As soluções estruturais

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O engenheiro Carlos Melo, do escritório Carlos Melo & Associados, que elaborou o projeto estrutural do shopping, diz que o declive do terreno, muito acentuado, ensejou espaços para os três subsolos, que acabaram sendo um — os demais pavimentos foram construídos em cima. Portanto, o empuxo aplicado na estrutura se refere apenas a um subsolo. A estrutura pré-fabricada travou a contenção, sem maiores problemas. Mas, nessas condições, a edificação ficou muito alta, havendo, então, a necessidade de se emendar os pilares pré-fabricados.

Ele explica que foi preciso elaborar um plano bem articulado de montagem da estrutura. Sobretudo, porque no vão maior do mall (13 m), as peças não poderiam ser içadas pelas duas gruas ali utilizadas. As gruas que operam sob trilhos tiveram que realizar a logística com um guindaste de grandes dimensões, que montou as peças de maior porte na etapa final.

Os pilares, a maior parte deles com 25 m de altura, foram montados inicialmente com um guindaste. Na sequência, as gruas entraram em ação montando as vigas e lajes, incluindo, também, a complementação dos pilares.

O engenheiro destaca que a decisão para emprego de peças pré-fabricadas permitiu o cumprimento dos prazos. O formato da edificação seguiu o desenho da arquitetura, criando-se, assim, uma edificação no formato esconso. A pouca repetição das peças gerou uma grande quantidade de projetos diferentes.

Foram adotadas duas juntas de dilatação, de maneira a dividir a edificação em panos menores. As juntas foram definidas justamente no encontro dos eixos não ortogonais. Adotou-se o conceito de que as lajes seriam recortadas de maneira a se encaixar em apoios não ortogonais, o que facilitou o detalhamento das vigas e o funcionamento dos pórticos, que garantiram a estabilidade da edificação. A capa sobre a laje alveolar gerou o diafragma rígido para a transferência de esforços horizontais.

Ele informa que a base do projeto foi de uma estrutura pré-fabricada. Até o nível do piso técnico, a altura da edificação ainda permitiu a viabilidade econômica da execução do pilar emendado, já que o segundo segmento da peça poderia ser montado pela grua. A partir desse ponto, a estrutura metálica de cobertura foi utilizada para otimizar o conjunto.

Outro dado considerado foi o seguinte: não seria viável, do ponto de vista econômico, fazer a cobertura circular espacial sobre a praça de alimentação, em pré-fabricado. As estruturas moldadas in loco foram minimizadas ao máximo, para que a edificação mantivesse o máximo de industrialização possível.

Além disso, foram previstas, no projeto, áreas para expansão futura, havendo, para esse fim, carregamentos nos pilares e, consequentemente, nas fundações. As ampliações são possíveis em estrutura metálica.

O engenheiro enfatiza que o conceito estrutural é de uma edificação separada por duas juntas de dilatação em três grandes blocos. E que a estrutura é basicamente pré-fabricada, com lajes alveolares e uso da viga-vaso, um conceito de aba nas vigas para apoiar a laje alveolar. As vigas têm ligações semirrígidas com os pilares. A utilização de barras passantes pelo interior do pilar; o uso de luvas e da concretagem de alguns nós e o grau de rigidez da ligação, bastante elevado, permitiram a estabilidade da edificação numa maior altura. “Além disso”, conclui o engenheiro Carlos Melo, “a sequência executiva foi determinante para a estabilidade da edificação durante a montagem”.

Ficha técnica – Tietê Plaza Shopping

Área do terreno: 45.000 m²

Área construída: 121.500 m²

Gerenciadora: Tessler

Construção: Racional Engenharia

Comercialização: Lumine

Projetistas: Arquitetura (conceitual) – Designcorp

Arquitetura (executivo) – Collaço & Monteiro Arquitetos Associados

Fundação: Consultrix

Estrutura de concreto: CMA / Mourelo Thomaz

Estrutura metálica: Paulo Mattos

Caixilharia: QMD

Luminotécnica – LD Studio

Exaustão e ventilação – Vetor e Heating Cooling

Paisagismo – Maria Helene Cruz

Comunicação visual – H2E

Elétrica e hidráulica: NV Engenharia

Controle predial – Jugend

Viário interno – Michel Sola

Viário externo -Fat’s Engenharia

Consultorias: LEED – Sustentech Desenvolvimento Sustentável

Acessibilidade – Pimenta Associados

Principais fornecedores e parceiros

Verde Vertical, Tecnofontes, Stamp, Restaura 10, Araucari Art,
Mais Design, Metropolitan, Agrotexas, Dorma, Deca, Atlas Schindler, Brakley, Sulmetais, Portobelo, Portinari, 3M, Alubond, Neocon e Fórmica

Fonte: Revista O Empreiteiro


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