BRT na avenida Brasil terá quatro viadutos

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Os trabalhos começaram em meio ao intenso tráfego de uma das vias urbanas mais movimentadas do País

Augusto Diniz – Rio de Janeiro (RJ)

O Consórcio Construtor Transbrasil tem uma tarefa árdua até o primeiro semestre de 2017: trabalhar no meio da avenida Brasil, com incessante fluxo de carros, ônibus e caminhões, para implementar a via do BRT Transbrasil, o último dos quatro previstos para o Rio de Janeiro (dois Bus Rapid Transit estão em operação – Transoeste e Transcarioca – e um fica pronto antes do Jogos Olímpicos: o Transolímpica).

O BRT Transbrasil terá 28 km de extensão e ligará o centro a Deodoro, no extremo oeste da cidade, tendo a avenida Brasil como trajeto. A expectativa é que ele transporte quase 1 milhão de passageiros/dia.

Um trecho de 5 km ligando o Caju, na zona portuária, ao centro da cidade ainda depende de finalização de projeto, sob o comando da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp).

O consórcio construtor trabalha, portanto, em 23 km de construção de via sobre a avenida Brasil, esta parte sob a administração da Secretaria Municipal de Obras (SMO). O investimento nesta primeira etapa é de R$ 1,4 bilhão.

Pelo consórcio, há atualmente 650 pessoas trabalhando na obra. No pico, a partir do final deste ano, serão cerca de 2 mil. Já estão implementados três turnos de trabalho na construção do BRT.

Um canteiro de obras está instalado remotamente na Ilha do Fundão. Ali, será criada a fábrica de vigas de 30 m a 35 m, que serão utilizadas nos quatro viadutos a ser construídos para a passagem do BRT.

Serão 1.500 m de viadutos: um na altura do entrocamento com o BRT Transcarioca (acesso às ilhas do Fundão e do Governador), um nas Missões (acesso à BR-040), um no Trevo das Margaridas (acesso à Dutra) e um em Deodoro – este último de 800 m, o mais extenso, em balanço sucessivo e que se encontrará com o BRT Transolímpica.

Do km 0, no Caju, ao km 14, no Trevo das Margaridas, a via do BRT terá duas pistas em cada sentido. Já do km 14 ao km 23, em Deodoro, o sistema terá pista única de cada lado.

Haverá ainda alargamentos de viadutos existentes por onde trafegará o BRT na avenida Brasil. As maiores interferências de redes aéreas e subterrâneas às obras se concentram em Deodoro, local onde também ocorrerão as principais desapropriações ao longo da linha – a SMO não confirmou o número exato.

O canteiro de obras está montado no meio da avenida Brasil

As frentes de trabalho na avenida Brasil se dividem em melhoria do solo, pavimentação e serviços de fundação dos viadutos, divididas em vários trechos.

A divisão do sentido das pistas da avenida Brasil é feita de barreira de concreto New Jersey, que as poucos tem sido demolida para execução da via do BRT, assim como estão sendo removidos os postes de iluminação localizados no centro da avenida.

Pavimentação de concreto, com 28 cm de espessura, acontece durante a madrugada, para reduzir interrupção no trânsito
 

No trecho inicial (km 0 ao km 3), em área de aterro, no Caju, trabalha-se no reforço do solo para execução do pavimento rígido. Na altura de Bonsucesso, entre os km 3 e km 6, já ocorre a pavimentação da pista com concreto.

A pavimentação acontece diariamente de 23h às 5h, para não atrapalhar ainda mais o trânsito na região, com ocupação de mais uma faixa da avenida Brasil para a chegada dos caminhões-betoneira com o concreto.

O pavimento rígido tem 28 cm de espessura de concreto. Uma máquina pavimentadora Wirtgen SP 1200 com 12 m de largura e a texturizadora TCM 1800 fazem o trabalho completo naquele trecho. Os equipamentos produzem 200 m/dia de pavimentação da via do futuro BRT.

Também existem serviços de fundações em três dos quatro viadutos a ser construídos – somente o do Trevo das Margaridas ainda não começou.

Há 15 estações a ser construídas no escopo do projeto do consórcio construtor, situadas na altura de passarelas já existentes ao longo da avenida Brasil, por onde passará o BRT. De acordo com a SMO, as passarelas são locais onde tradicionalmente se concentra maior fluxo de pessoas nos bairros cortados pela via e, por isso, tornaram-se referências para localização das estações.

Quatro terminais rodoviários (Deodoro, Trevo das Margaridas, Missões e Centro) para o BRT e ônibus comuns serão construídos ao longo da linha, mas suas obras ainda serão licitadas.

Há ainda obras de drenagem em 32 km, a ser feitas pelo consórcio construtor, com tubos de 1.200 mm a 1.500 mm de diâmetro e galerias, que atravessarão diversos pontos da avenida Brasil; já há trabalhos de drenagem na altura do bairro da Penha.

O Consórcio Construtor Transbrasil é integrado pela Odebrecht (líder), OAS e Queiroz Galvão.

Fonte: Redação OE


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