Complexo Mina-Ferrovia-Porto em Moçambique

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Instalações da Vale para a extração e beneficiamento de carvão da mina de
Moatize estão sendo construídas por consórcio nacional

A mineradora brasileira Vale está presente em Moçambique desde novembro de 2004, quando venceu a concorrência internacional para a realização de pesquisas em uma das maiores reservas carboníferas do mundo, localizada em Moatize, província de Tete, localizada a 1.700 km ao norte de Maputo, capital daquele país africano. A mina de Moatize deverá produzir 11 milhões t de carvão metalúrgico e carvão energético durante os próximos 35 anos, dos quais 8,5 milhões t/ano serão de carvão metalúrgico e 2,5 milhões t/ano de carvão térmico.
Os investimentos da Vale na exploração de carvão em Moçambique visam a garantir o fornecimento de carvão metalúrgico para o mercado brasileiro, que é grande usuário e importador deste produto. Ao atingir plena capacidade, após sua expansão, a produção da mina de Moatize disporá de capacidade suficiente para atender completamente à demanda de carvão da indústria siderúrgica brasileira. A entrada em operação do empreendimento está programada para o primeiro semestre de 2011 e, esse ano, o orçamento da mineradora destinou ao projeto R$ 1,131 bilhão, que tem custo total avaliado em US$ 1,4 bilhão, segundo o orçamento de investimentos da mineradora em 2009.
Em Moatize, a Vale está construindo uma gigantesca instalação, com capacidade de processar 26 milhões t/ano de carvão, já incluindo portanto a futura expansão. O carvão de Moatize será transportado pelos 600 km da ferrovia Sena-Beira até um novo terminal marítimo no porto de Beira, na província de Sofala, Moçambique. O terminal de carvão será construído por uma concessionária do governo moçambicano. Dada a capacidade limitada da ferrovia, o estudo de viabilidade da expansão da mina dependerá de uma nova solução logística. Para isso, a mineradora estuda a construção de uma nova ferrovia de Moatize a Nacala, no norte de Moçambique, de aproximadamente 200 km de extensão, e um terminal marítimo em Nacala.
Moatize é um bom exemplo da participação da Engenharia brasileira no exterior. Sua implantação está a cargo do Consórcio Moatize, formado pela Odebrecht (75%) e a Camargo Corrêa (25%). O contrato assinado com a Vale compreende engenharia, fornecimento e construção das instalações da mina de Moatize, onde haverá duas grandes plantas de processamento de carvão. Alem disso, o consórcio deverá reassentar 1.100 famílias, que moram no local onde será aberta a mina. Elas serão transferidas para duas vilas construídas especialmente para esse fim, equipadas com escolas, centro médico, quadras de esporte, lojas e posto policial. As casas terão de um a quatro dormitórios e infraestrutura com energia elétrica e não mais do que 350 m de distância de um chafariz. Na fase de pico das obras, previsto para março de 2010, serão mobilizados cerca de 4 mil trabalhadores.
A Concremat Engenharia também parcipa do empreendimento e assinou, em março de 2008, o contrato de "onwer engeneering" com a Vale.

Fonte: Estadão


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