Com o leilão da BR-153 GO/TO realizado no dia 23 deste mês (maio), o governo federal encerrou o ciclo das grandes concessões em infraestrutura. Na presidência de Dilma Rousseff, foram transferidas à gestão da iniciativa privada sete estradas federais (BR-101/ES-BA, BR-050/MG-GO, BR-163/MT, BR-060/153/262-DF/GO/MG, BR-163/MS, BR-040-DF/GO/MG e BR-153 GO/TO) e seis aeroportos (São Gonçalo do Amarante, Guarulhos, Brasília, Viracopos, Galeão e Confins). Todos compõem o eixo econômico do País - não à toa tiveram interesse de empresas para construção, recuperação, reforma, ampliação e operação. No entanto, prossegue a paralisia das concessões em dois outros modais: portos e ferrovias. No primeiro, esperou-se nova lei na área, promulgada há um ano, para se reiniciar as ações, mas não conseguiram tirar do papel os projetos de arrendamentos e concessões de novas áreas em vários trechos do litoral brasileiro, por problemas com o Tribunal de Contas da União (TCU) e indefinições da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). No segmento de ferrovias, houve reestruturação geral no processo. Inicialmente, o governo considerava repassar a construção e operação de ramais ferroviárias às concessionárias tradicionais de infraestrutura do mercado. Mas, depois, constatou que o custo alto dos projetos e a necessidade de atender os interesses dos possíveis usuários da rede a ser concessionada (leia-se grandes grupos do agronegócio e mineração) exigiam mudanças nas regras de concessão inicialmente estabelecidas. Nesse quadro, as novas concessões são esperadas somente para depois das eleições. Portanto, na gestão do governo que tomar posse. Em meio a especulações do que poderá ou não entrar na pauta de concessões, uma precisa estar presente: o processo de renovação da concessão da Ponte Rio-Niterói, cujo contrato atual vence em maio de 2015. Os grupos interessados em assumir a concessão, segundo o mercado, já passam de dez. BR-153 GO/TO O leilão de concessão do trecho de 624,8 km da BR-153 GO/TO, entre Anápolis (GO) e Aliança do Tocantins (TO), teve como vencedor a Galvão Engenharia. O deságio foi de 46%. O grupo ofereceu R$ 4,979 por cada 100 km. A vitória da construtora incorpora mais um grupo empresarial à gestão de rodovias federais recém-concessionadas. A previsão de investimento é de R$ 4,31 bilhões durante concessão de 30 anos. A rodovia cruza 30 municípios e terá nove praças de pedágio, mas que poderão somente funcionar depois que 10% dos 598,3 km de rodovia que precisam ser duplicados estiverem executados. (Augusto Diniz) Fonte: Revista O Empreiteiro