Controlar as estacas, uma a uma

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O novo porto previa a utilização de equipamentos dos mais avançados do mundo e emprego de mão de obra especializada nas operações de estaqueamento

Oterreno geologicamente complexo, mole, intercalado com camadas de areia, exigiria cravação a profundidades de 50 m. Em certas épocas do ano, a maré alta não permitiria que o trabalho se estendesse pelo período da tarde, impedindo algumas vezes sua continuidade.

A Scac avaliou a melhor alternativa para desenvolver os serviços.A solução adotada se baseou na conjugação de dois elementos chave de seu domínio tecnológico:1) Utilizar a tecnologia de concreto centrifugado e industrializado.2) Controlar a cravação estaca por estaca, através do registro de nega-repique em todas elas.

A solução assim estudada possibilitou trabalhar com o mesmo comprimento cravado, em torno de 15 m, sem a necessidade de incrementar o número de estacas. Como o controle foi realizado para cada estaca, havia certeza de que elas atenderiam às especificações necessárias para suportar a carga exigida para os equipamentos e operações do porto.

A complexidade de esforços e a influência do transporte de carga exigiram que os equipamentos de cravação trabalhassem com a torre inclinada.Quando se fala em 2.500 delas, o ganho de tempo é enorme, principalmente se levar-se em conta a demora, em média, de 2 horas para cravar uma estaca de 15 m e 7 horas para cravar uma de 50 m.

A geologia local exigiria um estaqueamento de grande profundidade – a fim de atender às condições do projeto. Entretanto, devido à ocorrência de uma camada de areia fina siltosa medianamente compacta na profundidade média de 14,0 m permitiu que os projetos iniciais fossem elaborados e estudados com estacas tipo Franki com 70 cm de diâmetro e bulbo alargado.

A aplicação de estacas pré-fabricadas de concreto centrifugado possibilitou a execução do estaqueamento em todos os pontos, além das vantagens de um elemento de concreto industrializado.O monitoramento foi realizado por uma extensa campanha de sondagens, de ensaios de carregamento dinâmico (ECD), provas de carga estática (PCE) e o registro do conjunto nega-repique em todas as estacas.

A solução executada pela Scac mostrou que os fatores de segurança logo após o término da cravação eram de aproximadamente 1,6 e aliado ao efeito tempo e/ou cicatrização do solo, o Fator de Segurança global alcançou a media de 2,0.Durante as cravações da estacas a superfície resistente do solo se localizou de forma homogênea a uma profundidade de 13,1 m, confirmando as previsões das sondagens parando na camada de areia siltosa.

O uso do conjunto nega-repique elástico aliado aos dados de sondagens, provas de carga estática e ensaios de carregamento dinâmico, além de demonstrar um controle momentâneo a cada golpe aplicado pelo conjunto martelo-estaca, ofereceu potencial em aferir as capacidades de carga mobilizadas e seu respectivo fator de segurança(FS) global do projeto.

Especificações da obra

Total de estacas cravadas (unid.)

2.506

Comprimento cravado (m)

32.798,30

Total de comprimento levantado (m)

35.957,98

Total de emendas executadas (unid.)

3.124

Número de estacas quebradas (unid.)

8

Fonte: Estadão


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