) | 5.893 |
Nível técnico | 1.419 |
Total PNQP | 80.434 |
Fonte: ABEMI
Experiência em Angola
Com 33 anos, curso técnico em Jundiaí, interior de São Paulo e moradia estabelecida em Manaus, Guilherme Soares Botelho é um profissional que fez de uma insatisfação com o trabalho e poucos rendimentos em 2007 um salto de capacitação. Candidatou-se para uma vaga em Angola oferecida pela Construtora Odebrecht e, após 2 horas em um telefonema internacional, providenciou visto e malas para trabalhar na África. Com rendimento de mais de R$ 6 mil, além de moradia, subsídios e folga de 10 dias no Brasil a cada 3 meses, Guilherme ficou quase 1,5 ano adquirindo experiência única. Neste país, nada é produzido localmente. Assim, os materiais são comprados com antecedência de 6 meses e vem do Brasil, China, Estados Unidos, etc. Seu trabalho era planejar a construção de um condomínio de casas de altíssimo padrão, demanda crescente em Angola. O trabalho era semelhante a de um engenheiro, em volume e responsabilidade e seus pensamentos estavam sempre um ano a frente dos trabalhos da obra.
Porém, a vontade de concluir a faculdade de arquitetura falou mais alto e ele regressou ao Brasil com uma proposta de trabalho de R$ 6 mil, e ainda indicou a esposa para trabalhar junto. Hoje planeja os trabalhos de uma Estação de Tratamento de Água para o Consórcio Rio-Amazonas, das construtoras ETAM e Amazônidas e está sempre buscando melhorar a qualificação, pois um curso superior aliado a sua experiência pode duplicar seus rendimentos.
Crédito imobiliário também sente falta de profissionais
A conjuntura econômica atual tem gerado crescimento em diversos segmentos,
mas, sem dúvidas, o mais impactado foi o imobiliário
Fábio Seabra*
Estabilidade econômica, amplo acesso ao crédito, reformas institucionais – como a aliena
ção fiduciária, que substituiu a hipoteca como mecanismo de garantia em 1997 – e a criação de metodologias antes utilizadas apenas no crédito pessoal ou automotivo para análises de risco, entre outros, criaram condições para o crescimento da demanda por crédito imobiliário.
Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário (Abecip), houve crescimento de 85% no montante de operações em relação ao mesmo período de abril em 2009, melhor resultado da história do Sistema Brasileiro de Poupanças e Empréstimo (SBPE). Um banco público divulgou, em seu balanço anual, aumento em 102% no volume de concessões de financiamentos em relação ao ano anterior, que é responsável por 71% de todo o crédito imobiliário do País, segundo a instituição. Números que comprovam o aumento exponencial no volume de concessão deste tipo de financiamento.
No entanto, a mão de obra especializada para fazer esse tipo de operação não cresceu na mesma velocidade. Muitos bancos e financeiras acabaram por direcionar capital humano acostumado a realizar empréstimos automotivos ou CDC para atender ao mercado imobiliário. Muitos destes profissionais também não passam por treinamento específico. Esta situação pode gerar erros e resultar no atraso da liberação de recursos ou até mesmo na negação do financiamento.
Universidades, conselhos, sindicatos, entre outros, têm percebido a necessidade de fazer a capacitação dessa mão de obra, mas esse movimento ainda está aquém do que o mercado precisa para oferecer atendimento mais profissional e ágil.
O cliente final pode não estar sentindo os impactos desse apagão na mão de obra especializada em crédito imobiliário, pois ainda existe um folclore sobre as dificuldades e burocracia para a obtenção de financiamentos. Entretanto, há sinais de mudanças, como, por exemplo, a simplificação de produtos e documentação requerida e modalidades novas como refinanciamento, crédito associativo, entre outros.
Já existem no mercado consultorias, independentes de bancos, com profissionais capacitados e que oferecem serviço especializado e focado na demanda e perfil de cada cliente, como é o caso da nossa empresa, a Sagace. Esse tipo de modelo de negócio é bem sucedido no exterior e corresponde a quase 50% do mercado em alguns países. Com o mercado mais competitivo, as instituições financeiras precisarão treinar sua equipe para promover um atendimento mais profissional e ágil ou irão perder market share.
*Fábio Seabra é diretor de Operações e Atacado da Sagace – Crédito Imobiliário Consciente.
Fonte: Estadão