O debate, promovido pela Câmara Americana de Comércio (Amcham), no dia 27 de agosto, levantou algumas das questões mais importantes para o desenvolvimento da construção civil no Brasil, passando por temas como as oportunidades para empresas do segmento, o déficit de mão de obra, inovações tecnológicas, entre outros.
A professora da Poli-USP e presidente da International Real State Society, Elaine Monetti, traçou um panorama das atividades do segmento, com destaque para o bom momento vivido pelas empresas no Brasil. Com a apresentação de números que demonstram o desenvolvimento da construção civil nos últimos anos, especialmente em 2009 e 2010, a professora fez questão de ressaltar que ainda existem muitas ações para serem tomadas a fim de garantir um nível de crescimento estabilizado. "Podemos verificar alguns pontos em franca evolução, como o número e a qualidade dos lançamentos imobiliários, mas o Brasil ainda apresenta gargalos de infraestrutura e um déficit de mão de obra qualificada", acrescentou. Na visão da professora, o setor demandará cerca de 320 mil profissionais para os próximos anos. "Somente na área de engenharia existe um déficit de 30 mil profissionais", completa.
Para o diretor executivo do Secovi, Celso Petrucci, a maior preocupação ainda reside nas fontes para o financiamento imobiliário, um dos responsáveis pelo crescimento da construção civil no País. No começo da década eram concedidos cerca de 30 a 40 mil financiamentos por ano. Em 2010 serão 450 mil. Com isso, alguns analistas de mercado levantam a expectativa de um esgotamento de recursos para o setor em 2012, mas existem estudos sobre novas alternativas para os financiamentos imobiliários", complementa. Já Paulo Sérgio de Oliveira, diretor da Método, reforçou a popularização de novos sistemas construtivos como uma importante referência para as empresas. "Os métodos oferecem rapidez e segurança nas obras e ainda proporcionam oportunidades de criação de novos complementos para as construções", afirma.
O diretor da Green Gold, Júlio César Fonseca, abordou o tema sustentabilidade como negócio na construção civil. Segundo ele, existem alguns cases, principalmente relacionados à redução do uso de energia e de água. "Até 2012 todos os empreendimentos precisarão ser certificados, o que será importante para reforçar que é possível realizar bons negócios, com sustentabilidade", reforça. Para o CIO da ADIT, Luiz Henrique Lessa, o bom momento da construção civil no Brasil pode atrair mais companhias estrangeiras. "As empresas estão percebendo boas oportunidades de negócios no País", completa.
Já o diretor Comercial da Deca, Roni Rotenberg, ressalta o movimento das empresas para atenderem o crescimento do mercado. "Muitas companhias estão ampliando a produção, mas sem perder a preocupação com a sustentabilidade".
O professor Carlos Leite, da Universidade Mackenzie, questionou o que o setor espera do futuro: "Vivemos um momento interessante de expansão e esgotamento, ideal para perguntarmos qual o tipo de cidades queremos para o futuro".
Esclarecimento sobre anúncio
Em correção ao anúncio veiculado na edição 486, da revista O Empreiteiro, a Marcosa informa que, no Brasil, os Geradores Caterpillar são comercializados pelos seguintes revendedores: Sotreq, Pesa e Marcosa. Sendo que esta última é representante exclusiva da marca em todo o Nordeste.
Fonte: Estadão