Empreender soluções inovadoras é uma das missões da engenharia e, sem dúvida, um dos pilares da Terracom que, obra após obra, deixa sua marca no mercado da construção civil. Já são mais de 50 anos de expertise, representados em projetos arrojados, geridos por profissionais capacitados e uso de técnicas apropriadas para garantir eficiência, segurança e qualidade.
A duplicação do Viaduto Adib Chammas, em Santo André, no Grande ABC, uma das últimas obras entregues pela empresa em 2020, mostra bem essa realidade. Foram 18 meses de trabalho árduo para que a Terracom tirasse do papel um projeto muito aguardado pela população e por todos que passam pelo local.
Vencedora da Licitação Pública Internacional, a Terracom iniciou a implantação do citado viaduto em julho de 2019, que contou com investimentos na ordem de R$ 18,95 milhões para a construção de duas novas faixas de tráfego para transpor a Avenida dos Estados e o Rio Tamanduateí, além de adequação dos acessos no entorno, tendo como objetivo melhorar a fluidez do tráfego entre a porção central e oeste da cidade.
Os recursos para o empreendimento vieram do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), que financiou
um pacote de intervenções de mobilidade urbana em Santo André, totalizando investimentos de cerca de US$ 50 milhões.
Dada a sua localização, o primeiro grande desafio do projeto foi adequar a execução dos serviços a fim de não afetar a rotina da região, conta o engenheiro José Roberto de Oliveira, coordenador de obras. “Para isso, a Terracom, fazendo uso de sua habilidade técnica, aplicou tecnologias que permitiram o fluxo ininterrupto das atividades com o mínimo de impacto aos usuários locais, superando inclusive as dificuldades impostas pela situação de pandemia em função da covid-19”, destaca.
O viaduto possui extensão de 172 metros, divididos em três vãos, sendo dois vãos nas extremidades com aproximadamente 50 metros cada um, respectivamente nas margens direita e esquerda, e um vão central de 70 metros sobre o Rio Tamanduateí que vence também as duas pistas marginais da Avenida dos Estados.
Sua fundação é composta por 10 estacas escavadas de grande diâmetro com profundidade até 29 metros, com perfuração e pinagem em rocha. Sobre as estacas, foram executados quatro blocos, sendo que um deles recebeu concreto resfriado com adição de gelo.
Em função do grande volume do bloco, o aquecimento poderia atingir uma temperatura acima de 65°C, o que poderia provocar fissurações de origem térmica.
“Neste caso o gelo é utilizado no controle de temperatura na reação química da hidratação, garantindo, assim, uma correta cura do concreto. O gelo substitui a água na mistura do concreto. A usinagem, transporte e aplicação desse tipo de traço devem ser executados com muito critério e demandam conhecimento técnico e estrutura por parte
do fornecedor e do executor”, explica o engenheiro.
A superestrutura é composta por seção celular com altura variável e possui três vãos hiperestáticos, sendo os dois vãos das extremidades de aproximadamente 50 metros cada um, executados sobre cimbramento em sistema de pórticos em treliças metálicas, o que imprimiu maior agilidade e melhor qualidade de trabalho sem afetar a logística e mobilidade durante a execução na obra.
Já o vão central de 70 metros foi executado pelo método de balanços sucessivos, técnica inovadora que exige a competência de todos os envolvidos e consiste na execução de aduelas sucessivas moldadas in-loco, sem a necessidade de escoramento e cimbramento sobre o solo (o que permitiu a execução completa da estrutura sem a interrupção da Avenida dos Estados e sem interferir com o corpo d´água do Rio Tamanduateí).
Tal procedimento foi realizado com equipamentos modernos de avanço dotado de sistema hidráulico para sua movimentação e controle de nível, o que conferiu maior agilidade na preparação das etapas posteriores de concretagem. “Nesta obra, a Terracom conseguiu o feito de executar uma aduela completa de cada lado e de forma
concomitante, ou seja, executando um total de duas aduelas a cada 7 dias. A execução se deu simultaneamente dos dois lados do viaduto para manter o equilíbrio da estrutura, até que os módulos se encontraram no centro do viaduto”, explica o engenheiro.
No caso do Viaduto Adib Chammas, os módulos possuíam entre três a quatro metros de comprimento cada um, em um total de 17 módulos, sendo 8 de cada lado, além de 1 módulo de fechamento central.
Na realização do empreendimento foram aplicados mais de 2.550 metros cúbicos de concreto e utilizadas mais de 400 toneladas de aço. Assim, em 10 de dezembro de 2020, foi entregue a mais importante obra viária das últimas décadas, na cidade de Santo André.
As obras de construção do Viaduto Antônio Adib Chammas foram iniciadas em meados da década de 1970 e entregues parcialmente em Construído para atender ao crescimento de Santo André e ao aumento do tráfego, o novo elevado representou, à época, uma grande transformação da região central da cidade. Em 1987, obras complementares viabilizaram a transposição do rio Tamanduateí, que foi iniciada em 1991 e entregue em dezembro de 1992, porém, de forma inacabada. Com a conclusão da obra de duplicação do viaduto no final de 2020, o complexo viário Adib Chammas foi finalmente executado de forma completa.
“É por isso que a duplicação do viaduto significa muito mais do que uma obra de infraestrutura; ela é, sobretudo, motivo de orgulho para a Terracom que finaliza com sucesso mais uma etapa de trabalho em prol do desenvolvimento urbano de uma região”, finaliza José Roberto.