A cidade de Itabira (MG), um dos principais símbolos da mineração no Brasil e berço da Vale, enfrentou um período de profunda crise econômica após a retração do consumo mundial de minério de ferro.
A intensa movimentação na extração do produto, que definia a paisagem local, diminuiu drasticamente, refletindo a queda global na demanda por matérias-primas essenciais (de vergalhões da construção civil a insumos para a indústria automobilística).
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O Efeito Devastador da Crise da Mineração no Emprego em Itabira
A crise chegou com força ao coração da Vale. A produção local sofreu uma queda de aproximadamente 35% (atingindo 38,7 milhões de toneladas), resultando em um impacto social significativo na cidade.
- Corte de Empregos: A empresa cortou 300 postos de trabalho diretos na cidade.
- Impacto na Cadeia: O efeito cascata na economia local foi devastador, com uma estimativa de 6 mil pessoas desempregadas na cadeia produtiva, segundo o Sindicato dos Trabalhadores (Metabase).
Apesar do pessimismo inicial, o presidente da CDL de Itabira, Maurício Henrique Martins, ressaltou que a crise foi menos trágica do que o previsto, mas lamentou o fechamento de comércios que não resistiram ao período de recessão.
Diversificação Econômica e o Novo Ciclo de Investimento da Vale
A crise, apesar de dolorosa, forçou a diversificação e a busca por oportunidades. Fernando Henrique Almeida Valadares, ex-funcionário da Vale, utilizou seu acerto para investir e ampliar a empresa de transporte da família, focando em turismo e contratos intermunicipais – um claro exemplo de superação empreendedora.
Plano de Expansão e Recuperação da Economia Local
A esperança do comércio e das lideranças locais se baseou em um novo e ambicioso projeto da mineradora:
- Investimento Estratégico: A Vale anunciou um investimento de R$ 1 bilhão em uma nova planta industrial focada na exploração de itabirito compacto (minério de baixo teor de ferro).
- Geração de Empregos: O projeto de expansão previa a contratação de 3 mil pessoas para a fase de construção e mais 400 trabalhadores para a operação – um número que superava o contingente de demitidos pela crise.
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O projeto representou uma injeção de ânimo e a possibilidade de reverter a perda de arrecadação municipal, que na época era estimada em R$ 40 milhões em ICMS e CFEM. Este caso serve como um legado interessante sobre a vulnerabilidade e a capacidade de recuperação de cidades dependentes da mineração.




