O ano de 2006 foi particularmente positivo para a Engevix Engenharia que, em sintonia com o boom apresentado pelo segmento em que atua, registrou crescimento de 125%, em relação ao período anterior, e atingiu a marca histórica de receita operacional de quase R$ 600 milhões. Esses resultados contribuíram para a classificação da empresa como líder no ranking da Engenharia Brasileira, no segmento de Projetos e Consultoria, da pesquisa publicada pela revista O Empreiteiro, na edição especial das 500 Grandes da Construção. Mas, além dos ventos favoráveis que impulsionaram o setor – no período analisado, a atividade de projeto e consultoria obteve expansão de 42% no faturamento consolidado, o que representou o melhor desempenho setorial dos últimos 12 anos –, a Engevix também teve a seu favor suas próprias iniciativas, conforme destaca o presidente da empresa, Cristiano Kok. Segundo ele, são três os principais fatores que devem ser considerados para justificar a performance da empresa, em 2006. Em primeiro lugar, Kok destaca a entrada da empresa no segmento de óleo e gás. “Nesse aspecto, a Engevix conquistou um importante contrato junto à Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas, no Espírito Santo, cujas reservas de gás estão se mostrando muito maiores do que as previsões iniciais”. O outro fator, na análise do presidente da Engevix, diz respeito ao fato de que a empresa vem dando ênfase às áreas de engenharia, de compras e suprimentos e de construção. O que garante a possibilidade de gerir o empreendimento como um todo. “A gestão integral dos empreendimentos nos possibilitou um salto qualitativo e quantitativo e nos abriu caminho para fazer empreendimentos com custos extremamente competitivos”, constata. Por fim, a terceira grande razão para o sucesso recente da empresa foi a criação de uma área de investimentos em projetos próprios. Kok informa que, nesse aspecto, já se encontra em fase final de construção três pequenas centrais hidrelétricas que gerarão 65 MW. Uma delas já está funcionando, a segunda entrará em operação em setembro e a terceira começara a operar em janeiro de 2008. “Todas elas foram totalmente estudadas, projetadas e construídas, de ponta a ponta, e serão operadas pela Engevix, uma vez que são propriedades de nossa empresa”, destaca o presidente da Engevix. Nesse mesmo segmento, a empresa também já iniciou a construção da Usina de Monjolinho, para 67 MW, tem participação acionária minoritária na Companhia Energética Rio das Antas (Ceran) e figura como sócia da Gerdau no empreendimento Dona Francisca, todas no Rio Grande do Sul. “Essa estratégia que adotamos de ser, ao mesmo tempo, investidor, construtor e operador do negócio, demonstrou ser um sucesso extraordinário, porque criou um fluxo de caixa de longo prazo. Nós temos contratos de geração de energia para mais de 30 anos. Isso dá estabilidade de fluxos futuros e também garante o resultado imediato necessário, na medida em que é possível manter nossas equipes especializada de profissionais abastecidas com serviços”, justifica Kok. Nesses empreendimentos, em geral, o financiador do projeto é o BNDES, que entra com aproximadamente 70% dos recursos. Os 30% restantes é dinheiro que a própria empresa investe no negócio. Para consubstanciar essas estratégias, a Engevix realizou investimentos, da ordem de R$ 6 milhões, na área de CAD em 3D, o que permitiu que toda a sua produção, tanto na área de engenharia de hidrelétricas quanto na área de óleo de gás, seja inteiramente desenvolvida e projetada com esse sistema. Os investimentos foram dirigidos para hardware, software e treinamento de mão de obra. Em agosto, a empresa encerrou um curso MBA em gestão de contratos de geração de eletricidade, para 36 profissionais, na Unisul de Florianópolis. Já iniciou também, neste mês setembro, outro curso MBA em gestão de projetos, para 36 pessoas, na Fundação Getúlio Vargas, em Alphaville. A Engevix também está comprometida com projetos de caráter inovador: “Criamos uma empresa para o desenvolvimento de novas tecnologias. Para isso, entramos no projeto de inovação tecnológica da Finep, captamos recursos e estamos entrando com capital próprio para o desenvolvimento de um programa que estabeleça padrões de análise matemática para diversas aplicações. Nesse sentido, estamos criando um algoritmo para reconhecer odores, que estamos chamando de nariz eletrônico. Isso possibilitará, por exemplo, o desenvolvimento de sistemas de segurança para a detecção de vazamento de gazes”. Cristiano Kok prevê que 2007 também será um bom ano para sua empresa. “Nós temos uma carteira de contratos que nos sustentará pelos próximos três anos, mas não nos acomodamos e estamos sempre garimpando novos negócios. Estamos tendo inclusive que incrementar nossa estrutura para atender ao que já temos em carteira. Com isso, acreditamos num crescimento de 20% a 25% da nossa empresa”, conclui.
Fonte: Estadão