São Paulo movimenta-se muito mais de ônibus não por escolha, mas por falta de opção. A expansão da rede do metrô tem avançado, mas vagarosamente. São, hoje, 74,3 km de malha, com expectativa de chegar a cerca de 100 km até o ano que vem, caso sejam inauguradas mais 24 estações, como promete o governo paulista. O sistema hoje transporta, em média, 4,5 milhões de pessoas por dia, com as conhecidas dificuldades para o passageiro, devido à superlotação. Grandes metrópoles, como a Cidade do México, possuem redes muito mais extensas. A capital mexicana começou a implantar seu metrô na mesma época em que a construção do metropolitano paulista estava em andamento, em 1969. Hoje, o metrô do México soma mais de 200 km de vias. Razões para o atraso são conhecidas, como a histórica falta de investimentos e má gestão dos projetos, que encarece e não raro inviabiliza o aumento da malha. Estimativas mostram que o custo por km do metrô por aqui gira em torno de R$ 400 milhões e R$ 500 milhões. Metrô de São Paulo, na hora de pico: superlotação e sufoco Obras Atualmente estão em andamento quatro grandes intervenções para ampliar a rede. A Linha 5-Lilás, na Zona Sul da capital paulista, está sendo estendida dos atuais 8,5 km e seis estações, para 20 km e 17 estações. A Linha 5-Lilás ligará a Estação Largo Treze, em Santo Amaro, importante centro comercial, à Estação Chácara Klabin, conectando com a Linha 2-Verde do Metrô. Hoje a Linha 5 opera entre as estações Largo Treze e Capão Redondo. A primeira nova estação a entrar em operação será a Adolfo Pinheiro, provavelmente em janeiro do ano que vem. A extensão total do trecho deve estar concluída em 2016, quando a expectativa será atender diariamente a 770 mil passageiros. A Linha 4-Amarela, a primeira a ser construída e operacionalizada pela iniciativa privada, via parceria público-privada, vai ganhar mais cinco estações e dispor de 11, no total, ao longo dos seus 12,8 km de trilhos. Hoje leva da Estação Butantã, na Zona Oeste, até a Estação da Luz, no Centro de São Paulo, interligando com as linhas 2-Verde, 1-Azul e 3-Vermelha do Metrô. O cronograma prevê operação completa das 11 estações até o fim do ano que vem, com benefício esperado para cerca de 1 milhão de passageiros. Monotrilho As outras duas grandes obras em execução marcam o ingresso do Metrô de São Paulo num novo sistema sobre trilhos: o monotrilho. Circulando sobre pilares de concreto pré-moldado com até 15 m de altura e por vigas-guia também de concreto pré-moldado, o sistema será testado como meio de alta capacidade, para transportar até 500 mil passageiros/dia. Especialistas lembram de que a vocação original do monotrilho não é essa, uma vez que atende geralmente a áreas ou projetos específicos, como aeroportos. Será um teste. A Linha 15-Prata percorrerá cerca de 26 km, entre o Ipiranga, na Zona Sul, e Cidade Tiradentes, na Zona Leste, e terá 18 estações. O primeiro trecho da obra, de 2,9 km, entre Vila Prudente e Oratório, deve entrar em operação comercial no primeiro semestre do ano que vem. A outra linha de monotrilho em construção em São Paulo é a Linha 17-Ouro, na Zona Sul da cidade. A primeira fase do projeto tem 7,7 km de extensão, interliga o Aeroporto de Congonhas e a Estação Morumbi da Linha 9-Esmeralda da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e deve operar comercialmente no segundo semestre de 2014. A extensão total da Linha 17 será de 17,7 km, com 18 estações de embarque, ligando a Estação Jabaquara à Estação São Paulo/Morumbi. Há ainda outros planos de expansão da rede de metrô em São Paulo, como a Linha 6-Laranja, entre Brasilândia, na Zona Norte, e São Joaquim, no Centro (15,5 km e 15 estações), cujo edital foi relançado, prevendo uma PPP e linha sobre trilhos convencional. O governo estadual paulista também colocou em consulta pública o edital de mais uma PPP para expandir o serviço, agora para a construção da Linha 18 (15,7 km), no sistema de monotrilho, ligando a Zona Leste ao município de São Bernardo do Campo, no ABC. (GA) Fonte: Revista O Empreiteiro