Suely Bacchereti Bueno*
A postura, sempre cômoda, do ser humano de participar de algum grupo que possa lhe trazer alguma vantagem parece já ter mudado com o crescimento do trabalho voluntário. A grande satisfação de poder, junto com os demais colegas de profissão, conquistar mudanças em leis, nas normas, nas decisões de nossos contratantes, na postura de nossos concorrentes, na percepção que a população tem da nossa profissão…
O que temos que defender em primeiro lugar é o bem-estar e a segurança da população que utiliza as obras projetadas por nós, engenheiros de estruturas.
Dentro desses objetivos está a valorização do nosso profissional,para que ele possa estar à altura dessa meta maior.
Mas não são apenas os projetos que garantem estas condições a todos. A execução dos projetos é um grande fator para o sucesso de um empreendimento. As mudanças introduzidas pela obra, a qualidade dos materiais empregados, o respeito às diretrizes estabelecidas no projeto, o conhecimento dos profissionais envolvidos na execução, o respeito às normas técnicas muitas vezes desconhecidas pelas equipes de obra, a falta de experiência para que se tenha ao menos dúvida sobre a necessidade de consulta, a ousadia de desafiar os princípios da boa execução e seus prazos, a terceirização da responsabilidade.
Qualquer um desses graves pecados cometidos contra a boa engenharia pode levar a um desastre. Isto para não falar das decisões mal tomadas que levam as obras, principalmente as públicas, a um custo muitas vezes maior que a previsão inicial sem que nada possa ser feito.
O que as diversas associações juntas podem fazer contra isso? Como aproximar nossos esforços para um objetivo comum: obras projetadas e executadas com excelência a um custo justo?
Como toda classe de engenheiros envolvidos nessas atividades pode contribuir para o sucesso desse propósito? Como cada um de nós pode ajudar? Será que todos têm consciência que os recursos da associação são finitos,principalmente os recursos humanos?
Nós já mais que provamos que podemos alcançar muitas coisas quando entramos em ação. Falta-nos gás, cabeças, ajuda.
*Suely Bacchereti Bueno é presidente da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (Abece)
Fonte: Revista O Empreiteiro