BIM exigirá melhor organização de dados nas construtoras

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Ponte de Laguna (SC), a serconstruída, projetada em BIM

Aumento de volume de informação digital criao conceito de “big data”

Augusto Diniz

Atecnologia BIM (Building Information Model), já consolidada no segmento de edificações, caminha para a adoção nas complexas iniciativas de infraestrutura no Brasil. A questão é que os projetos neste setor demandam uma quantidade tão expressiva de informação, que será necessário que projetistas e construtoras se preparem para a gestão adequada dos dados eletrônicos, a fim de aproveitarem ao máximo a ferramenta.

“Só ter BIM não adianta. É preciso ter uma estrutura que busque a informação rapidamente. Não adianta ter um monte de projetos em BIM, se ele não estiver disponível em tempo real”, explica João Rocha, diretor da área geoespacial e civil da Bentley.

Ferramentas para armazenar cada vez mais dados e, ao mesmo tempo, dar velocidade de acesso aos projetos são consideradas peças essenciais para a operação do BIM, de acordo com o executivo da empresa global de soluções.

O BIM apresenta em formato eletrônico todo o ciclo de vida de uma obra, da concepção à execução final. É a partir desse volume de informações, que inclui as diversas fases do projeto em 3D, múltiplos dados geoespaciais e topográficos, imagens de “escaneamento” tridimensional e variadas planilhas, que o chamado conceito de “big data” (dados grandes, em português) se estabelece. Usar a tecnologia significa a troca brusca de gigabytes por terabytes.

“É preciso fazer uma gestão eficiente das informações, para se processar todos os dados e se obter projetos mais precisos”, expõe Fábio Gomes, consultor da Autodesk, uma das empresas que oferecem ferramentas e serviços de gestão de dados para a engenharia civil. A Autodesk participou, em janeiro último, de painel na InfraBrasil que tratou da tecnologia da informação na infraestrutura. A empresa relaciona o “big data” como um dos pilares do BIM — os outros itens são o cloud computing (que armazena nas nuvens de forma infinita os dados), mobilidade (acesso ao projeto em qualquer lugar e qualquer hora) e colaboração (troca de informações de modo eletrônico entre os agentes envolvidos).

Fábio Gomes esclarece que os pilares estão interligados. O consultor conta que o cloud computing é essencial para a gestão dos dados. “A computação na nuvem significa uma ruptura na forma como a informação está disponibilizada”.

Marcus Granadeiro, presidente da Construtivo, empresa de fornecimento de solução, gestão e colaboração na área de engenharia, vai além com relação ao “big data”. Para ele, o conceito chama a atenção para a necessidade de armazenamento crescente de dados de maneira estruturada não somente das informações disponíveis dentro das empresas, mas também para aquelas que estão na internet.

“A informação que está ‘jogada’ nas redes sociais, por exemplo, está dentro do conceito de ‘big data’. Como uma empresa pretende organizá-la, para dali extrair dados que podem prejudicá-la ou ajudá-la?”, destaca. Para Marcus, isso também é item hoje relevante para agregar a projetos e obras de infraestrutura, pois se trata de envolver opinião de futuros usuários de um empreendimento.

Fonte: Padrão


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