Atrás somente do financiamento de R$ 23,4 bi para a Norte Energia, que controla a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, o segundo maior financiamento da história do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) será para a Águas do Rio, concessionária controlada pela Aegea. O valor aprovado foi de R$ 19,3 bi, para a empresa que opera os serviços de água e esgoto em dois dos quatro blocos concedidos no Estado do Rio, assumindo o lugar da estatal Cedae.
A diretora de Crédito à Infraestrutura do BNDES, Solange Vieira, chamou atenção para características inovadoras do financiamento para a Águas do Rio, que classificou como “emblemática”. Foi uma operação que aproxima o banco de fomento do project finance “puro”, modelo de financiamento no qual as garantias ficam todas no projeto de investimento em si e não na empresa controladora.
Em comunicado divulgado nesta quinta-feira, 8, a Aegea – que é controlada pelo grupo Equipav em sociedade com o GIC, o fundo de investimentos do governo de Cingapura e a Itaúsa, holding de participações do banco Itaú – informou que o financiamento fará frente aos cerca de R$ 39 bilhões que a empresa se comprometeu a investir ao vencer os leilões de abril do ano passado – R$ 15,4 bilhões em taxas de outorga para o governo do Estado do Rio e para as prefeituras, mais R$ 24,4 bilhões em obras.
Desde novembro de 2021, a Águas do Rio atua em 27 municípios fluminenses, incluindo 27 bairros da capital, prestando os serviços antes prestados pela Cedae, a estatal de saneamento. A operadora atende 10 milhões de usuários e ficará responsável por boa parte da despoluição da Baía de Guanabara.